A Polêmica Aproximação de Nicki Minaj com a Direita dos EUA

Nos últimos anos, a trajetória de Nicki Minaj extrapolou os limites dos charts musicais para se tornar um epicentro de debate político. O que começou como críticas pontuais a protocolos de saúde durante a pandemia evoluiu para uma série de posicionamentos que alinham a rapper de Trinidad e Tobago a narrativas frequentemente defendidas pela direita conservadora dos Estados Unidos.

A “Barb”, como é carinhosamente chamada por sua legião de fãs, passou a questionar publicamente o que chama de “cultura do cancelamento” e a “patrulha ideológica” da mídia tradicional, termos que são pilares do discurso da direita moderna.

Dos Tuítes às Alianças Ideológicas

O ponto de virada mais visível ocorreu quando Nicki Minaj começou a interagir e receber apoio de figuras proeminentes do espectro conservador, como comentaristas da Fox News e influenciadores de direita, que viram nela uma voz de resistência contra o establishment liberal de Hollywood.

Seus questionamentos sobre as vacinas da COVID-19 em 2021 foram o catalisador inicial, mas a postura de Minaj se aprofundou em temas como:

• Liberdade de Expressão Absoluta: Minaj defende que artistas não devem ser punidos por opiniões impopulares.
• Crítica às Instituições: A rapper frequentemente ataca grandes corporações de mídia e o sistema político de Washington, ecoando o sentimento “anti-sistema” que move a base conservadora.
• Apoio Público: Recentemente, a rapper não tem rejeitado o suporte de políticos republicanos, o que gerou um racha em sua base de fãs, tradicionalmente composta por minorias e a comunidade LGBTQIA+.

Veredito RAPGOL

Nicki Minaj está jogando um jogo arriscado. Ao se aproximar da direita, ela desafia a norma de que artistas negros do hip-hop devem ser automaticamente alinhados à esquerda progressista. Se isso é uma estratégia de marketing para manter sua relevância através da controvérsia ou uma mudança genuína de valores, só o tempo dirá. O fato é que Minaj agora é uma figura central na “guerra cultural” americana, provando que o seu drip político é tão imprevisível quanto seus versos.

CRIAA

Sou Bruno “CRIAA” Inácio, desde 2002 falando sobre Rap na Internet,  editor-chefe da Rapgol Magazine, onde conecto os universos do rap e do futebol com conteúdo autêntico e relevante. Com foco na curadoria de histórias que refletem a essência da cultura urbana, também assino artigos e entrevistas que destacam a voz dos artistas e a vivência das ruas.