Carimbó ganha os palcos do Psica e ecoa como voz urbana da Amazônia

Carimbó ganha os palcos do Psica e ecoa como voz urbana da Amazônia

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🎶 Dia do Carimbó e a força que pulsa nas periferias de Belém

O 26 de agosto marca o Dia do Carimbó, em homenagem ao nascimento de Mestre Verequete, o “Rei do Carimbó”, símbolo da música popular amazônica. Desde 2014, o ritmo é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Iphan, coroando uma expressão afro-indígena que resiste, evolui e transforma.

Em 2025, essa celebração ecoa com ainda mais potência nos palcos do Festival Psica, em Belém, que reúne coletivos da nova geração do carimbó, como Batucada Misteriosa e Toró Açu, em um encontro inédito de música, território e identidade urbana.


✊🏾 Do quilombo à quebrada: o carimbó é presente e futuro

O Toró Açu vem do território quilombola de Abacatal, em Ananindeua (PA), misturando carimbó, guitarrada e ritmos afro-brasileiros com estética urbana e poesia de resistência. Já a Batucada Misteriosa, formada por jovens de Icoaraci, representa a força da juventude amazônida com percussão, batuques e sanfona, em batidas que falam da vida nas margens.

“O Psica não existiria sem o carimbó”, afirma Gerson Dias, sócio-fundador do festival.


🔥 Um novo palco para a tradição: o Psica como vitrine nacional

Mais do que uma atração local, o carimbó vive um renascimento contemporâneo — das rodas de rua aos line-ups dos maiores festivais alternativos do país. No Psica, o ritmo aparece com protagonismo, reafirmando que tradição não é passado, é território vivo.

“Nossa música é uma memória coletiva. Cada canção é uma forma de manter viva a história do nosso lugar”, comenta Dawidh Maia, do Toró Açu.

Esse movimento aponta para um futuro onde carimbó é símbolo de pertencimento, e não folclore decorativo. É linguagem política, raiz urbana, conexão ancestral e potência criativa.


🌳 O legado de Mestre Nego Ray e o Coisas de Negro

Em Icoaraci, o legado de Mestre Nego Ray resiste no espaço Coisas de Negro, berço de novos talentos e símbolo de continuidade cultural. A Batucada Misteriosa, surgida ali em 2016, representa essa geração que cresce com os tambores como bússola, traduzindo a poética do carimbó urbano.

“Somos o grupo mais jovem de Icoaraci, mas carregamos uma história de luta, som e pertencimento”, explica Yuri Moreno, integrante do grupo.


📍Carimbó é território: música que mapeia o Brasil profundo

Uma das marcas do carimbó está em sua geografia afetiva. Suas letras citam nomes, lugares, histórias reais, enraizando a música no chão de onde veio. Segundo o pesquisador Givly Simons, cada canção é também um mapa emocional da Amazônia — um registro vivo de comunidades, memórias e culturas.


🗓️ SERVIÇO

Festival Psica 2025
📍 O Retorno da Dourada
📆 12, 13 e 14 de dezembro
📍 Cidade Velha e Estádio Mangueirão – Belém/PA

🎟️ Ingressos:
R$125 (meia) | R$170 (solidária c/ 1kg de alimento) | R$250 (inteira)
👉 https://www.ingresse.com/festival-psica-2025/
📲 Siga: @festivalpsica


Por que isso interessa?

O carimbó é mais do que um gênero musical: é um movimento de território, resistência e futuro. O protagonismo de grupos como Toró Açu e Batucada Misteriosa mostra como as periferias amazônicas reinventam a tradição, ocupando palcos nacionais com identidade própria. O Psica se consolida como uma vitrine dessa nova cena, onde música é linguagem política e afirmação cultural.