Especial: Faixa Preta Festival – Confira o que rolou no evento

Aconteceu neste último sábado (16) o Faixa Preta Festival. O termo “Faixa Preta” é muito comum entre os jovens, e é designado às pessoas que são consideradas as nossas chegadas, as quais podemos depositar confiança; ou por quem é muito bom naquilo em que se dedica a fazer em algum trabalho, representando toda a coletividade das favelas e do asfalto pobre.

O festival contou com o apoio e patrocínio da Secretaria Especial da Juventude Carioca, e teve o intuito de celebrar a verdadeira estética da cultura periférica, antes marginalizada, buscando trazer em evidência e dar visibilidade a artistas e criadores de conteúdo oriundos das favelas, fortalecendo a música, o esporte e a arte, e entretenimento.

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vários artistas passaram pelo “faixa preta festival”

Entre os artistas presentes, estiveram: Djonga, Poze do Rodo,  Black Alien, BK’, Major RD, Tasha & Tracie, TZ da Coronel, Ebony, Hyperanhas, FP do Trem Bala, Tamy,  DreeBeatmaker part. Necão, Jotta, Lucas Dow e GDois; Britney’s Crew; Yasmim Turbininha; Afrolai; Bruno X;  WLDZ;  Mestre LP; Ritmo de Favela; Kmina; Dom Negrone; Aira O Crespo; Edu Ribeiro; Calvet; Allencar; Vitor André e A Quadrilha.

Com mais de 15 horas de duração, trata-se do primeiro evento pós-pandemia voltado para este segmento de público em um local tão consagrado da Cidade Maravilhosa: A Praça da Apoteose, no sambódromo do Centro do Rio de Janeiro.

O Faixa Preta já pode ser considerado um marco na história da cultura de rua. E nós da RAPGOL Magazine estivemos presentes no evento, onde tivemos a oportunidade obter alguns registros desse dia marcante, em uma reportagem especial que você pode conferir abaixo:

Agradecimentos: Gabriela Anastácia
Fotografia: Ana Paula Santana
Arte: CRIAA

Vídeos – Faixa Preta Festival & CRIAA

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A expectativa da organização do evento é a de que pelo menos 15 mil pessoas compareceram neste último sábado na Sapucaí. Os artistas se dividiram em dois palcos, uma pista de skate e uma galeria de exposição de artes, além do fliperama, loja de roupa e lounge para descanso e alimentação, entre outros.

Há aproximadamente dois anos, ingressei na RAPGOL Magazine com o intuito de escrever sobre a cultura que amo tanto, como válvula de escape. Desde então, este é o primeiro evento deste porte o qual tenho a oportunidade de realizar uma cobertura, o que é motivo de imensa satisfação.

A Sapucaí como palco da cultura preta e de favela

Direitos autorais -FAIXA PRETA FESTIVAL

Muito além de um festival, o Faixa Preta mostrou ser um exemplo de plataforma cultural a ser seguida, tanto em termos de qualidade artística, quanto de organização e segurança. Trata-se de um espaço onde milhares de jovens puderam expressar suas vontades através da moda, por exemplo.

Conversamos com Léo Lenine, também conhecido como Léo Barata. É produtor cultural e mestre de cerimônia, cria da Lapa e também formado em Educação Física e graduado em Capoeira pelo grupo Abadá Capoeira. É porta-voz oficial do Faixa Preta Festival.

Ele explica o intuito de concretizar um festival desse naipe:

https://www.youtube.com/watch?v=v_F7Hm-bSwk&t=50s

“As periferias, e quando digo periferia eu falo de morro, e parte do asfalto pobre e também de algumas regiões onde existe esse contraste, onde posso citar a Lapa como exemplo: existe a parte dos investimentos, a maquiagem, e também a parte comunitária.
E dentro desse segmento de artes que estão surgindo nas periferias, nós temos também o pessoal das artes gráficas, temos os videomakers, beatmakers, skatistas e mais recentemente, nesse aspecto ainda mais futurista, temos ainda o pessoal das artes gráficas que se dedicam aos NFTs, por exemplo.
E o “Faixa Preta” está fazendo justamente juntar os elos dessa corrente. É uma satisfação muito grande poder estar participando de tudo isso, passando essa visão para o público..”

Munida de uma Canon EOS 80D, a jornalista e fotógrafa Ana Paula Santana captou alguns dos registros visuais dos artistas e do público durante as apresentações:

Tendo em vista a variedade de shows, cada apresentação contava com um público específico ao redor do palco. Importante lembrar que muitos desses artistas constituíram sua fanbase de ouvintes principalmente do ano de 2020 para cá. Basta observarmos o crescimento exponencial deles nas plataformas digitais de áudio e vídeo.

Cada apresentação foi um espetáculo a parte. Todos os artistas mostraram seu desempenho na voz, ao lado de produtores musicais e DJs que não pararam um minuto sequer, para a satisfação dos fãs.

galeria

muito cria, calvet e edu riberio em galeria especial

A cena underground é repleta de artistas e vários estão recebendo destaque.  No Faixa Preta Festival tivemos uma exposição com obras do muitoCria, Calvet e Edu Ribeiro. 

Roger Morais

Jornalista, nascido no Centro do Rio em 1990. Já passou por veículos de comunicação impressa e também pelo rádio.

Torcedor do Grêmio, amante do futebol latino-americano e inglês.