O grupo 3030 e o cantor Vitão lançaram em parceria um novo som intitulado “Te Decifrar” e a RAPGOL Magazine foi conferir algumas informações sobre o projeto e claro saber muito mais detalhes e curiosidades que envolvem as carreiras dos artistas.
Completando 10 anos do primeiro disco “Quinta dimensão”, o 3030 segue em plena forma, preparando novos trabalhos e apresentando seus sucessos por todo o Brasil. O sexto disco do grupo segue em processo de produção e em breve estará disponível para o público.
Quem também conversou conosco e está em uma ascenção meteórica, foi o cantor/rapper Vitão. Ele que tem em suas influências artistas como: James Brown, Guns N Roses e muito mais, falou de coração aberto sobre os seus projetos, o lançamento do seu primeiro disco “Ouro” que acabou sendo impactado pela pandemia e muito mais.
Nesta entrevista tive a oportunidade de estar em dois mundos musicais que por vezes estão nas mesmas playlists das plataformas de streaming, mas que pela primeira vez estiveram juntos em um lançamento.
Falamos também sobre a febre das músicas feitas pensando nos vídeos curtos das redes sociais como o Tik Tok, sobre o segredo para se manter relevante durante muito tempo e claro falamos sobre também sobre futebol.
Uma boa leitura para vocês,
CRIAA
RAPGOL Magazine – Já se passaram 10 anos desde o primeiro disco e o grupo 3030 segue colhendo frutos. Qual o segredo?
LK, 3030 – A gente tem pensado muito sobre isto também, passaram-se 10 anos, passou a pandemia e nós passamos por várias questões internas durante a pandemia, nos reorganizamos e estamos aqui agora para um novo disco. Estamos aí firme e forte! E para nós é a maior gratidão e acredito que não é segredo não, é trabalhar com sinceridade, a gente sempre buscou fazer um trampo com a nossa cara, com a nossa verdade, independente do que tivesse rolando, do que falassem ser o caminho, a gente sempre seguiu a nossa verdade na música e penso que foi isto que fez com que a rapaziada se identificar conosco. Nossa parada sempre foi a nossa verdade.
RAPGOL Magazine – Do primeiro disco “Quinta dimensão” para o segundo “Entre a carne e a alma”, os fãs e críticos observaram uma grande evolução. Foi a partir deste segundo projeto que vocês perceberam estarem literalmente no jogo?
LK, 3030 – No “Quinta dimensão”, nosso disco de estreia, já colocamos algumas músicas que fizeram a gente ir para a entrada, mas com certeza “Entre a carne e a alma” foi um dos momentos mais marcantes para a gente, quando fizemos o lançamento na Fundição Progresso, RJ, foi bem chocante, pois foi nesse momento que vimos a resposta do público, o show estava na lotação máxima e todo mundo cantando as músicas, foi um bagulho bem f***! E marcou a gente para cara*** segundo “Entre a carne e a alma”, foi o momento em que decidimos amadurecer nosso som e que resultou no 3030 de hoje em dia, assim posso dizer.
RAPGOL Magazine – Como surgiu esta parceria para o single ‘Te Decifrar’ entre vocês e o Vitão?
LK, 3030 – O Vitão colou no estúdio em 2019, já ouvíamos o trampo do Vitão quando ele estava chegando com aquela sonoridade máxima e rolou o convite. A gente já tinha o Beat e ele chegou e já criou o som na hora, já fomos fazendo os versos e aí, começou a pandemia. O som parou! 3030 ficou parado! E agora que as coisas estão retornando, a gente falou: “mano, vamos resgatar aquele som?” Vitão colou aqui no estúdio depois de 2 anos, três praticamente. Fizemos uma atualização no som e na produção e foi que foi.
Quais as referências musicais tiveram influência na carreira de vocês?
LK, 3030 – Além do Rap, claro! Que é a base do grupo, muita MPB, muita música brasileira, em geral, e a gente tem muita influência de diversos gêneros, reggae, forró pé de serra, Luiz Gonzaga e etc… Costumo dizer que foi a musicalidade brasileira, em geral, que inspirou o grupo, o Funk inspirou o grupo, uma música que eu considero genuinamente urbana brasileira, o samba e todas as vertentes brasileira inspiraram o grupo 3030.
Vitão – As minhas referências sempre vieram de muitos lados e sempre foram muito diversas. Eu, assim como os moleques do “30”, sempre tive muita influência da música brasileira de raiz, MPB, em geral, do samba, da Bossa Nova e principalmente dos acordes de violão. Eu sempre curti também o Soul, o Funk internacional, Michael Jackson, James Brown, Mavin Gaye, sempre gostei muito de rock também, Guns N’ Roses, AC/DC e também Alcione, Dona Ivone Lara, para mim sempre foi muito diverso.
RAPGOL Magazine – O que vocês têm escutado atualmente?
Bruno Chelles,3030 – Além dos clássicos que estamos sempre ouvindo, Jorge Ben, Beatles, Caetano, Gil estão sempre na nossa playlist. A gente tem ouvido muito a nova MPB que está rolando e também tenho ouvido muito esta nova galera do trap, esta galera que está chegando e tem feito muita coisa boa no trap.
