20 de maio de 2025

Frostt conversa com a RAPGOL Magazine sobre sua carreira, trabalhos, futebol, estética e muito mais em entrevista exclusiva

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Frostt conversa com a RAPGOL Magazine sobre sua carreira, trabalhos, futebol, estética e muito mais em entrevista exclusiva
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Essa é uma das poucas figuras que arrisco a dizer que são tão a cara dessa revista quanto ela. Estamos falando de Igor Cardoso dos Santos, conhecido também pelas pistas como Frostt.

Cria das ruas de Madureira, na Zona Norte do Rio, o artista, apesar da pouca idade – 23 – é dono de um talento diferenciado. Já está há alguns anos na correria, desde o grupo ZN Mob até os atuais lançamentos solo, que flertam com gêneros novos e em ascensão, como o Grime, por exemplo.

Além disso é apaixonado por futebol como a maioria dos que aqui estão. Tem o Vasco da Gama como o clube do seu coração e de vez em quando está por aí pelos campeonatos de bairro.

Sendo assim, a RAPGOL Magazine conseguiu um espaço na agenda do artista para conversar sobre diversos assuntos, entre eles a sua carreira profissional, referências, sobre seus trabalhos musicais, futebol, estética e muito mais.

Acompanhe abaixo a resenha que tivemos com Frostt.

ROGER MORAIS

Fotografia/photo: @jao.ft

RAPGOL Magazine – Gostaríamos em primeiro lugar agradecer imensamente por aceitar nosso convite para essa conversa. Poderia contar um pouco para quem ainda não conhece o Frostt e de onde ele é cria?

FrosttEu quem agradeço pelo convite, é uma honra. 

Pra quem não tá ligado eu sou cria da Zona Norte do RJ, mais precisamente do bairro de Madureira, onde fui nascido e criado.

RAPGOL Magazine – Quando foi e como foi o seu início na música?

FrosttMeu início na música foi em 2016 quando integrei o grupo ZN Mob. No começo gravávamos as músicas no celular e depois investimos em um microfone pra melhorar a qualidade do nosso trabalho.

Desde então obtivemos um certo reconhecimento na cena underground e fizemos shows em vários lugares do RJ, chegando a abrir shows de Orochi, Mv Bill, Sidoka, Gxlden e Uclã. Desde o fim do grupo, em 2019, eu sou artista solo.

RAPGOL Magazine – Quais você considera as suas maiores referências dentro da música? Em que, ou no que você se espelha na hora de produzir?

FrosttComo eu sempre fui de ouvir de tudo, tenho várias referências, porém por ser fã do Justin Bieber tenho ele como minha maior referência de criação na música, sempre assisto vídeos dele no estúdio pra entender como ele trabalha e sempre tento absorver algo, o mínimo que seja. 

E na minha sonoridade minha referência é a música brasileira em geral.

RAPGOL Magazine – Quais que você pode apontar como as maiores dificuldades, os maiores obstáculos na sua carreira profissional?

FrosttPra mim o maior obstáculo é o esgotamento psicológico pra quem tá no corre pra viver de música. São muitas incertezas e uma auto pressão que as vezes nos atrapalham.

RAPGOL Magazine – Em quais estilos e sonoridades você mais gosta de produzir seus trabalhos?

FrosttGosto muito de experimentar, misturar estilos… me sinto confortável fazendo trap, drill, grime, e sempre tento trazer referências do funk na batida ou na letra, porque é o gênero que eu mais gosto de ouvir.

RAPGOL Magazine – Você acaba de apresentar ao público o seu mais novo single, intitulado “Hino das Trem Barbie”, com produção de Off Beatz. Quanto tempo levou o processo de produção e qual a mensagem que faixa busca transmitir?

FrosttO processo dessa música foi bem rápido, era uma ideia que eu já tinha a um bom tempo. Sempre quis fazer uma música que as mulheres escutam e a autoestima delas vá lá em cima, e “Hino das Trem Barbie” é pra todas elas.



RAPGOL Magazine – Você possui ainda trilogia, composta pelas faixas “Mlk do RJ”, “Loiro Pivete” e “Camisa de Time”. Porque é uma trilogia, o qual o recado que tudo isso busca passar aos fãs e ao público em geral?

FrosttEssa trilogia é basicamente uma apresentação do Frostt para o público e ao mesmo tempo é uma forma de fazer a galera se identificar. “Mlk do Rj” sou eu, mas também é o menor que tá ali na rua brincando.

E qual “Mlk do RJ” nunca lançou o “Loiro Pivete” no final de ano aqui no RJ ? E “Camisa de Time” é de lei né ?! Não só no RJ, em todo o Brasil.

RAPGOL Magazine – Existe alguma música sua na qual você pode considerar a sua favorita até aqui?

FrosttAs que eu ainda não lancei.

