Após Hot ser exposto na internet por abuso e violência, chega ao fim a dupla “Hot e Oreia”.

No primeiro dia do ano de 2021 o mundo do rap tomou conhecimento de mais um caso de abuso contra a mulher. Vic Carvalho, ex-namorada do rapper, utilizou sua conta em uma de suas redes sociais para expor toda violência que havia sofrido enquanto esteve com o rapper Hot da dupla “Hot e Oreia”.

O rapper utilizou também uma de suas contas para se pronunciar e assumir a culpa e hoje voltou a internet para falar sobre o fim da dupla “Hot e Oreia”.

Oreia o outro integrante da dupla falou sobre o caso.

Não tinha postado nada ainda porque tava esperando Hot postar. Não fazia sentido eu me pronunciar antes.

Bom dia povo,

Então vim falar sobre Vic e Hot e mais algumas coisas.

Antes de mais nada, não apoio nem concordo com essas atitudes dele, Vic tem meu apoio.

Eu sempre falei com Hot que não gostava do relacionamento deles. Falava pra ele sobre como a relação deles me parecia estranha, ruim e doentia… falei não só uma, mas várias vezes. Não falava diretamente com ela porque não tinha intimidade o suficiente apesar de sermos amigos, mas sempre deixei claro que o relacionamento que os dois estavam não era saudável.

Tô falando o que eu via de uma certa distância.

Inclusive sempre reforcei pra ele que não era só eu que entendia o quanto aquela relação era ruim, amigos e amigas próximas também tinham esse entendimento.

Parecia ótimo no Instagram deles, mas eles viviam uma relação muito intensa e me parecia que essa intensidade vinha de ambas as partes. Nunca concordei com o relacionamento deles dessa forma e eu falava pra eles terminarem!!! Sempre falei!

Eu não tinha conhecimento de como tudo era, todos esses detalhes. Tive conhecimento lendo o relato da Vic. Eu sabia o que eu via e escutava (mais do lado dele).

Hot é meu amigo há muito tempo, não concordo com nada disso, mas como amigo eu preciso conversar e alertar ele sobre suas atitudes. Sim, atitudes inadmissíveis.

Não vou e não estou passando pano. Mas não vou deixar ele no fundo do poço. Não acho que a solução seja o isolamento total, viver nesse limbo de cancelamento virtual, inclusive eu acho que esse é o pior jeito para resolver qualquer coisa.

Meu posicionamento é: tá errado e pronto, tem que assumir os erros e assumir as consequências. Isso é inadmissível.

Espero que o relato de Vic possa abrir os olhos de muitas pessoas que possam estar vivendo em uma situação parecida. Muitas vezes uma relação assim não é clara pra quem vive e nem pra quem convive.

Cuidem de vocês mesmos e dos seus!

Pegando esse gancho, venho falar sobre outra coisa: Eu não vou mexer com música mais no momento.

Me sinto muito mal com tudo isso e pra mim foi o estopim. Quem tá perto de mim sabe que eu tô fritando muito com minha profissão, com Instagram, com as pessoas da música, com tudo que envolve fazer e lançar uma música.

Eu já venho planejando há um tempo, mudar de profissão.

Hot e Oreia acabou. Não faz mais sentido.

Não vai ter oreia solo. Não tenho tesão, nem inspiração pra música mais no momento. E não, não é só por isso que aconteceu, isso vem de um tempo já e esse foi o último sinal do universo pra mim.

Vocês não vão me ver mais no Instagram, nem em nada. Minha situação financeira tá ruim. Moro em BH sozinho, não tenho família em BH, pago aluguel e contas e não tô dando conta de pagar mais.

Vendi minha moto ontem pra terminar de pagar os aluguéis e tô saindo de BH. Eu morava aqui pela música e não quero mais no momento!

Vou devolver a casa alugada e ir pra roça. Meus pais moram lá, muita sorte eu ter eles ainda pra me ajudar, porque a pandemia me fudeu!

O dinheiro do Spotify não é muito, eu e hot somos dois e tem empresário, equipe, e etc. Grana mesmo era só de show (e não era muita).

Não estou fugindo da responsa de ser quem eu sou, e o que eu represento na música, mas não adianta continuar se eu não tô bem. Preciso me reencontrar e talvez seja fora da música.

Obrigado a todos e desculpa a fritação.

CRIAA

Sou Bruno “CRIAA” Inácio, desde 2002 falando sobre Rap na Internet,  editor-chefe da Rapgol Magazine, onde conecto os universos do rap e do futebol com conteúdo autêntico e relevante. Com foco na curadoria de histórias que refletem a essência da cultura urbana, também assino artigos e entrevistas que destacam a voz dos artistas e a vivência das ruas.