DJ Brum conversa com a RAPGOL Magazine e fala sobre seu lado pessoal e profissional em entrevista

DJ Brum conversa com a RAPGOL Magazine e fala sobre seu lado pessoal e profissional em entrevista

dj brum

Autor – Roger Morais

Nascida no interior de São Paulo e vivendo em Florianópolis, Bárbara Bonifácio Brum da Silva, mais conhecida como DJ Brum tem 26 anos, é virginiana, e está no seu sétimo ano atuando profissionalmente como DJ e produtora cultural. Ao longo desse tempo, vem conquistando adeptos por todo o Brasil, o que fez que se tornasse nacionalmente conhecida, com participações em diversos eventos culturais pelo país.

A artista costuma trabalhar seus sets com o Rap e o Funk, mas nunca deixa de lado o R&B, o Grime, o Drill, entre outros, mostrando que sua sonoridade é bastante versátil.

E tudo isso fez com que Brum tivesse a ideia de trazer à luz o evento que é considerado seu símbolo, o Baile da Brum. O evento já conta com diversas edições e conquista adeptos a cada dia, além de reunir artistas do Rap, do Funk e demais gêneros associados a cultura de rua.

Obviamente nós da RAPGOL Magazine não poderíamos deixar passar batida a oportunidade de conversar com Brum, que prontamente nos atendeu e concedeu entrevista exclusiva, onde conta um pouco sobre o início de sua trajetória como profissional, suas preferências dentro da música e desafios, além de contar um pouco sobre seus trabalhos pelo país.

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RAPGOL Magazine – Agradecemos imensamente por dedicar seu tempo para conversar conosco. Conta para quem ainda não lhe conhece, quem é a Brum e de onde ela veio?

BrumEu quem agradeço o convite, respeito muito o corre da revista a algum tempo e fico muito lisonjeada por ser capa dessa edição! Então, meu nome é Bárbara Brum, por isso o Brum do DJ Brum. (risos)

Eu sou uma DJ, produtora cultural e musical natural de São José dos Campos, interior de São Paulo. Morei muito tempo na capital, na Zona Leste – na Patriarca – e atualmente eu moro em Florianópolis, em Santa Catarina, e aqui que nasceu meu neném: o Baile da Brum.

RAPGOL Magazine – Desde quando você iniciou na carreira musical e como foi esse início pra você?

BrumEu me tornei DJ desde 2015 pra 2016. E foi um processo bastante natural porque eu já era envolvida com a dança urbana desde os 15 anos, então sempre soube o que era “musica pra dançar” (risos).

Fui aprimorando esse conhecimento e aprendendo como tocar, o que eu quero, e tocar o que as pessoas querem, educando a pista com meu gosto pessoal mas também aprendendo com o público e outros DJs que eu fui conhecendo, me mantendo antenada nas tendências dos meus segmentos.

RAPGOL Magazine – Qual foram ou quais tem sido até aqui as maiores dificuldades e obstáculos enfrentados como profissional?

BrumAlém dos obstáculos óbvios, que é eu sendo eu nos espaços majoritariamente masculinos e/ou brancos, minhas maiores dificuldades estão relacionadas ao fato de ter uma carreira FORA DO EIXO.

Morar no Sul é bem complicado. As coisas acontecem muito mais pros artistas que estão no Rio de Janeiro e em São Paulo. E eu acho que eu ainda quebrei muito esse padrão porque tem bastante gente que me conhece pelo Brasil, mas tenho certeza que eu teria muito mais oportunidades profissionais se eu não morasse tão longe.

E assim vejo que acontece com muita gente foda que mora no Sul.  Ainda assim, amo o que eu estou construindo na cidade onde eu moro e não pretendo voltar a morar no Sudeste por enquanto, Só vou colar pra trabalhar mesmo, como tenho feito.

RAPGOL Magazine – Quais são as suas grandes referências musicais?

BrumPrimeiramente: a Beyoncé e o Michael Jackson. Mesmo que eles não exerçam exatamente a mesma função que eu, eu acho a visão de entretenimento e mercado desses dois a minha referencia suprema!

E depois, meus amigos de caminhada: Kamau, DJ Nyack, Andre Bidu, Mu540Mitay, CLEMENTAUMDolaAk1nBila ap3n4s, Givv e alguns mais. Vou citar esses que são meus fiéis e seguem sendo minha referencia mesmo sem saber disso. <3

RAPGOL Magazine – Com quais estilos musicais você mais gosta de atuar nos seus sets?

BrumRap, R&B e Funk seguem sendo os favoritos. Algum flerte firme ali com o Trap, Afrobeat, Drill, Grime e AfroHouse.

 

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RAPGOL Magazine – Sabemos que você já atuou e continua atuando em diversas festas e eventos culturais pelo país. Pode contar para nós alguns dos que você considera os mais importantes até aqui?

