Kyan fala sobre a falta de protagonismo da periferia quando o assunto são as marcas

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O rapper Kyan falou abertamente em suas redes sociais sobre a falta de protagonismo da periferia quando o assunto são as marcas.

O cria da baixada santista, questionou sobre a falta de pessoas  vindo da periferia no  departamento de marketing das marcas e como isto impacta na forma de dialogar com quem mais sem sido a vitrine nos últimos anos.

“Marcas do Brasil precisam de pessoas que entendem da linguagem periférica dentro do escritório de Marketing. Sinto que pra trabalhar no Marketing das marcas do Brasil você tem que ser parecido com isso aqui” 

https://twitter.com/kyancria/status/1559383599899607042?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1559383599899607042%7Ctwgr%5Eac1d976b767ec74ae017a095f3fa340814206c79%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fportalrapmais.com%2Fkyan-aconselha-marcas-a-melhorarem-seus-respectivos-times-de-marketing%2F

É bem verdade que diversos músicos alavancaram direta e indiretamente as vendas de algumas marcas no Brasil.  Foi o caso da Lacoste que há pelo menos uns 8 anos vê o eu nome sendo citado em diversas canções de funk, trap e rap.  Outras marcas como a Nike e Adidas também fazem parte do cotidiano do jovem periférico.  Não é novidade observamos o quanto as marcas influenciam o dia a dia da periferia. Mas até onde isto é interessante para a marca.

Nem sempre as marcas querem ser associadas a periferia

Em 2021 a Lacoste foi criticada por deixar de fora  artistas do Rap e Funk em uma campanha publicitaria.

Há muitos anos temos músicas pelo mundo citando marcas famosas. Uma matéria de 2019 da conceituada revista L’officiel enumerou as marcas mais citadas dentro das letras de rap. Entre elas temos Fendi, Balenciaga, Lacoste, Gucci, Givenchy, Dior, Prada, Saint Laurent, adidas, Off-white, Nike e muitas outras.

Historicamente ao longo de milênios, a sociedade como um todo classificou o se vestir bem como um status elevado e isto se perpetua até hoje. Claro que com a modernidade e o fácil acesso a informação, seja primeiramente pela tv e depois com a chegada da internet, milhões de pessoas no mundo passaram a sonhar com as famosas roupas de grifes.

Aquecido pelo mercado da pirataria, as marcas ganharam as ruas e consequentemente as periferias. Hoje é possível ver uma réplica de uma bolsa que custa 55 mil reais, sendo carregada por uma pessoa dentro de uma condução lotada e isto se tornou mais do que normal.

As classes sociais C, D e E querem mostrar que podem andar vestidos iguais aos moradores das classes mais altas de suas cidades. Na música o sentimento de ter e estar podendo vestir roupas de marcas é forte e como já dito no início do texto, toma conta das letras de Funk e Rap, gêneros musicais predominantes dentro da periferia.

Em 2014, Renato Meirelles, diretor do Data Popular, revelou ao UOL Economia, que marcas de grife sentem vergonha dos clientes mais pobres e diversas delas já buscaram orientações de como desvencilhar suas imagens dele.

Champanhe Cristal não gostou de ver seu nome associado a música rap.

A atitude das empresas alto padrão em procurar se manterem afastadas das classes mais pobres, não é exclusiva do Brasil. Em 2006, a Cristal que por muitos anos esteve presente nas letras de rappers dos EUA, emitiu uma nota pública falando sobre não gostar de ver o nome da marca associado ao rap.

Em entrevista ao jornal “The Economist” (que tem circulação mundial), Rouzaud deu a entender que não aprova a associação entre a Cristal e os rappers, vista pela empresa com “curiosidade e calma”. Perguntado na época se essa relação poderia ser prejudicial à marca, afirmou: “É uma boa pergunta. Mas o que podemos fazer? Não podemos proibir as pessoas de comprá-lo”. Com ironia em relação aos concorrentes mais “baratos”, disse ainda: “Estou certo de que a Dom Pérignon e a Krug ficariam felizes de ganhar esse mercado”.

O rapper Jay-Z na época foi um dos que partiram conta a marca de champanhe. O rapper afirmou que deixaria de vender o champagne em sua rede de bares temáticos esportivos 40/40 e em suas casas nortunas de Manhattan e Atlantic City, além de fazer um boicote pessoal à bebida, trocando seu estoque particular por Dom Pérignon e Krug.

“Chegou ao meu conhecimento que o diretor-executivo da Cristal não considera a cultura hip hop bem-vinda. Considero seus comentários racistas e por isso não darei mais espaço a nenhum de seus produtos”, declarou o rapper em um comunicado à imprensa na época.

Jay-Z compra rival da Cristal e se tornar um dos maiores empresários do ramo.

Em 2014 o rapper Jay-Z comprou marca de champanhe Armand de Brignac e em fevereiro deste ano, faturou milhões dólares ao vender 50% das ações. Jay-Z e a LVMH se uniram em torno do champanhe Armand de Brignac, mais conhecido como “Ás de Espadas”. O conglomerado de marcas de luxo anunciou a aquisição de 50% da marca detida pelo rapper, “A parceria reflete uma visão comum entre a Moët Hennessy e Shawn Jay-Z Carter para o futuro”, diz um comunicado oficial partilhado pela produtora de vinhos.

“Estamos há anos a seguir o fantástico sucesso da Armand de Brignac e a sua capacidade de desafiar algumas regras da categoria do champanhe. Armand de Brignac quebra as barreiras e reflete o luxo contemporâneo, preservando as tradições dos terrenos de champanhe. Hoje, estamos incrivelmente orgulhosos de fazer esta parceria com eles e acreditamos que a combinação da nossa experiência e rede internacional com champanhe combinada com a visão de Shawn Jay-Z Carter, a força da marca Armand de Brignac e a qualidade da sua gama de vinhos vai permitir-nos levar o negócio a novos patamares pelo mundo”, disse Philippe Schaus, presidente e CEO da Moët Hennessy.

Aproximação e os assuntos começaram a ser forjado em 2019 num almoço oferecido por Shawn Carter a Alexandre Arnault e o pai, Bernard Arnault, fundador e CEO da LVMH, contaram os protagonistas, à distância, ao The New York Times (Jay-Z na sua casa de Los Angeles, Philippe Schaus, em Paris, no quartel-general da LVMH).

Gucci Mane anuncia nova parceria com a marca Gucci

Algumas marcas já entenderam que o mercado é amplo e qualquer dinheiro que entra é válido, a marca Gucci assinou um contrato com o rapper Gucci Mane. Lafrare se tornou garoto propaganda e as vendas a marca cresceram entre os amantes da música rap.

 

 

 

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