Ghostface Killah expõe valor do feat com Lil Wayne

💸 US$ 150 mil por um verso de Lil Wayne

Em entrevista ao Disrespect Radio, Ghostface Killah revelou quanto Lil Wayne estaria cobrando por um verso em 2025: US$ 150 mil. O valor foi repassado pela equipe de Weezy após um contato feito por Ghostface para incluir o rapper em seu novo projeto, o aguardado “Supreme Clientele 2”.

“Me pediram uns 150 mil. Eu pensei: ‘Sabe de uma coisa? Deixa isso pra lá. Grava você mesmo’. Isso é coisa do rap, nego fala demais”, desabafou Ghostface. O episódio ilustra a distância entre ícones do rap e os bastidores comerciais da indústria, onde até lendas como o membro do Wu-Tang Clan encontram barreiras.

🔇 Quando o Wu-Tang Clan foi “banido” das rádios

Ainda na conversa, Ghostface relembrou um momento polêmico da trajetória do Wu-Tang Clan: o boicote das rádios de Nova York nos anos 90. Segundo ele, tudo teria começado após uma crítica pública à Hot 97 durante o Summer Jam de 1997, que resultou no corte imediato da exibição de músicas do grupo.

Ghost afirmou ter descoberto apenas recentemente que o responsável por esse bloqueio teria sido ninguém menos que Diddy (Puff Daddy). “O RZA me contou que o Puff admitiu que foi ele quem mandou parar nossas músicas nas rádios. Disse: ‘Eu tive que fazer isso’. Ele tinha o poder. E a gente era uma ameaça real”, completou.

🌀 Puff Daddy e o bloqueio de “Triumph”

Um dos casos mais emblemáticos citados por Ghostface foi a música “Triumph”, do Wu-Tang Clan. Lançada sem nenhuma execução nas rádios mainstream, o single teve impacto reduzido, mesmo sendo uma das faixas mais marcantes do rap dos anos 90.

“O Puff pagou. Eu não sei quanto, mas ele tinha o poder”, afirmou o rapper. “Se ‘Triumph’ tivesse sido promovida como deveria e tocada nas rádios, acho que até hoje o cenário seria diferente.” A fala reforça como os jogos de influência e grana moldaram (e ainda moldam) o destino de carreiras no hip hop.

Por que isso importa?

As falas de Ghostface Killah revelam o peso que a indústria e os bastidores do rap sempre tiveram na construção (e na limitação) de trajetórias artísticas. Ao expor valores, bloqueios e disputas de poder, ele reabre debates sobre autenticidade, rivalidade e influência comercial na cena. Além disso, resgata a memória de uma era em que o Wu-Tang Clan quase mudou o rumo do jogo — e foi barrado nos bastidores.

CRIAA

Sou Bruno “CRIAA” Inácio, desde 2002 falando sobre Rap na Internet,  editor-chefe da Rapgol Magazine, onde conecto os universos do rap e do futebol com conteúdo autêntico e relevante. Com foco na curadoria de histórias que refletem a essência da cultura urbana, também assino artigos e entrevistas que destacam a voz dos artistas e a vivência das ruas.