Grandes nomes do futebol brasileiro, como Neymar, Gerson, Gabigol, Dudu, Philippe Coutinho, Lucas Moura, Thiago Silva, Pablo Vegetti e Alan Patrick, se uniram em uma campanha contra o uso do gramado sintético nos estádios brasileiros. O tema tem gerado intensos debates no país, especialmente porque três estádios do Campeonato Brasileiro já utilizam o piso artificial, além de outros com gramado híbrido, que combina grama natural e sintética.
Movimento ganha força nas redes sociais
Os jogadores publicaram uma mensagem em suas redes sociais criticando a utilização do gramado sintético nos principais torneios do país:
“Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos. Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim. Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste. Se o Brasil deseja estar definitivamente inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam. Futebol profissional não se joga em gramado sintético! #NãoaoGramadoSintético”
A publicação rapidamente repercutiu entre torcedores, jornalistas e dirigentes, reacendendo o debate sobre a viabilidade do piso sintético no futebol de alto rendimento.
Estádios com gramado sintético no Brasil
Atualmente, três estádios do Brasileirão possuem gramado 100% sintético:
- Allianz Parque (Palmeiras)
- Arena da Baixada (Athletico-PR)
- Nilton Santos (Botafogo)
Além disso, estádios como a Neo Química Arena (Corinthians) e o Maracanã utilizam um gramado híbrido, que mescla grama natural e sintética. O Corinthians, por exemplo, tem apenas 4% de grama sintética em sua composição. Já o Pacaembu, que passa por reformas, também contará com um gramado artificial em sua reabertura.
O que diz a FIFA sobre o gramado sintético?
A FIFA permite o uso do gramado sintético, mas impõe rigorosos padrões de qualidade para sua certificação. No Brasil, o Estádio Nilton Santos, do Botafogo, é um dos que receberam esse selo da entidade máxima do futebol.
Gramado sintético aumenta o risco de lesões?
Um dos principais argumentos dos jogadores contra o gramado sintético é o risco de lesões. No entanto, especialistas ouvidos pelo LANCE! afirmam que não há comprovação científica de que esse tipo de piso cause mais contusões do que o gramado natural.
De acordo com Tiago Lazzaretti Fernandes, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP, a adaptação dos atletas ao piso é o principal fator para evitar lesões.
“O gramado sintético é um piso mais duro e escorrega menos. A grama normal, verdinha, viva e molhada, facilita que o jogador escorregue. Com isso, a chuteira não trava tanto. Já no sintético, pode haver mais atrito, o que aumenta o risco. Mas não existe um estudo definitivo que comprove que há mais lesões em gramados sintéticos.”
Apesar da falta de consenso científico, a resistência dos jogadores contra o piso artificial levanta questionamentos sobre o impacto dessa escolha para o desempenho dos atletas e a qualidade do jogo no Brasil.
Sou Bruno “CRIAA” Inácio, desde 2002 falando sobre Rap na Internet, editor-chefe da Rapgol Magazine, onde conecto os universos do rap e do futebol com conteúdo autêntico e relevante. Com foco na curadoria de histórias que refletem a essência da cultura urbana, também assino artigos e entrevistas que destacam a voz dos artistas e a vivência das ruas.