Justiça mantém Oruam preso por tentativa de homicídio

Justiça mantém Oruam preso por tentativa de homicídio

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⚖️ Justiça do Rio nega habeas corpus e mantém prisão de Oruam

O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, teve o pedido de habeas corpus negado pela Justiça do Rio de Janeiro. A decisão foi assinada pela desembargadora Marcia Perrini Bodart, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RJ, que optou por manter a prisão preventiva do artista, acusado de tentativa de homicídio qualificado e outros seis crimes.

A magistrada destacou que a postura do rapper indica risco à ordem pública. “A postura audaciosa de Mauro, incluindo desacato e ameaças aos agentes policiais, se deu pessoalmente e nas redes sociais. Há risco de reiteração das condutas”, afirmou no despacho.


🧾 Acusações graves: sete crimes no total

Oruam responde por sete acusações formais:

  • Tentativa de homicídio qualificado
  • Tráfico de drogas
  • Associação ao tráfico
  • Resistência qualificada
  • Desacato
  • Dano ao patrimônio público
  • Ameaça

O caso ganhou repercussão após a operação realizada no dia 21 de julho, quando policiais civis tentaram cumprir um mandado de apreensão contra um adolescente apontado como segurança de um líder do Comando Vermelho. Segundo a Polícia Civil, Oruam e outras pessoas reagiram com xingamentos e pedras contra os agentes, que estavam em uma viatura descaracterizada.


📹 Vídeos, fuga e rendição

Em vídeos publicados pelo próprio Oruam nas redes sociais, é possível ver momentos de tensão entre os moradores e a polícia. A ação policial culminou em fuga dos envolvidos e entrada dos agentes na casa do rapper. Oruam deixou o local e publicou mensagens nas redes questionando a legalidade da operação e desafiando as autoridades.

Na madrugada seguinte, foi expedido um mandado de prisão preventiva. Oruam se entregou espontaneamente no dia 22 de julho, pedindo desculpas públicas por “excessos”.


🧬 Laços com o crime e disputa narrativa

A defesa do artista afirmou que a prisão é “ilegal e desnecessária”, alegando fragilidade na investigação e falta de provas materiais. Porém, para a Justiça, os indícios de hostilidade e ameaça justificam a detenção. O Ministério Público e a juíza Tula Corrêa de Mello têm dez dias para se manifestar sobre a situação, conforme o despacho da desembargadora.

A biografia do artista também chama atenção. Oruam é filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, figura histórica do tráfico e atualmente preso. A conexão familiar reforça a pressão midiática e institucional em torno do caso.


🎤 O artista por trás das manchetes

Considerado um dos nomes em ascensão no trap brasileiro, Oruam coleciona milhões de plays nas plataformas digitais. Com estilo direto e abordagem das vivências urbanas, o rapper representa uma geração marcada pela contradição entre sucesso artístico e vulnerabilidade social.

Mesmo com a prisão, fãs e parte da comunidade artística pedem cautela no julgamento midiático. A investigação segue em andamento.


Por que isso interessa?

Porque o caso Oruam escancara a tensão permanente entre arte, favela e sistema penal no Brasil. A prisão de um rapper em ascensão, com histórico familiar ligado ao crime, levanta debates sobre criminalização da juventude periférica, abusos policiais e seletividade penal. Ao mesmo tempo, reforça a importância de transparência jurídica e da presunção de inocência, mesmo diante de fatos graves. A cultura e o sistema de justiça estão mais conectados do que parecem — e entender essa conexão é essencial para quem quer compreender o Brasil de 2025.