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Quando a gente para de descobrir músicas novas? 🎧 Estudo diz que após os 24 anos de idades as pessoas perdem a curiosidade

por CRIAA · 26 de outubro de 2025

🎶 A idade em que a curiosidade musical atinge o auge

Um estudo recente da plataforma Deezer revelou um dado curioso: aos 24 anos, a maioria das pessoas atinge o pico de curiosidade musical.
É nessa fase que ouvintes costumam explorar novos estilos, conhecer artistas diferentes e expandir seus horizontes sonoros.

Mas, com o tempo, esse impulso vai diminuindo.
Cerca de 60% dos entrevistados admitem que ouvem sempre as mesmas faixas, repetindo playlists antigas e raramente buscando novidades.

A pesquisa sugere que, depois dos 30, o comportamento musical muda — o repertório se estabiliza, e a música deixa de ser uma forma de descoberta para se tornar um espaço de conforto.


🧠 O que explica essa mudança

O estudo indica que a transição está ligada a fatores sociais e emocionais.
Conforme envelhecemos, a rotina ganha peso e o tempo livre diminui — e isso afeta até a forma como consumimos música.

💼 Trabalho e responsabilidades: o ritmo profissional e familiar reduz a disposição para buscar novidades.
Falta de tempo: 1 em cada 5 pessoas diz que já não tem paciência para explorar novos sons.
💭 Nostalgia: ouvimos o que nos conecta a lembranças afetivas — músicas da adolescência ou de momentos marcantes da vida.
🎯 Sobrecarga de opções: com milhões de faixas disponíveis, escolher se torna exaustivo, e a tendência é permanecer no que já é familiar.

O resultado é o que os especialistas chamam de “paralisia musical” — quando o ouvinte se acomoda em um repertório fixo e sente dificuldade em se abrir para o novo.


🎧 A música como espelho da rotina

A relação com a música reflete muito mais do que gosto pessoal — ela acompanha o ciclo da vida.
Aos 20, buscamos identidade, pertencimento e novidade.
Aos 30, buscamos estabilidade e conforto.

O curioso é que a trilha sonora da juventude tende a se tornar a base musical do resto da vida.
As faixas que marcaram os primeiros amores, festas, amizades e mudanças de fase acabam moldando o repertório emocional das pessoas.

Por isso, o cérebro associa a música nova com o desconhecido — e a música antiga com a segurança.


🔊 Efeito direto no mercado musical

Essa mudança de comportamento também afeta a indústria.
Plataformas de streaming, selos e artistas precisam lidar com uma realidade nova:

  • O público mais jovem busca descoberta e experimentação;
  • O público adulto busca reconexão e lembrança.

Por isso, vemos duas tendências crescentes:

  1. Reedições nostálgicas e remixes — músicas antigas reaparecem com nova roupagem, atraindo diferentes gerações.
  2. Playlists de curadoria afetiva — voltadas a sensações e memórias, como “hits da minha adolescência” ou “sons que marcaram os anos 2000”.

O streaming percebeu que a nostalgia é o novo motor da escuta digital — e artistas que resgatam sonoridades antigas, como funk melódico, R&B dos 2000 e rap clássico, encontram espaço até entre os mais jovens.


🌀 Como reativar sua curiosidade musical

Mesmo com o passar dos anos, é possível manter viva a vontade de descobrir.
Algumas estratégias simples ajudam a expandir o repertório:

🎧 Ouça playlists de descoberta — use o “Mix diário” ou o “Descobertas da Semana”.
🌎 Explore cenas locais — busque artistas independentes da sua cidade ou região.
🎤 Siga trilhas sonoras — filmes e séries são ótimas portas de entrada para novos sons.
👥 Troque indicações — amigos com gostos diferentes podem ser pontes para novos estilos.
🪩 Dê espaço ao acaso — ouvir algo aleatório pode reacender a curiosidade musical adormecida.


💬 Por que isso interessa?

Porque a música não é só entretenimento — ela é memória, identidade e emoção.
O fato de deixarmos de buscar novidades com o tempo revela muito sobre como envelhecemos culturalmente.
Mas também mostra que a curiosidade pode ser treinada, e que redescobrir o prazer de ouvir algo novo é, em si, um ato de liberdade.

Em tempos de algoritmos e repetição, ouvir algo diferente é quase um gesto de resistência — um lembrete de que mudar também soa bem.

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