A história de Danilo Souza com a música é um testemunho inspirador de sua jornada desde sua infância no Jardim Nakamura, na zona sul de São Paulo, até sua ascensão como trapper Danzo. Sua trajetória artística começou a tomar forma nas batalhas de rap da capital paulista, onde ele transformou suas experiências em versos autênticos. Ao longo dos anos, Danzo explorou várias facetas do rap e do funk, culminando em um estilo distinto e inovador que cativou os fãs.
Desbravando São Paulo com Ritmo e Mensagem
Sua evolução artística foi marcada pelo lançamento do single “Nasci pra Isso” em 2018, que marcou uma virada significativa para o trap em sua música. No ano seguinte, “Nike Bolha” foi um divisor de águas, impulsionando-o para o cenário musical com mais de 8 milhões de visualizações em seu videoclipe.
A entrada na Boogie Naipe e a colaboração com o selo Labbel Records solidificaram seu status como uma promessa do trap. As influências do Racionais MC’s, Djonga, MC Daleste e MC Hariel moldaram sua jornada artística, enquanto ele continuava a criar e experimentar novos sons.
Mixtape ” O Cenário Certo Pro Teatro Perfeito “
Danzo apresenta sua última criação, a mixtape “O Cenário Certo Pro Teatro Perfeito”, uma ode às suas raízes e à diversidade musical que o inspirou. Ao longo de 13 faixas, ele combina elementos do trap e do funk para criar uma experiência única. Com produção musical de diversos talentos, a mixtape é uma fusão de gêneros que reflete suas origens e ambições. Danzo explora suas vivências no Jardim Nakamura, compartilhando histórias autênticas e significativas.
O rapper conversou com a Rapgol Magazine
Nesta entrevista, Danzo compartilha suas origens e como o rap e o funk influenciaram sua jornada musical. Ele destaca artistas como Hariel e Djonga como inspirações cruciais, moldando sua abordagem ao rap. Seu processo criativo é revelado como uma fusão de momentos da vida cotidiana e reflexões profundas, buscando sempre transmitir mensagens autênticas.
Danzo discute a importância de abordar temas sociais em suas letras para se conectar com seu público e criar identificação. A evolução de seu estilo ao longo dos anos é destacada, enfatizando o amadurecimento de suas composições e a conexão mais profunda com sua audiência.
Ao discutir sua mixtape mais recente, ele explora sua motivação para ampliar o espaço para a representação da favela no trap, buscando uma abordagem mais brasileira. Ele compartilha os desafios enfrentados na seleção das músicas para o projeto e deixa uma mensagem de gratidão e entusiasmo para seus fãs, que são fundamentais para sua jornada.
CRIAA
Leia a entrevista completa abaixo:
Rapgol Magazine: Como suas origens influenciaram sua abordagem à música e ao rap?
Danzo: Então, de onde eu vim, sempre tocou muito rap e muito funk. Eu sempre vi pessoas falando sobre isso. É um tipo de música que vem da nossa cultura, né? Eu sempre estive muito perto do Rap, do funk. Tanto que eu comecei no funk, depois eu fui mudando para o rap. Então da onde eu vim, querendo ou não, a música chega pra gente como um sonho, e também como uma profissão.
Rapgol Magazine: Quais artistas ou gêneros musicais tiveram o maior impacto em sua jornada musical?
Danzo: Os gêneros que mais me inspiraram na minha jornada musical, e também na minha vida, foram o Rap e o Funk. Na minha pré-adolescência e adolescência, eu ouvia muito Hariel é Djonga. Esses artistas me impactaram muito.
Rapgol Magazine: Pode nos contar um pouco sobre seu processo criativo ao compor letras e melodias para suas músicas?
Danzo: Meu processo criativo é meio maluco. Eu escrevo música de várias formas. Escrevo quando eu tô na rua, quando eu tô indo para algum lugar… Sempre estou pensando em música, anotando informações, para conseguir passar coisas para as pessoas que elas também se identifiquem. Esse é um pouco do meu dia a dia e meu processo criativo.
