Ebony no Match O Papo: “A estrutura do rap foi pensada para o homem” – e ela explica por quê

🎤 Ebony no centro do debate: rap, identidade e liberdade

Ebony, uma das vozes mais potentes da nova geração do rap brasileiro, é a terceira convidada do podcast Match O Papo, do Tinder. No episódio, que vai ao ar dia 21 de outubro de 2025, ela abre o jogo sobre relacionamentos, bissexualidade, construção artística e machismo estrutural no rap.

Mais do que entrevista, é manifesto.

❤️ Tinder, dates e autenticidade

Entre risadas, Ebony contou sobre sua experiência usando Tinder:

“Tive encontros muito legais. Em Bangu, fui em um date e tenho o livro do menino até hoje: Guia dos Mochileiros da Galáxia.”

Mas quando o assunto é flerte fora da internet, ela manda a real:

“Eu morro de medo de print. Prefiro o ao vivo.”

Autêntica até na paquera.

🎵 Do rock ao rap, do palco ao pop

Ebony revela que seu caminho no rap veio via rock:

“Comecei a interagir com o rap ouvindo Charlie Brown.”

Hoje, ela transita entre rap, pop e performance, mas com consciência do sistema:

“A estrutura do rap que a gente tem hoje foi muito pensada para o homem.”

Ela explica com precisão:

“Não sei se eles passam maquiagem horas antes do show… eles não esquentam nem a voz. Quando vi que a estrutura era essa, percebi que eu precisava da estrutura que já existe no pop.”

O recado é claro: rap também precisa profissionalizar e incluir as mulheres.

🚀 Palco, estética e poder

Ebony já brilhou nos maiores festivais do país:

• The Town
• Afropunk
• Rock The Mountain

Com estética ousada e letras que unem vulnerabilidade e força, ela virou superpotência do rap nacional e referência para outras artistas.

👑 “Não estou disposta a ser mina de ninguém”

Ebony rejeita o papel imposto às mulheres no rap:

“Minha relação com rappers sempre foi sobre a possibilidade deles terem uma relação comigo. Não estou disposta a ser ‘mina’ de ninguém.”

Ela não culpa os homens individualmente, mas o sistema:

“Não odeio homens. Acho que a construção deles na sociedade os corrompeu.”

🔥 Persona, desejo e maturidade

Ebony fala sobre derrubar a imagem hiperssexualizada que esperavam dela:

“Entendi que essa persona podia cair, e minha forma de interagir com os homens mudou.”

Hoje, ela usa autenticidade como escudo:

“Minha personalidade é o melhor filtro. Só me envolvo com quem vê além da miragem.”

🌹 Força + vulnerabilidade = Ebony

O episódio mostra uma artista que:
✅ Questiona estruturas
✅ Reescreve narrativas
✅ Assume sua voz e sua sexualidade
✅ Transforma palco em território político
✅ Mostra que se conhecer é ato revolucionário

“Não há nada mais atraente do que se conhecer de verdade.”

💡 Por que isso interessa?

Porque Ebony representa a virada do rap brasileiro.
Porque ela expõe o machismo estrutural do gênero com lucidez.
Porque coloca o corpo feminino no centro da criação — não na margem.
Porque mostra que rap também pode ser espaço de cuidado, estética, profissionalismo e liberdade.

Ebony não está apenas no rap.
Ela está mudando as regras do jogo.

CRIAA

Sou Bruno “CRIAA” Inácio, desde 2002 falando sobre Rap na Internet,  editor-chefe da Rapgol Magazine, onde conecto os universos do rap e do futebol com conteúdo autêntico e relevante. Com foco na curadoria de histórias que refletem a essência da cultura urbana, também assino artigos e entrevistas que destacam a voz dos artistas e a vivência das ruas.