Zagueiro Léo do Athletico PR é alvo de racismo no clássico Atletiba

Zagueiro Léo do Athletico PR é alvo de racismo no clássico Atletiba
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O zagueiro Léo, recém-chegado ao Athletico-PR, sofreu racismo neste sábado (25) durante o clássico contra o Coritiba, no estádio Couto Pereira, em Curitiba. O episódio ocorreu quando o jogador deixava o campo após ser expulso, aos 29 minutos do primeiro tempo, e foi chamado de “macaco” por um torcedor do time adversário.

Um vídeo divulgado nas redes sociais capturou os insultos racistas, embora o autor das ofensas não tenha sido identificado. Entre os gritos, o torcedor do Coritiba usou expressões como: “Macaco não se cria no Couto Pereira. Vai embora, seu macaco”.

Repercussão e registro da ocorrência

Após o episódio, Léo foi até uma delegacia para registrar a ocorrência, segundo informações da repórter Monique Vilela. O caso reacende o debate sobre o racismo no futebol brasileiro, um problema recorrente em clássicos como o Atletiba.

Em 2023, durante outra edição do clássico, dois torcedores do Coritiba imitaram macacos em direção à torcida do Athletico. O episódio foi investigado pela Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), mas até hoje o racismo persiste nos estádios.

Trajetória de Léo e sua luta contra o racismo

Léo Pelé, revelado pelo Fluminense e com passagens por São Paulo e Vasco, é conhecido por seu posicionamento firme contra o racismo. Apelidado de Pelé devido à semelhança física com o Rei do Futebol, o zagueiro já relatou, em ocasiões anteriores, ser alvo de ofensas raciais ao longo de sua carreira.

No ano passado, ao celebrar o centenário da Resposta Histórica, momento em que o Vasco se recusou a excluir atletas negros de sua equipe, Léo afirmou sentir sua vida “entrelaçada com a história do Vasco”. Na ocasião, ele destacou a importância da luta contra o racismo no esporte e na sociedade.

— Li a carta da Resposta Histórica e me segurei para não chorar. Percebi que, sem essa atitude do Vasco, talvez o futebol brasileiro não tivesse ícones como Pelé, Garrincha ou Romário. É uma luta de gerações — disse o jogador.

Histórico do racismo no Atletiba

O clássico entre Athletico e Coritiba, conhecido como Atletiba, já registrou outros casos de racismo ao longo dos anos. Esses episódios refletem um problema estrutural no futebol brasileiro e destacam a necessidade de punições mais severas para torcedores e clubes envolvidos em atos discriminatórios.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem adotado medidas contra o racismo, como campanhas de conscientização e investigações mais rigorosas, mas os casos continuam acontecendo. O episódio envolvendo Léo Pelé reforça a urgência de ações efetivas para combater o preconceito no esporte.

Ações futuras e apoio ao atleta

O Athletico-PR ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas é esperado que o clube ofereça suporte jurídico e emocional ao atleta. Além disso, entidades como a CBF e o Ministério Público devem acompanhar o desenrolar das investigações para garantir que os responsáveis sejam punidos.

Reflexões sobre o racismo no futebol

O episódio vivido por Léo é mais um capítulo triste na luta contra o racismo nos estádios brasileiros. A violência verbal, que reflete o racismo estrutural da sociedade, precisa ser combatida não apenas com punições, mas também com educação e conscientização.

Que a força e a trajetória de atletas como Léo inspirem mudanças reais, dentro e fora dos gramados.

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