BrumEsses dias eu toquei no STU, no nacional de Skate, foi especial pra caralho. No Arvo Festival que eu abri pra Luedji Luna, transcendi de amor (risos). Show do SidokaMC Levin e MC Caveirinha num Festival em Porto Alegre foi uma experiência maluca também, fiquei fã do Sidoka aquele dia. Em cima de um trio elétrico na Parada LGBTQIA+ pra 10 mil pessoas também foi foda, é inexplicável a sensação de ouvir uma multidão tão grande cantando o que você está tocando…

Minha primeira vez tocando em São Paulo num evento que eu abri pro Mr. Bim [E eu nem sabia que era ele] também foi MUITO pica. Minha primeira vez no Rio de Janeiro tambem foi bem especial, na Casa Black Rio. E a vez que eu fiz um B2B com o Kamau nos toca discos num especial J Dilla a uns anos atrás. Tem muita coisa que eu vivi que agora eu nem lembro e que foi foda a beça, mas na superfície da mente estas são as mais marcantes.

RAPGOL Magazine – Vimos a sua participação no Reality HER, conduzido pelo portal KondZilla, que reuniu produtoras musicais de todo o país para desafios. Como foi para você participar deste trabalho?

BrumFoi um marco na minha vida. De verdade, esse Reality me abriu e vai me abrir muitas portas na minha carreira. Um beijão pra Alana Leguth! <3

RAPGOL Magazine – O que você mais gosta de fazer quando não está sob um controlador e uma mesa de DJ?

BrumEu gosto de dançar e gosto de estudar o comportamento humano. Já li bastante sobre Neurociência Cognitiva, sobre Astrologia e sobre os Arquetipos de Carl Jung – Formas “místicas” ou cientificas de tentar entender como funcionam as pessoas.

RAPGOL Magazine – Como você tem enxergado o atual cenário dos gêneros musicais?

BrumOs questionamentos de gênero tem refletido bastante no que tem sido enfatizado no cenário musical e nos palcos das festas que eu acompanho….Vejo um futuro maneiríssimo pras mulheres MCs e DJs e finalmente vejo as pessoas se mobilizando pra entender e dar voz e vez pras pessoas trans.

RAPGOL Magazine – Poderia citar três artistas que, do seu ponto de vista, merecem maior destaque?

BrumRomano e Cristal, dois artistas extremamente talentosos aqui do Sul do pais. E Torya, uma zikona de São Paulo.

RAPGOL Magazine – Como tem sido para você lidar com seus trabalhos e projetos em meio a uma pandemia que já dura mais de dois anos e que vem assolando nossa sociedade?

BrumNo inicio foi BEM puxado. Não diminuíram os trabalhos, eles simplesmente deixaram de existir pra gente que trabalha com eventos.

Durante a quarentena eu fui professora de Discotecagem por aulas remotas pelo Instituto Federal, o IFSUL, com diploma reconhecido pelo MEC e tudo. Foi a parada que me manteve durante os momentos sombrios (risos).

Mas atualmente estamos retomando as atividades de grande público. Tudo ainda bem delicado e precisando ser feito com cautela. Recentemente adiei um baile com FBC, Ebony e Yung Nobre no line previsto pra mais de mil pessoas de publico por conta dessa ultima onda de Influenza e variante da COVID-19… Ou seja, está melhorando, mas a pandemia ainda está aí…

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RAPGOL Magazine – Nós da RAPGOL Magazine escrevemos sobre música e o lifestyle do futebol. Você gosta de camisas de time? Se curte, pode nos contar quais são as suas três favoritas?

BrumEu amo camisa de time nos outros, mas não uso. Fico viajando vendo elas nos sites e quando lança as coleções mas eu nao uso tanto porque acho que não favorece muito eu (risos).

Amo a do Corinthians pois sou Corinthiana não praticante, aquela retro é a mais linda. Aquele modelo de edição comemorativa do Japão e aquela da Coréia, de animal print, sabe? Muito linda.

RAPGOL Magazine – O “Baile da Brum” é um evento já super marcado pelos admiradores e que já trouxe para cantar ao palco diversos artistas renomados no cenário underground. Como foi e continua sendo levar a frente um projeto como esse?

BrumEu amo muito poder construir um movimento que faz girar os artistas que acredito desse Brasil, dos gêneros musicais que eu faço parte da cena. Não consigo falar muito sobre isso sem entregar os próximos passos. Mas tem muita coisa foda pra acontecer…

RAPGOL Magazine – Qual a mensagem que você gostaria de deixar para a galera?

BrumMinha mensagem é pra todo mundo que quer mudar, começar algo e tá com medo. Gente, nunca vai existir o momento que a gente se sinta 100% preparado e pronto pra algo, sempre tem coisas que precisam ser aprendidas e aprimoradas durante a caminhada mesmo, não enquanto a gente tá se preparando pra começar.

E outra coisa, não deixe na mão dos outros sua confiança e auto estima. Tenha uma percepção e uma satisfação autônoma sobre seus planos e seus pequenos sucessos que independa de outras pessoas, até mesmo os amigos próximos. É muito massa quando todo mundo tá aplaudindo nós, mas se você vira refém dos aplausos de repente você nem é mais você. Não deixe isso acontecer.

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Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.

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