A artista de Pelotas lançou o seu primeiro disco ” Filha do Sol” que traz dez faixas e está recheado participações especiais.
B.art cresceu em contato com a música e com a poesia, onde encontrou refúgio para sua veia artística. Em 2019 fez parte da residência artística do Projeto Concha e no mesmo ano foi selecionada no Edital Natura Musical para a produção do disco.
“Filha do Sol” chegou as ruas nesta segunda-feira (12) e o nome faz alusão a Ra, Deus do Sol, força vital e se faz presente no disco de diversas formas: como luz e calor, o sol como um lugar a ser alcançado e o sol como uma bola laranja no espaço que aquece o planeta rumo ao fim da humanidade. Com referências que vão de Solange, à Erykah Badu passando pelo Afropunk, transita por diversas sonoridades. Tudo bem costurado com beats e rimas em um álbum de 10 faixas produzido à distância por Diabelsmusic, de São Paulo. Nas participações, Nina Fola, zilladxg, Tay Oluá, Ébano e Marfim e o trapper Dalua colaborando com alguns adlibs.
As faixas abordam diversas temáticas, como a espacialidade, por ser uma mulher africana na diáspora, buscando se territorializar no sul do pais, em um estado majoritariamente branco. Passa pelo epistemicídio, a busca por poder e dinheiro, caindo em outros questionamentos acerca do mercado, do sistema e da globalização imposta pelo ocidente e seus efeitos. As marcas da colonização. Tentativas de fuga que ainda a mantém presa dentro do mesmo sistema que luta contra. Mesmo com dinheiro e poder, uma pessoa preta ainda é uma pessoa preta. “Uma pessoa preta sempre terá o mesmo poder que o seu povo”. E nessa busca por poder, outras questões são ignoradas, como as ambientais e a luta pela terra, por exemplo. Ter dinheiro e viver em um planeta que está pedindo ajuda e contribuir com a exploração, porque não existe riqueza sem haver exploração. O álbum visual busca contar essa história através de elementos estéticos que dão sentido à narrativa, com roteiro e direção da artista. Assista