Bryan, o craque indígena de 10 anos que viralizou com pinturas corporais

Bryan, o craque indígena de 10 anos que viralizou com pinturas corporais
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No último final de semana, um pequeno grande jogador chamou atenção do país inteiro. Bryan, de apenas 10 anos, viralizou nas redes sociais ao entrar em campo na Capixabinha Sub-10 com o corpo coberto por supostos “tatuagens”. Mas o que muitos não sabiam é que, na verdade, se tratam de pinturas tradicionais de sua aldeia, Pau Brasil, da etnia Tupinikim.

Bryan é atleta do projeto Craques do Futuro, no Espírito Santo, e leva para os campos mais do que talento: ele carrega sua história, sua cultura ancestral e o orgulho de seu povo. As pinturas não são apenas estéticas — cada traço tem um significado profundo: representam vozes ancestrais, símbolos da natureza, proteção espiritual e valores familiares.


Um símbolo vivo da resistência indígena

Além do talento com a bola nos pés, Bryan já participou da Festa dos Kurumins, que celebrou os 525 anos de resistência dos povos indígenas. Durante a celebração, as crianças Tupinikim reafirmam sua identidade, ecoam os ensinamentos dos antepassados e fortalecem a luta por reconhecimento e respeito.

A presença de Bryan em campo, com suas pinturas rituais, é um ato político, cultural e afetivo. Ele não apenas joga futebol — ele joga pela memória de seus ancestrais, pela sua aldeia e pela dignidade de seu povo.


Uma lição para o futebol brasileiro

Enquanto muitos jovens buscam tatuagens como símbolos de personalidade, Bryan ensina que a verdadeira identidade pode estar na ancestralidade. O futebol, tão diverso e popular, ganha ainda mais sentido quando abraça histórias como a dele — histórias que inspiram, ensinam e emocionam.

Bryan não quer apenas ser um jogador de futebol. Ele quer ser uma ponte entre seu povo e o mundo, levando as vozes que nunca se calaram para além dos limites do campo.