Recentemente falando sobre o Stonewall F.C., fundado em 1991 pelo jogador de futebol amador Aslie Pitter e o primeiro time de futebol LGBTQIA + da Grã-Bretanha. É considerado um dos mais importantes na luta pelos direitos e proteção.
Esta matéria foi elaborada com infos da reportagem feita por Antonio Mota para o site 90 min.
Aqui no Brasil temos a Ligay BR, o maior torneio de futebol LGBTQIA+, surgiu no final de 2017, no Rio de Janeiro, após um aplicativo de encontros promover um campeonato em São Paulo com esse mesmo foco. Na época, oito clubes se reuniram e decidiram começar o torneio. Hoje está organizada nas cinco regiões do Brasil, tendo 45 equipes filiadas.
Trata-se se um movimento de inclusão através do esporte, no qual a gente tem como lema ‘O esporte é para todos’. Por que isso? Porque a gente sabe que no esporte, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, tem um preconceito com a comunidade LGBT, que fica dizendo qual esporte que o LGBT pode praticar. Normalmente, é nado sincronizado, patins ou qualquer outra coisa assim bem estereotipada, né? Então a gente quer mostrar que o futebol é para todos, todas e todes, em qualquer esporte. Que podemos praticar esporte independentemente da sexualidade”
A Ligay tem com ideal, o fazer muito mais além dos campos. Renan Evaldt, explicou um pouco o processo para que um clube esteja inserido na liga.
“A Ligay não faz só o campeonato, mas todas as equipes que são filiadas à Ligay têm por obrigação estatutária, para poder participar da liga, desenvolver ações sociais nas comunidades em que estão inseridas. Então, a nossa proposta é fazer um esporte diferente do que tá aí, mais inclusivo, que tenha a sociedade participando para que as comunidades locais olhem os gays e os LGBTs de maneira diferente daquilo que acham que são. Então a gente quer fazer um pouquinho diferente”.
Mesmo sendo uma liga amadora, a Ligay é extremamente organizada, com site, redes sociais e regulamentos das competições bem estruturados, programação anual etc.
“A Ligay coordena esses trabalhos nas equipes e em cada uma delas nas cidades. Como que faz pra abrir uma conta corrente? Como que faz pra organizar um clube? Toda essa parte administrativa, a Ligay fornece aos filiados. A gente orienta, dá um norte, divide experiências que foram feitas no passado e na própria Ligay também“
Mas nem tudo são flores, existem dificuldades e estas estão ligadas principalmente em conseguir patrocínio.. Segundo Renan, encontrar apoiadores para os times LGBTs e para o torneio é o mais difícil. Ele destaca
“É importante dizer que, em matéria de dinheiro, a Ligay e os clubes não têm nenhum incentivo público pra fazer acontecer”.
“A nossa maior dificuldade é realmente encontrar dinheiro. Fazer um evento desses não é barato. Na Na edição de Porto Alegre, foram gastos 80 mil reais, que nós conseguimos levantar através de parcerias e muito dinheiro pessoal envolvido. Transporte, estadia e alimentação é por conta de cada atleta, se o clube se organizou para conseguir pagar para todo mundo, diminuir os custos com festas, com rifas, enfim, com trabalhos ao longo do semestre, do ano, ok, mas cada um pagou as suas despesas pra vir”, explica o diretor financeiro.
“Não que eu esteja dizendo que ninguém quis patrocinar porque somos LGBTs, a gente sabe que não tá fácil pra ninguém, que tá difícil para o esporte como um todo. Mas, mesmo com toda nossa organização, ainda há empresas com receio de associar sua marca a um projeto LGBT consistente, que dura o ano inteiro.”
Para conhecer mais sobre a LigayBR é só acessar o site oficial da liga.