O Campeonato Brasileiro 2023 iniciou no dia 15 de abril e mais uma vez, vinte equipes disputam o principal título nacional, que tem como atual campeão, o Palmeiras, que é também o maior vencedor com um total de onze conquistas.
Nesta edição, um dos grandes destaques fica por conta do predomínio das casas de apostas no patrocínio máster das camisas, já que 60% dos times têm como parceiro, uma empresa deste ramo de atuação. O site Mantos do Futebol preparou um infográfico mostrando as parcerias das casas de apostas com os times do brasileirão.
Foto de capa: Vítor Silva/Botafogo
Dentre as empresas do ramo que estão em evidência nesta temporada, o destaque fica por conta da Esportes da Sorte que tem sua marca divulgada no espaço nobre das camisas de Athletico Paranaense, EC Bahia e Goiás EC. Em seguida, aparece a Betano, que é o patrocinador máster do Atlético Mineiro e do Fluminense.
Depois disso, diversas empresas aparecem com apenas um time. São elas: a Parimatch futebol, que é patrocinadora do Botafogo, a Novibet, que é parceira do Fortaleza EC, a Sportsbet.io, que divulga sua marca na camisa do São Paulo FC, a EstrelaBet que patrocina a equipe do América Mineiro, a Betfair, que tem o Cruzeiro como patrocinado, a Pixbet, que aparece na camisa do Vasco da Gama, e por fim, a Blaze, que está na camisa do Santos FC, substituindo em cima da hora, a Pixbet, que chegou a aparecer nas camisas durante o lançamento, mas foi substituída no dia seguinte.
Se doze equipes estão com casa de apostas, outras oito tem companhias de outros segmentos como patrocinador máster, completando os outros 40%.
O segmento financeiro é o segundo na lista, aparecendo na camisa de quatro equipes, sendo duas delas, a mesma, o Banrisul, que patrocina as equipes do Rio Grande do Sul, o Grêmio e o Internacional. O Flamengo também tem um banco como patrocinador máster, o BRB (Banco de Brasília), enquanto na camisa do Palmeiras, o máster é da Crefisa, que é uma financeira.
Outros quatro segmentos aparecem em destaque nos times do Brasileirão. A Neoquímica, que estará com o Corinthians, representando o segmento farmacêutico, a Neodent, que patrocina o Coritiba e é do ramo Odontológico, a Drebor, que está no máster do Cuiabá e é uma empresa da indústria de pneus, e por fim a Red Bull, que dispensa apresentações e está com o Red Bull Bragantino.
Além de estar no espaço nobre da camisa de 12 times, todas as 20 equipes possuem algum tipo de acordo, seja para outras regiões da camisa, ou em outras propriedades, ademais, a Copa do Brasil e a Série B do Brasileirão, tem a Betano como “title sponsor”, enquanto a Betnacional, por exemplo, é uma das patrocinadoras da TV Globo, que detém os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.
Segmento vive auge, porém taxação proposta pelo governo pode afetar empresas
Do ano passado para este, houve um aumento de 15% no número de equipes que tem em seu máster uma empresa do ramo de apostas, ou seja, de nove para doze times, no entanto, segundo especialistas, apesar do segmento viver atualmente o seu auge, a tendência é que isso mude para os próximos anos, por conta do projeto de taxação proposto pelo governo federal, que pode afetar o lucro e fazer com que o investimento feito pelo setor diminua.
Fernando Haddad, Ministro da Fazenda do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, avisou há algumas semanas que o planalto pretende taxar as empresas e os apostadores do mercado de apostas esportivas, com o objetivo de arrecadar dinheiro através de novas fontes de receita, para tentar diminuir o déficit público.
A tendência é que as empresas tenham que pagar uma licença de R$ 30 milhões, válida por 5 anos, para atuar no país, mais o percentual de 15% de imposto sobre os lucros. Os apostadores, por sua vez, devem ser taxados em 30% sobre os valores dos prêmios recebidos, havendo uma isenção para ganhos que fiquem dentro do valor da primeira faixa livre de Imposto de Renda, atualmente em R$ 1.903,98.
Outras exigências devem ser previstas na medida provisória, como a obrigatoriedade de as casas terem registro no Brasil, contratarem funcionários brasileiros e possuírem capital social de no mínimo R$ 100 mil. Além disso, as companhias que vendem as apostas e aquelas que oferecem os meios de pagamentos vão ter de ser credenciadas pelo governo.
Essas medidas tendem a fazer com que no curto ou médio prazo algumas empresas menores não mantenham patrocínios para times e competições, ou que até mesmo suspendam a atuação no mercado brasileiro. Sendo assim, é bem provável que para as próximas edições, vejamos menos times com patrocinadores do ramo.
Regulamentação deve enfim sair do papel
Apesar de legalizadas no Brasil desde 2018, as apostas ainda não foram regulamentadas e por isso ainda não são tributadas, no entanto, como o governo federal vê com bons olhos a taxação deste aquecido mercado, o mesmo deve também enfim regulamentar o setor, algo que era pra ser feito até dezembro do ano passado, mas não foi colocado em pauta pelo ex-presidente.
Especialistas no entanto, acreditam que a regulamentação será benéfica para as casas que atuarem dentro das regras, bem como para os apostadores, já que desta forma, a fiscalização também aumentará, já que o governo promete que parte do valor arrecadado com as licenças, irá para uma agência reguladora que terá a função de combater a lavagem de dinheiro relacionada ao segmento e investigar apostas que fujam do padrão, fazendo assim com que sejam cada vez mais combatidas as tentativas de manipulação de resultados, além é claro, da criação de campanhas sobre jogo responsável, algo que é totalmente necessário e benefício para o setor.
Via. Mantos do Futebol