Juju Rude, a Madrinha está na caminhada já tem um bom tempo. Sempre buscando falar a sua realidade, Juju mantém suas rimas e métrica de cria com um trabalho sólido e bem produzido.
A rapper que vive e respira o rap todos os dias, conversou conosco e mostrou que está focada em seus projetos.
Recentemente lançou o videoclipe ” Malandrona” , música que mostra toda sua força como mulher de atitude que é.
Conversamos com a rapper sobre seus trabalhos já lançados, sonoridade de cria, autenticidade e muito mais, confira:
RAPGOL MAGAZINE – Primeiramente obrigado por conversar conosco, já acompanhamos o seu corre há algum tempo. Estamos ligados que a sua chegada no Rap veio de forma gradual, como foi esta transição do ragga para rap e como você analisa tudo isto?
JUJU RUDE – No meu trabalho anterior com o Sistah Mo Respect sempre considerei que fazia rap e Ragga juntos. Sempre tive influências variadas mas no rap na época o meu diferencial era essa levada com uma identidade mais jamaicana. Quando eu decidi voltar a trabalhar na música preferi focar no rap porque eu já via que o mercado iria crescer mas agora eu me comunico bastante com o funk pra alcançar meu público também.
RAPGOL MAGAZINE – Sem dúvida “Inimiga do Estado” é atualmente o seu maior sucesso, o que mudou após este som?
JUJU RUDE – Mudou a relação da minha favela comigo, porque eu consegui representar a comunidade e é um trabalho muito importante pra minha carreira porque definiu bastante quem é a Juju Rude e não posso esquecer de citar meu Dj e produtor musical Fabio Broa que enriquece demais a mensagem que eu quero transmitir e produziu essa música. O clipe também é muito importante, a cena do varal foi uma idéia minha onde eu quis impactar e fazer as pessoas refletirem. As camisas estampadas com pessoas assassinadas pelo estado e entre elas uma camisa preta com a imagem do Malcom X acho que isso diz muito sobre a minha linha de militância e que despertou um gosto por participar dos roteiros dos meus clipes.
RAPGOL MAGAZINE – A sua participação no som “Menorzin” do MC Gold, tem uma letra cheia de fundamento. O que você pode nos contar sobre ela?
JUJU RUDE – O Mc Gold é um grande amigo e um talento que eu quero sempre por perto. Esse trabalho me deixa muito orgulhosa também com a mensagem, Gold dá um papo de morador e eu dou um papo de quem é envolvida mas que ainda mantém uma “ética”. Eu convidei um cria da minha área o MC Pivete pra atuar e ficamos impressionados com na desenvoltura dele. O Áudiovisual quem assina é a Grow 55 galera que trabalhou comigo no Inimiga do Estado também. Esse trabalho é um encontro lindo do rap e funk!
RAPGOL MAGAZINE – Recentemente você soltou a música “Malandrona”, aquele papo de love, na pegada de cria. Hoje temos muitas mulheres rimando no Rap do Rio de Janeiro, algumas seguem uma linha comercial com mais hype entre os jovens. você como uma das precursoras lá no início dos anos 00. Já pensou em mudar o seu estilo de letra para algo mais comercial nas rádios?
JUJU RUDE – Com certeza mas o problema é que os papos de cria já são comercial, orochi por exemplo toca na rádio mas esse “comercial” quer mulheres mais numa linha Maria fazendo rap. Quando eu digo que faço rap para algumas pessoas desconhecidas muitas perguntam se é tipo poesia acústica, adoraria participar com a identidade que eu tenho mas a sociedade ainda não entende uma mulher malandra, mas malandra no sinônimo de inteligente com diz Bezerra da Silva.
“…a sociedade ainda não entende uma mulher malandra, mas malandra no sinônimo de inteligente com diz Bezerra da Silva. “
JUJU RUDE
RAPGOL MAGAZINE – O que você gosta de fazer quando não está gravando Rap?
JUJU RUDE – Quando não estou gravando, eu penso em rap, eu sou o rap. Não tenho outra profissão mas me interesso muito por ciências sociais e leio bastante.
RAPGOL MAGAZINE – Somos um site que fala sobre Rap e Futebol, você tem alguma time de futebol preferido?
JUJU RUDE – Confesso que eu só vejo futebol pra ver os homens bonitos (risos). Não sou fã de futebol mas sou Flamengo porque acho os caras bonitos com a camisa.
RAPGOL MAGAZINE – Quais são os seus hobbies?
JUJU RUDE – Meu hobbie é fumar um com as crias, reunir minha galera em casa e fazer um almoço. Eu não saiu muito da favela meu lazer é tá perto de quem eu gosto.
Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.
