Jeza da Pedra, expoente do rap suburbano e queer carioca, faz de seu novo single uma despedida e um recomeço. Para encerrar uma trilogia de EPs onde reflete sobre os afetos e bem a tempo do Dia dos Namorados, o artista revela “Paixão Cocaine”, uma track onde as relações se tornam tóxicas. Indo no caminho oposto, o lançamento é uma parceria que entrega a sintonia entre as cenas do Rio e de Salvador, unindo Jeza aos produtores Black Sheep e Paulo Tiano.
“Paixão Cocaine” mescla os versos de Jeza à assinatura dos beats de dois dos principais novos expoentes da produção musical baiana. Black Sheep é uma figura notória da música eletrônica de Salvador, e Paulo Tiano está à frente do Estúdio Mangus, no icônico bairro da Ribeira, na capital da Bahia. A parceria entre os três surgiu durante os ensaios de estúdio do projeto Lebronx, uma banca de rap criada no Leblon, na quebrada da Cidade Baixa, composta por Sennk, Black Sheep e Jeza.
“As músicas do Lebronx seriam lançadas primeiro, mas como um dos integrantes teve que viajar a trabalho, o projeto deu uma pausa, o que acabou dando asas à minha imaginação: fechar a trilogia dos EPs de love songs”, Jeza da Pedra relembra.
A letra de “Paixão Cocaine” foi escrita horas antes do retorno de Jeza ao Rio de Janeiro, após ter passado uma temporada memorável na Cidade Baixa. A música conta com a participação de Black Sheep, que gravou algumas frases com guitarra e criou uma base de violão de nylon que acrescentou uma vibe única. A presença de Paulo Tiano, um entusiasta do rock and roll, também foi fundamental e enriqueceu o processo de produção com os beats.
O lançamento de Jeza da Pedra chega através do conceituado selo carioca LAB 344, somando a uma discografia que o solidifica como uma das figuras mais proeminentes do cenário do rap. Coroando uma fase prolífica que vem numa crescente desde o EP de estreia “Pagofunk Iluminati” (2017), passando pelo projeto em duo Jeza Kassin (em parceria com o renomado produtor), o artista mergulha nas sonoridades periféricas e suburbanas que o formaram. Entre igrejas evangélicas, terrenos de umbanda, sons populares noventistas e os bailes de favela do RJ, Jeza subverte a narrativa do rap em love songs onde mostra sua versatilidade e vulnerabilidade.
Sou Bruno “CRIAA” Inácio, desde 2002 falando sobre Rap na Internet, editor-chefe da Rapgol Magazine, onde conecto os universos do rap e do futebol com conteúdo autêntico e relevante. Com foco na curadoria de histórias que refletem a essência da cultura urbana, também assino artigos e entrevistas que destacam a voz dos artistas e a vivência das ruas.