Rapgol Magazine: Suas letras muitas vezes abordam temas sociais. Qual é a importância para você de transmitir mensagens significativas por meio de suas músicas?
Danzo: A maioria das vezes que eu insiro temas sociais nas minhas letras, é para que as pessoas se identifiquem. Porque a gente gosta que o som transmita algo que faça com que as pessoas falem: “caramba, tipo, eu também passei por isso, isso acontece sempre por aqui e tal”. Eu gosto de levar minha música pra esse lado também, para as pessoas sentirem, para transmitir algo bom, que elas se identifiquem.
Rapgol Magazine: Como você vê a evolução do seu som e estilo desde o início da sua carreira até agora?
Danzo: Eu vejo muita evolução no meu som tipo. Antigamente, eu fazia uma parada muito para me divertir, né? Talvez um pouco meio jogado, até. Hoje em dia eu faço já com sentido mais profissional. Eu sei que ainda tenho muito para amadurecer, mas já amadureci muito de lá para cá. Eu já entendo mais como devo colocar minhas palavras nas músicas, para que as pessoas não entendam errado ou se ofendam. Eu consigo colocar melhor o meu som para as pessoas.
Rapgol Magazine: Qual é a importância da relação com seus fãs para o seu crescimento como artista?
Danzo: Para mim, o que tem mais de importante é a minha relação com os fãs. Porque é para quem eu entrego o meu som, né? É quem vai ouvir, quem vai curtir e se identificar. Não teria muita importância se eu não tivesse as pessoas para me escutar, se eu não estivesse ali falando com eles, recebendo os comentários, mostrando que estão presentes… Então pra mim, o que mais importa é a presença deles.
Rapgol Magazine: Fale um pouco sobre algumas das colaborações mais memoráveis que você teve até agora em sua carreira.
Danzo: A colaboração mais memorável, que fica mais na minha cabeça, foi a que eu fiz com o Marcelo D2, pelo Tropkillaz. Porque ele é muito relíquia, está há muito tempo construindo uma jornada importante na história. Outra colaboração importante foi com o Mc Rodolfinho, que também é uma relíquia e que eu ouvi muito quando criança. Não que sejam melhores do que os outros, mas para mim foi muito marcante. E tem o single “Resumo”, né, que eu fiz com o Kyan, Veigh e Vino… Isso pra mim foi o mais louco, não tem jeito.
Rapgol Magazine: Qual é o impacto cultural que você espera alcançar com o seu novo projeto?
Danzo: Com essa tape eu quero chegar na mente das pessoas de uma forma diferente. Eu dei um espaço maior para quem fala da favela no Trap. Um espaço maior para quem mistura o funk, faz algo abrasileirado. Algo mais pra cá mesmo. O favela vai falar de favela. Eu quero dar esse espaço. Não que não exista, mas ainda é muito pouco.
Rapgol Magazine: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao longo da construção deste novo projeto e como conseguiu superá-los?
Danzo: O maior desafio, de longe, foi escolher os sons. Porque a gente acaba fazendo mais sons do que eu esperado. Mas tem que ter um limite, né, para entregar bem para o pessoal. Então para mim, isso foi difícil porque eu gosto de fazer música. Tem a parte das ideias e de toda a construção. Mas a seleção das músicas é mesmo a parte mais difícil, realmente algumas acabam ficando guardadas para uma próxima oportunidade.
Rapgol Magazine: Deixe um recado para os fãs que acompanharam até aqui.
Danzo: Pra geral que é meu fã, eu quero dizer que eu amo muito todos vocês. Vocês que estão me dando suporte até aqui, estão sempre do meu lado, sempre esperando mais um som. Isso me move a lançar coisas novas. Quero agradecer todo mundo que está compartilhando, está curtindo, e que tá conferindo essa entrevista com a Rapgol! Espero que todo mundo ame muito e que a Mixtape gire o mundo! Haha
Escute agora!
https://open.spotify.com/intl-pt/album/7wjzkS9hpvRHEadLHagk4D