RAPGOL Magazine – Nós aqui na RAPGOL Magazine, além da música, abordamos diariamente assuntos relacionados ao lifestyle do futebol. Nesse sentido, gostaria de saber mais sobre a sua visão sobre a união desses dois mundos.

FrosttO futebol e a música andam lado a lado em vários aspectos, e aqui no Brasil, principalmente o funk e o rap.

O jogador quando tá no momento de concentração pro jogo ele ouve uma música pra relaxar. No momento de motivação ele escuta uma música que trás esse sentimento. E vários artistas do funk e do rap usam referências do futebol nas letras e no estilo, a camisa de time está sempre presente.

RAPGOL Magazine – Camisas de time estão desde sempre ligadas ao modo de se vestir de quem vive nas favelas e periferias do Brasil. Pra você, qual é a importância, o simbolismo, estética e o que representa tudo isso?

FrosttÉ inegável que foi a periferia que transformou as camisas de time em itens de moda, e como falei anteriormente, a música tem forte influência nisso.

Tem gente que não curte, mas vão ter que aceitar que camisa de time é tendência. É praticamente impossível estar na rua e não ver nenhuma camisa de time.

RAPGOL Magazine – Qual o seu time de coração, e porque?

FrosttEu sou muito Vasco. Meu pai é um dos maiores lutadores de karatê do Brasil, vascaíno e ex-atleta do Vasco. Desde meus primeiros ano de vida eu estava presente nos treinos dele em São Januário, isso diz muita coisa…Não tinha como não ser Vasco.

RAPGOL Magazine – Quais são as suas camisas de time prediletas?

FrosttA do Vasco de 2000 e a da seleção brasileira de 2002.

RAPGOL Magazine – Diga aquele momento do futebol que jamais vai sair da sua cabeça.

FrosttVou falar dois, um positivo e um negativo. O primeiro é a final da Copa do Brasil de 2011 que o Vasco ganhou e o segundo é o gol perdido pelo Diego Souza na Libertadores de 2012 contra o Corinthians, logo no dia do meu aniversário.

RAPGOL Magazine – Quais são os seus jogadores favoritos?

FrosttEdmundo, Romário, Ronaldinho, Ronaldo, Neymar e Ribamar (esse último não é ironia)



RAPGOL Magazine – Pelo andar da carruagem, acredita que o Brasil possa trazer o hexa este ano no Catar?

FrosttAcredito muito. Acho que agora a seleção se livrou daquela dependência que tinha do Neymar, agora ele tem o que precisa, companheiros de equipe que também podem decidir um jogo.

Creio que por esse motivo o Neymar vai subir de produção na Copa e com o Neymar 100% e sem o peso da dependência em cima dela as chances aumentam.

RAPGOL Magazine – Qual seria a escalação dos sonhos do seu time?

FrosttA mistura do Vasco de 2000 com a seleção brasileira de 2006 mais o Neymar (risos)

RAPGOL Magazine – Sabemos que você se amarra num fut de cria. Pode nos contar um pouco sobre esse seu hobby e sobre o time em que joga?

FrosttGosto muito. Hoje em dia é hobby mesmo, mas até pouco tempo atrás era o meu maior sonho. Hoje jogo campeonatos de bairro, valendo dinheiro.

O bagulho é sério, clima de libertadores. De 3 campeonatos disputados aqui no bairro já ganhamos dois e estamos na final de mais um.

 RAPGOL Magazine – Como você enxerga a ascensão aqui no Brasil de certos estilos musicais como o Grime e o Drill?

FrosttEnxergo a cena crescendo cada vez mais, com muito potencial pra alcançar lugares gigantes!

Mas pra isso nós (artistas, público e a galera do business) precisamos rever algumas coisas que ainda nos impedem de ser maior do que sabemos que podemos.

É essencial o que chamam de “música urbana” se profissionalizar. Geral precisa estudar e entender a importância de tudo que envolve a indústria da música:

RAPGOL Magazine – E como você vê a migração para ambos gêneros, de diversos artistas que até então só atuavam no Rap, no Trap ou do Funk, por exemplo?

FrosttDesde que o artista saiba fazer e tenha noção do fundamento dos gêneros citados, eu acho que só tem a somar pro crescimento de ambos.

RAPGOL Magazine – Além do “Hino das Trem Barbie”, podemos aguardar mais alguma novidade do Frostt ainda esse ano?

FrosttTem muita coisa pra rolar esse ano, a galera vai ouvir muito meu nome ainda em 2022. Pretendo lançar um EP em breve.

RAPGOL Magazine – Tem alguma mensagem que você gostaria de deixar para a galera que nos acompanhou até aqui?

FrosttPro público minha mensagem é: se permitam conhecer novos artistas, tem muita gente boa escondida por aí.

Para os artistas que estão no corre e que estão vendo isso aqui, minha mensagem é: deem o melhor de vocês, o corre é louco e difícil. Mas não desistam, independente de tudo.


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