Artedeft, artista utiliza pintura e colagem digital para expor a realidade urbana e periférica
Hebert Amorim, artista que utiliza as técnicas de pintura e colagem digital, 27 anos, autodidata, nascido e criado em Senador Camará na zona oeste do Rio de Janeiro.
Começou a pintar no final de 2016 entendendo ser a forma mais genuína de expressão e comunicação com a comunidade e o público que convive.
Misturando a vivência de rua, música e referências de artista como: Salvador Dalí, Heitor dos Prazer, René Magritte, Hyeronimous Boch, Hanna Höch, Candido Portinari, Basquiat entre outros.
Hebert ao longo dos anos vem desenvolvendo suas técnicas e criando obras que dialogam e servem para expor a realidade urbana e periférica. Ele que já foi três vezes vencedor do desafio Masp e teve suas obras de artes expostas em galerias como: A Virada agora é Preta – Universidade Federal Fluminense (2020) Artefavelada – Anfiteatro Da Rocinha (2020) Vvdearte – Pedra do sal (2020) COART | CAÔ – Exposição virtual (2020) Sal60 – Mostra virtual, nos apresenta séries que nos fazem refletir sobre o cotidiano carioca.
Série Rio
As obras retratam a visão do artista sobre o Estado do Rio de Janeiro de 2018 até os dias atuais. Casos como o de Marcos Vinícius, Rodrigo Alexandre da Silva Serrano e Evaldo Rosa dos Santos são relembrados e fazem parte das construções artísticas. Recordando e registrando através da pintura e da colagem digital que no final é o sangue do povo que corre por esse Rio e um dia a enchente chega.
Série Releituras
Um olhar contemporâneo a obras já consagradas, dando assim uma nova perspectiva a elas. Misturando a vivência, a moda, os desejos e medos do dia a dia de um jovem negro brasileiro.
Série Política
O olhar crítico e sarcástico do artista sobre o cenário político dos anos de 2019 e 2020. O surrealismo presente em uma reunião ministerial que mais parecia uma briga de botequim. Onde palhaços e laranjas ditam as regras nesse lugar chamado Brasil.
Série Hell de Janeiro
A série mistura o sincretismo com a realidade carioca, dando novos olhares para velhas questões do cotidiano daqueles que vivem à margem sobretudo em um governo ausente.
Conversamos com o artista sobre sua vivência, inicio na arte e muito mais.
RAPGOL MAGAZINE – Primeiramente gostaríamos de saber, qual foi o seu primeiro contato
com a arte?
ARTEDEFT – Mesmo não fazendo, foi com o grafite. Sempre me chamava a atenção desde de criança, achava tudo aquilo incrível. Depois de velho que fui ir em exposições, procurar e pesquisar sobre pinturas no geral.
RAPGOL MAGAZINE – O que te motivou a iniciar e continuar com estas belas obras de
artes?
ARTEDEFT – Da vontade de me expressar na real, no começo era mais para colocar minhas brisas para fora, esvaziar a cabeça. Nunca pensei em trabalhar com arte. Com o tempo foi aparecendo pessoas querendo fechar trabalhos comigo ai eu vi que tinha como sobreviver com artes e estou até hoje nessa. E eu continuo justamente pelo mesmo motivo que comecei, preciso me expressar e o jeito que eu sei é fazendo arte.
RAPGOL MAGAZINE – Como autodidata, quais as ferramentas que você utiliza durante o
processo de criação?
ARTEDEFT – Meus trabalhos eu faço pelo adobe Illustrator ou Photoshop. Antes de começar algum trabalho, faço pesquisas, procuro imagens e assim vou criando os esboços da imagem com as minhas referências, memórias e assim vou dando vida a obra.
RAPGOL MAGAZINE – Seus trabalhos retratam bem o cotidiano das comunidades cariocas e
dialogam com grandes obras atemporais.
Você acredita que esta mistura consiga chamar a atenção de jovens
periféricos para as artes?
ARTEDEFT – Acredito que consiga chamar a atenção de todos na verdade, não só do jovem. Digo isso por experiência pessoal. Minha avó só viu uma mulher negra em artes, quando eu mostrei um quadro meu, eu nunca vou esquecer a sua reação, seu olhar, a sensação de pertencimento.
Mas precisamos criar pontos de cultura, de alguma forma trazer essas artes para perto deles, que eles consigam acessar facilmente esses lugares. Nem todo mundo tem tempo ou até mesmo dinheiro para ir pro centro do Rio.
RAPGOL MAGAZINE – Mesmo com pouco tempo de carreira, você tem em seu histórico algumas
premiações e participou de exposições.
Podemos esperar uma exposição só sua após este período conturbado de
pandemia que estamos vivendo?
ARTEDEFT – Bem, posso dizer que já esta rolando uma movimentação nesse sentido sim, mas não posso falar muito sobre. Mas no momento estou focando em estudar mais sobre arte e arte digital.
To com um projeto com um grande amigo e artista aqui do Rio, Senegambia (@senegambia81)
Estamos colocando Lambes pela cidade, no momento estou focado nisso.
RAPGOL MAGAZINE – Recentemente você criou a capa do single “Cordão de Ouro” com MV
Bill , Gasco, Bragadok e Daime. Falando sobre música, o que você
costuma escutar e o como a música te inspira?
ARTEDEFT – Música para mim é tudo, eu só consigo fazer minhas coisas escutando música.
Artedeft é por causa de uma banda chamada Deftones, com isso você já ver a importância da música na minha vida. Ultimamente estou escutando muito os projetos: ”A Prova de Nada” e ”PURGATORIUM” do ANTCONSTANTINO . Sempre estou escutando algum EP do Brasil Grime Show também. BK, KBrum, SD9, Major RD, Raffé, Jhowzin e muito mais.
RAPGOL MAGAZINE – As suas obras de arte estão à venda? Se sim. Como podem ser
adquiridas?
ARTEDEFT – No momento estou vendendo Prints , Só chegar na DM do instagram
ou entra em contato pelo Email: hebertdeff@gmail.com.
RAPGOL MAGAZINE – Deixe uma mensagem para todos que nos acompanharam até aqui.
ARTEDEFT – Queria agradecer pelo seu tempo. Se cuida e cuide dos seus. Tenha fé no seu corre, no seu sonho. No final só você sabe o peso da cruz que carrega. Só fé pra geral, muito obrigado pelo espaço.
Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.