Vitão – Eu tenho ouvido bastante “Jovem Carlos”, o novo CD do Luccas Carlos, um grande amigo meu, tenho ouvido bastante coisa do Filipe Ret, que é um artista que eu acompanho bastante desde o começo da carreira, muita coisa do Emicída, do Rael, o novo disco Criolo que eu curti também e o novo da Beyonce.
RAPGOL Magazine – Hoje a forma consumo do público é muito instantânea e às vezes quase descartável. Existe alguma “fórmula secreta” para prender a atenção?
Bruno Chelles,3030 – Estão não sei se existe uma fórmula secreta, mas a gente tem a nossa maneira que a gente foi construindo de criar as músicas, na nossa sonoridade e nos temas. A gente nós temos o nosso jeito, a nossa forma de criar as músicas, tanto nos temos das músicas, conseguimos criar um conceito, eu acho isto muito importante e mais uma vez trazendo a nossa verdade o que gostamos de ouvir.
Vitão – É muito difícil falar sobre uma fórmula assim! Eu não acredito que exista isto de fato, acredito que a gente vai criando coisas novas e elas vão acontecendo. Eu diria que para prender a atenção das pessoas, você tem que fazer uma parada verdadeira, fazer com verdade e fazer o que ama. Penso que quando você atinge este lugar, as pessoas se identificam de fato.
RAPGOL Magazine – O rap acústico tem muito mais de duas décadas, mas no Brasil somente há uns 6, 7 anos tivemos um boom. Vocês acreditam que este formato abriu as portas para uma aceitação maior do gênero fora da “bolha” musical?
Vitão – Eu acredito que sim, na minha percepção, sim, levou a cultura do rap, do hip-hop em geral para um lugar mais popular, ainda, sim, porque o violão e a parada mais melódica, leva a música para um lado mais balada, mais radiofônicas e assim acaba aflorando a parte melódica da música e o rap passa a ser cantado com mais melodia e sim fura a bolha.
E você LK, o que pensa sobre este assunto?
LK,3030 – Eu acredito que o rap acústico foi um lance que misturou bastante a vertente e quando lançamos em 2014, não sabíamos se seria a aceito. A gente ouvia falar naquela é época que rap com violão não era rap, mas como já disse antes, sempre curtimos seguir a nossa verdade e indo na Bahia, sempre curtimos fazer uma “session” que tinham a influência do reggae e de música brasileira em geral, então sempre curtimos fazer umas “session” com violão e carron e mandar nossa rima em cima. Antes de queremos chamar de rap acústico, já fazíamos isto, era a nossa verdade. Tanto que quando gravamos o nosso primeiro acústico Mundo de Ilusões/ Bom dia na Bahia, nem tinha este nome, não sabíamos qual título iriamos colocar, quando lançamos neste formato. Se chamaríamos de “session”, “lual”, sei lá… (risos) e aí na hora falamos: “não mano, estamos fazendo um acústico, vamos colocar acústico”! O que estávamos fazendo ali era o retrato do nosso som daquele momento, da vibe que curtíamos fazer, em fim… Depois disto a gente viu que deu um resultado sinistro, lançamos sem saber o que iria acontecer e influenciou a cena toda e até hoje o que aconteceu com o Rap Acústico se tonou uma vertente muito forte, quase um subgênero, todo mundo lança, todo mundo faz, mas antes quase não se ouvia.
Durante o período de pandemia sem shows, tivemos muitas incertezas no mundo da música.
RAPGOL Magazine – Vocês aproveitaram para criar algo diferente?
LK, 3030 – A gente chegou a lançar um disco na pandemia, o “Infinito Interno”, um disco que refletiu todo nosso questionamento sobre este processo que estávamos vivendo, a final foi um processo no mundo todo. Depois do lançamento, a gente parou e para cada um cuidar do setor da sua vida pessoal, cada um cuidar de si, estávamos vivendo fases diferentes e se redescobrindo pessoalmente como artista, a final, nesta década, a gente passou o tempo todo, sempre muito colado, dividindo tudo, trabalho, vida pessoal e na pandemia foi o primeiro momento que cada um olhou primeiramente para si muito mais. Este foi o grande lance da pandemia para o grupo.
RAPGOL Magazine – Como foi para você lançar um disco (Ouro) e ver o mundo parar?
Vitao – Eu fiquei muito feliz com o disco “Ouro”, foi um disco onde eu pude trazer todos os meus amigos da música, meus primeiros amigos da música mesmo. Os primeiros amigos em forma de feat, assim! Então foi um disco muito fortalecido, um disco muito ascendente da minha carreira. Foi uma pena ter que parar a tournée no meio com o início da pandemia, mas foi um trabalho muito especial.
As dancinhas das redes sociais chegaram para ficar, os famosos “15 segundos” do TIKTOK viraram uma epidemia nos refrões.
RAPGOL Magazine – Vocês acreditam que ainda é possível criar música sem pensar nesta plataforma?
