Igor Julião relata xenofobia em Portugal: “Você não pertence aqui”

Igor Julião relata xenofobia em Portugal: “Você não pertence aqui”

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🧠 Realidade crua: ser brasileiro na Europa

O lateral-direito Igor Julião, ex-Fluminense e atualmente atuando no futebol europeu, fez um desabafo impactante sobre os episódios de xenofobia que viveu em Portugal. Em entrevista recente, o jogador revelou situações de preconceito enfrentadas no dia a dia, apesar de sua posição de destaque no esporte.

Ele relembrou um momento em que foi hostilizado ao tentar estacionar em frente à própria casa. Ao ser mandado “voltar para o seu país”, reagiu com raiva:

“Eu dei uma cuspida na cara dele e falei: ‘Você nunca mais vai falar isso aqui. Você tá entendendo?’”.


⚠️ Crescimento da extrema-direita em Portugal

Julião destacou sua preocupação com o avanço do partido Chega, liderado por André Ventura, figura comparada ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Segundo o jogador, o discurso xenófobo está se normalizando, principalmente contra imigrantes que exercem profissões consideradas “inferiores”.

“Eles estão de braços abertos para quem tem dinheiro. Mas quem vai para limpar o chão, servir… esses eles querem fora.”


💔 O peso de não pertencer

Igor e sua esposa chegaram a cogitar construir uma vida em Portugal, mas a insistente hostilidade fez o casal mudar de ideia:

“Vamos viver num lugar onde as pessoas fazem questão de mostrar que você não pertence?”

Segundo ele, o preconceito é mais acentuado no norte do país, especialmente em cidades como Braga. “Já vi senhores atravessarem a rua com medo só porque me viram”, disse.


💥 “Foi quase como uma ação por todos os imigrantes”

Mesmo reconhecendo que seu ato de reação foi extremo, Julião afirmou que se sentiu como porta-voz de outros brasileiros que não têm voz.

“Foi como lavar a alma. Um cara que trabalha em um bar e escuta isso 20 vezes por dia não pode cuspir na cara de alguém. Eu fiz por ele.”


🔮 Futuro incerto, mas com dignidade

Aos 30 anos, Igor Julião diz que ainda pretende jogar por alguns anos, mas tem como meta conquistar autonomia financeira para viver com liberdade e propósito.

“Quando minha cabeça bater no limite, vou meter o pé. E voltar pro lugar onde realmente eu me sinto pertencente.”


Por que isso interessa?

O relato de Igor Julião vai além do esporte: revela uma ferida aberta na sociedade europeia. Sua fala é um alerta sobre a xenofobia estrutural enfrentada por imigrantes, mesmo aqueles com status social elevado. A coragem de expor essa realidade nos convida a refletir sobre pertencimento, respeito e justiça.