Uma operação policial expôs a complexa relação entre os grupos de torcedores ultras de Inter e Milan e a máfia italiana. Em meio a investigações de atividades ilegais e a prisão de 19 membros, o Ministério Público antimáfia de Milão busca esclarecer o nível de influência dos ultras sobre os clubes. Marco Ferdico e Luca Lucci, líderes dos ultras Curva Nord e Curva Sud, respectivamente, foram detidos por suposta associação com a máfia e extorsão. Outros personagens ligados aos clubes, como o meio-campista Hakan Calhanoglu (Inter) e o capitão Davide Calabria (Milan), prestaram depoimentos e podem enfrentar sanções.
As autoridades também investigam se os líderes dos ultras exigiram privilégios do clube, como ingressos extras em jogos decisivos. Com suspeitas sobre a venda ilegal de ingressos e tráfico de drogas, a investigação ressalta como a máfia estaria usando as torcidas para expandir suas atividades ilícitas em Milão. A polícia aponta que, com a morte de Antonio Bellocco – figura central ligada à máfia calabresa, o nível de violência e conflitos internos aumentou, destacando a urgência da operação.
A investigação se desdobrou após mortes violentas e conflitos entre figuras-chave dos ultras e clãs da máfia, evidenciando a busca por controle sobre a torcida e os lucros em dias de jogo. Além das prisões, a operação antimáfia propõe discutir o impacto da máfia no futebol italiano e formas de prevenir futuras infiltrações.