Vitão – É dilema muito doido isto, eu tenho pensado muito isto, eu não sei exatamente para onde iremos com tudo isto. Sabe! Onde a gente vai parar, onde isto vai dar, podem surgir coisas muito maravilhosas disto, como podem surgir coisas muito prejudiciais para a classe artística. É complicado! Mas eu busco fazer as minhas paradas bem pela música, de forma muito sentimental e claro, se aquilo acaba se enquadrando também a algum parâmetro das redes sociais, do Tik Tok, ou seja lá o que for, é interessante. E existem os momentos também onde a gente vê que algo no processo de composição mesmo da música percebe ou tem um insight que possa ser legal para estas plataformas de vídeo de curtos. O lance é pensar em coreografias de dança, algo que mexa com o corpo das pessoas.
Bruno Chelles,3030 – Com certeza, acredito que tem público para tudo ainda hoje em dia, é uma verdade que o Tik Tok tem influenciado muito no que está no topo da playlist das mais ouvidas, em fim…, mas acreditamos que tem público para tudo e a gente não descarta nenhuma possibilidade, gostamos de experimentar e fazer de tudo um pouco, mas como já disse é bem diversificado com espaço para todo tipo de música e manifestações culturais.
RAPGOL Magazine – Qual artista (independente do gênero musical) você deseja ter a oportunidade de trabalhar?
Vitão – Eu gostaria muito de fazer algo com o Djavan, é um artista que é muito referência para mim e é um artista que eu vejo em plena atividade, ele acabou de lançar um disco novo, com singles e clipes, em fim! É um artista que por mais que tenha feito história na música brasileira, seja clássico, um deus da música, ele continua em atividade, produzindo e compondo, isto é muito lindo de se ver. Outro artista que eu gostaria muito de fazer algo é com o Bruno Mars, um cara que sou muito fã.
Falamos sobre música, mas gostamos muito também de futebol.
RAPGOL Magazine – Vocês acompanham futebol ou tem algum time do coração?
Bruno Chelles,3030 – Eu e o Rod torcemos para o Flamengo e o LK torce para o Botafogo, tenho ultimamente acompanhado bastante os jogos do Flamengo.
Vitão – Eu nunca fui de acompanhar futebol, não torço para nenhum time.
RAPGOL Magazine – Animados para o Hexa? Falta quem na seleção do Tite?
Bruno Chelles,3030 – Estamos animados para ver esta copa, até porque depois da pandemia, tem um significado especial ter um grande evento, um evento de uma proporção como uma copa do mundo e acredito que falta o Arrascaeta, mas infelizmente ele não pode ser convocado (risos)
RAPGOL Magazine – O que vocês curtem fazer quando estão em horário de lazer?
Bruno Chelles,3030 – Curtimos muito ir à praia, ir à cachoeira, se conectar com a natureza, quando estamos de boa, descansar da correria do dia a dia e está com a família.
Vitão – Eu gosto bastante de praticar esporte, de tocar violão e produzir. No meu tempo livre, em muitos momentos eu acabo continuando somente a fazer música.
RAPGOL Magazine – Então Vitão, o seu projeto “Mais uma vez” chegou repleto de musicalidade com diferentes ritmos. A pluralidade é a sua aposta para este segundo semestre de 2022?
Vitão – Sim, com certeza, o meu trabalho tem se tornando cada vez mais desta forma e muito naturalmente, hoje mesmo eu estava no estúdio para ouvir algumas das coisas que estou pensando para os meus próximos lançamentos e tal, planejamento. E tem muitas músicas de todos os tipos, assim! É muito diverso, eu ouço de tudo, então acaba saindo de tudo quando sento para compor e produzir e eu vejo muita esperança nisto, eu vejo um lugar onde à gente possa ter mais liberdade musical e não precisar ser tão segmentando necessariamente. É obvio que para muitos artistas e para momentos é legal se segmentar e seguir uma linha, eu mesmo já fiz isto um dia, mas hoje em dia eu me vejo trilhando um caminho muito eclético em questão de composição, produção e criação de música.
RAPGOL Magazine – Gostaríamos que vocês deixassem uma mensagem para os fãs que nos acompanharam até aqui e convidassem para assistir o novo videoclipe da música ‘Te Decifrar’.
Bruno Chelles,3030 – A gente queria mandar um grande abraço e agradecer a todos que acompanharam até aqui, que acompanham desde sempre, o 3030 e o Vitão. Deseja muita luz para todos vocês o videoclipe “Te Decifrar” no YouTube e escutem também na sua plataforma de streaming preferida. Estamos juntos e um grande abraço.
Vitão – Eu gostaria de mandar um beijo, do tamanho do universo, para todas as pessoas que acompanham o meu trabalho, para todas as pessoas que acompanham o trabalho do 3030, que os nossos públicos e nossos fãs possam se misturar agora, que quem ainda não conhecia o meu trabalho, possa conhecer, que quem ainda não conhecia o trabalho do “30” possa a conhecer. Esta é a parte especial destas trocas musicais e escutem bastante “Te decifrar”, esta música é muito especial. Estou muito feliz por colocar esta música no mundo com o 3030, grandes irmão, grandes músicos e pessoas que eu admiro.
https://www.youtube.com/watch?v=FWYSFQHGv9U