FIFA discute Mundial com 64 seleções até 2030

FIFA discute Mundial com 64 seleções até 2030

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O debate em Zurique 🌍⚽

Durante reunião do FIFA Council em Zurique, surgiu uma proposta inesperada: ampliar a Copa do Mundo de 48 para 64 seleções já em 2030. A ideia foi apresentada por Ignacio Alonso, presidente da Federação Uruguaia de Futebol, e colocada em pauta nas considerações finais da assembleia.

O presidente Gianni Infantino sinalizou abertura: “Toda ideia é uma boa ideia”, afirmou em maio, confirmando que o Conselho deve analisar formalmente a proposta.


Um torneio em escala XXL 📈

O formato atual, que estreia em 2026, já eleva a competição de 32 para 48 seleções. Mas um salto para 64 significaria quase um terço das federações filiadas à FIFA presentes no torneio, totalizando 128 partidas e duração mínima de seis semanas.

Seria a maior mudança na história da Copa, que já passou por três grandes fases:

  • 16 seleções até os anos 80
  • 24 seleções até 1998
  • 32 seleções até 2022
  • 48 a partir de 2026

A discussão toca em pontos sensíveis: distribuição de vagas por continente, impacto nas eliminatórias e sobrecarga no calendário já saturado.


Interesses e resistências 🌐

A proposta divide opiniões. De um lado, federações da Ásia, África e Oceania veem a expansão como oportunidade de acesso inédito ao Mundial e às receitas da FIFA. Do outro, a UEFA e clubes europeus alertam para o risco de colapso físico e financeiro diante de temporadas já abarrotadas.

Na CONMEBOL, o cenário é complexo: Argentina e Paraguai tendem a apoiar, enquanto o presidente Alejandro Domínguez teme esvaziar as eliminatórias, que poderiam perder até 20 jogos em valor de receita.


O efeito do mercado 💰

Segundo Karl-Heinz Rummenigge, ex-Bayern, os próprios jogadores ajudaram a criar o impasse:
“Salários crescentes forçam clubes e federações a buscar novos mercados. O resultado? Mais jogos, mais viagens e mais desgaste. Mas até quando isso será sustentável?”.

O ponto central é o modelo de negócio: expansão contínua gera receitas no curto prazo, mas ameaça a qualidade do espetáculo, amplia riscos de lesão e pode desgastar a conexão com os torcedores.


Por que isso interessa?

A discussão sobre um Mundial XXL em 2030 revela o dilema do futebol global: entre o desejo de expansão e inclusão, e o risco de saturação do produto mais valioso do esporte. A decisão da FIFA pode redefinir não apenas a Copa, mas o próprio equilíbrio entre clubes, seleções, atletas e torcedores.