Conmebol cria força-tarefa contra racismo no futebol com Ronaldo como coordenador

Conmebol cria força-tarefa contra racismo no futebol com Ronaldo como coordenador

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Ex-jogador lidera grupo que discutirá punições mais severas e ações de prevenção

A Conmebol anunciou a criação de uma força-tarefa para combater racismo, discriminação e violência no futebol sul-americano. O grupo será coordenado pelo empresário e ex-jogador Ronaldo Nazário, que participou da reunião realizada nesta quinta-feira (27), no Paraguai.

O encontro contou com a presença de ex-atletas como Léo Moura, Mauro Silva, Dilma Mendes, Lugano, Ruggeri, Carlos Tevez e Caniggia, além de representantes das associações que compõem a Conmebol e de governos da América do Sul.

Ronaldo propõe comitê permanente

Ronaldo se mostrou motivado com a iniciativa e sugeriu que o grupo tenha atuação permanente no combate ao preconceito nos estádios.
“Tivemos ideias bacanas e compromisso de todos de avançar com medidas mais severas e de prevenção. Saio daqui muito animado”, afirmou o ex-atacante.

O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, participou virtualmente da reunião e classificou o encontro como um “dia histórico”. Ele destacou que a confederação foi a entidade que mais aplicou punições contra atos racistas, mas reforçou que não concorda com punições esportivas, como perda de pontos ou eliminação de clubes cujos torcedores cometam atos discriminatórios.

Debate sobre punições gera polêmica

A discussão sobre punições foi um dos pontos centrais da reunião. A Conmebol defende medidas severas, mas sem prejudicar atletas e comissões técnicas por atos cometidos fora do campo.
“Não queremos castigar as pessoas equivocadas. O que tem a ver um jogador, uma comissão técnica, com coisa que acontece fora do campo?”, questionou Domínguez.

Ronaldo também concordou com a visão do dirigente:
“Não vejo a punição esportiva como solução viável. Vamos nos reunir mais vezes para ver as decisões que vamos tomar em relação a isso, com punições mais duras.”

Punição ao Cerro Porteño foi considerada branda

A criação da força-tarefa acontece após críticas à punição aplicada ao Cerro Porteño, multado em US$ 50 mil e proibido de levar torcida ao restante da Libertadores Sub-20, após atos racistas contra torcedores do Palmeiras. A punição foi considerada leve pela diretoria do clube brasileiro.

Como forma de protesto, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, não participaram do sorteio dos grupos da Libertadores 2024.

A polêmica aumentou após Domínguez utilizar uma expressão considerada racista por brasileiros durante o evento de sorteio, ao ser questionado sobre a importância dos clubes do Brasil na competição.