Eazy Kaos conversa com a Rapgol e fala sobre luto, fé e amor contidos no álbum “Vida: Amor & Dor”

Eazy Kaos conversa com a Rapgol e fala sobre luto, fé e amor contidos no álbum “Vida: Amor & Dor”

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Eu conheço o Eazy Kaos há mais de 20 anos. Mais do que um artista, ele é um grande amigo, alguém com quem dividi conversas sobre a vida, sobre música, sobre os sonhos e as dores que a quebrada nos apresenta. Estar ao lado dele ao longo dessas décadas foi testemunhar de perto a construção de uma caminhada marcada pela resiliência, pela coragem e, acima de tudo, pela verdade. E é essa verdade que transborda em cada verso, cada batida e cada silêncio de “Vida: Amor & Dor”, seu primeiro álbum solo.

Eazy sempre foi um cara discreto. Não era o tipo que se perdia em números, likes ou aparências. Sempre priorizou a essência, o conteúdo, o impacto real. E quando decidiu, finalmente, entregar ao mundo o seu álbum solo, fez isso sem máscaras, sem personagens e sem medo de se expor. Conhecendo sua história, sei o quanto essa decisão foi difícil, mas também necessária. Esse projeto não é só uma coleção de músicas: é um desabafo, um alívio, uma libertação de fantasmas que o acompanharam durante anos.

É impossível não sentir o peso e a densidade do disco, mas também é impossível ignorar a leveza que ele carrega em cada faixa, como se fosse um sopro de vida em meio ao caos. O que Eazy compartilha aqui não é só música: é uma carta aberta de alguém que escolheu se colocar inteiro na linha de frente, sem desculpas, sem justificativas, apenas com a coragem de ser humano. Ele fala de amor, mas não do jeito raso que estamos acostumados. Fala de amor como algo que atravessa a existência — amor de mãe, amor de filho, amor de homem, amor à vida, amor ao que se é, amor ao que se perdeu. E fala também da dor — aquela que é invisível aos olhos, mas que molda quem a gente se torna.

Ao longo da nossa conversa, Eazy compartilha suas cicatrizes e suas vitórias, conta como cada faixa desse álbum é uma batalha vencida contra seus próprios demônios e revela o peso e a liberdade de assinar 100% do projeto: letras, produção, capa, mixagem, masterização. Mais do que um exercício de controle criativo, essa escolha é um testemunho da sua busca por autonomia, por não depender de ninguém para expressar sua verdade. E no fim das contas, é isso que torna esse trabalho tão especial.

“Vida: Amor & Dor” não é um álbum fácil. Ele não é feito para ouvir no fundo enquanto se faz outra coisa. Ele exige atenção, exige entrega, exige conexão. É um disco que incomoda, que provoca, que toca em feridas que muitos prefeririam ignorar. E ao mesmo tempo, é um disco que acolhe, que dá colo, que nos lembra que, mesmo nos dias mais sombrios, há sempre um motivo para continuar. Porque, como o próprio Eazy diz, antes de sermos homens, somos humanos. E essa humanidade, com todas as suas falhas, medos e incertezas, é o que torna essa obra tão necessária.

Ao terminar essa conversa, eu fiquei pensando em como é raro, hoje em dia, encontrar alguém que ainda acredita no poder transformador do rap. Alguém que faz música não para alimentar o próprio ego, mas para tentar tocar vidas, para acender luzes em meio à escuridão. Eazy Kaos é esse alguém. E eu tenho orgulho de dizer que acompanhei sua trajetória desde o começo, que vi de perto suas lutas e conquistas, e que hoje, posso apresentar essa entrevista para vocês com o mesmo respeito e admiração que sempre tive por ele.

Então, se você chegou até aqui, respira fundo, abre o coração e mergulha nessa conversa. Porque o que o Eazy tem pra dizer vai muito além de música. É sobre a vida, sobre o amor e sobre a dor — e sobre como, no fim, tudo isso pode ser transformado em arte.

Acompanhem a entrevista completa a seguir e descubram o que torna “Vida: Amor & Dor” uma obra tão única.