Quem é do Rio de Janeiro ou entende um pouco sobre a história do Funk, sabe que Mc Galo, Mascote e Duda do Borel fazem parte de um time lendário que levou o Funk do Rio de Janeiro ao degrau mais alto do pódio em uma época aonde os bailes eram marginalizados, as festas nas quadras estavam acabando e o funk sendo empurrado novamente para dentro das favelas.
Neste último final de semana surgiu uma foto nas redes sociais do produtor Mãolee aonde ele aparece ao lado do Duda do Borel. Nossa equipe do Rapgol tratou de se movimentar e foi buscar informações sobre o que estava rolando. Conseguimos contato com a equipe de imprensa do produtor e descobrir o seguinte:
“Esse é um projeto que teve início com o Praga, que é um compositor de longa data, relíquia também e que propôs ao Maolee produzir uma faixa com Galo, Mascote e Duda.
É um projeto que conecta a origem e a relíquia do funk carioca com o rap atual. Cada artista com a sua presença, seu peso e a história”.
Para que vocês entendam o peso deste projeto, estaremos apresentando um pouco da história de todos os envolvidos.
PRAGA
O compositor está no Funk há algumas décadas, podemos dizer que a arte da composição é levada muito a sério no Funk. Em uma entrevista para o portal Kondzilla em 2017, Praga disse: ““Eu, particularmente, tenho meu trampo voltado para o consciente, essa é a minha linha de trabalho.”
Entre os sucessos do compositor temos as músicas “Vida Bandida I e Vida Bandida II“, clássicos interpretados pelo MC Smith, “10 Mandamentos“, interpretado pelo MC Menor do Chapa e MC Pedrinho, e o mais recente “O Crime Tá Aí“, cantado pelos MC Orelha e MC Menor do Chapa.
Via. Portal Kondzilla
MC GALO
Ele é a história do funk em pessoa, um dos MCs mais talentosos e respeitados no movimento, referência pra muitos de sua geração e citados por outros no funk atual. Everaldo Almeida da Silva, o MC Galo, nascido em 1975 numa família de origem mineira, que lhe deu oito irmãos. O apelido, veio porque, quando moleque, só andava pela rua cantando. Guardador de carro e pegador de bola em quadra de tênis, no tempo vago, dançava break com o grupo The Funk Dance e desde pequeno frequentava os bailes funk da área,. Em 1991 ouviu a divulgação do concurso de rap durante um baile na “Acadêmicos da Rocinha”, derrotou trinta MCs num concurso promovido pela Cash Box. O melhor rap sobre a Rocinha dava direito a uma gravação em disco. “Eu não tinha dinheiro, então fiz o rap e ganhei”, conta o MC que logo depois transformou a história de sua entrada no funk em um de seus raps “Subo o morro”….
Galo tem 3 CDs solos gravados, raps em várias coletâneas, participações em DVDs de equipes, colegas de trabalho e já gravou seu primeiro DVD. via. Radio Funk Antigo.
MC MASCOTE
No Vidigal nasceu e cresceu Fábio de Oliveira Cordeiro, o MC Mascote, surgiu logo em seguida a Galo. Autor de algumas das letras mais polêmicas e poéticas do movimento o MC confessa ter caído de pára-quedas. Aos 10 anos de idade, ele trabalhava catando bolas de tênis e ao longo de uma partida, compôs uma música. Foi a um baile funk, cantou a composição e começou sua carreira de cantor.
Mascote ouve funk e pagode desde criança e segundo ele, era só sair do conjunto onde começou “Nós do Pagode” para se meter em um dos bailes que aconteciam perto de sua casa, no Vidgal, Zona Sul do Rio.
Acostumado com o balanço, começou a cantar como integrante da equipe Intersom, em pouco tempo ele virou o Mascote (por ser o menor do grupo) e alçou voôs tão altos como sua voz.
Durante dois anos cantando juntos Mascote e Neném emplacaram vários sucessos como, “Rap do Valão”, “Rap da Live”, “Rap das bolas” e o sucesso absoluto que levou os dois ao Fantástico o “Rap da Daniela Perez” através dessa musica os dois ficaram conhecidos e fizeram milhares de shows por todo Brasil. Via. Funk de Raiz.
DUDA DO BOREL.
Duda do Borel começou sua carreira ao lado do William.
Na época Duda morava em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro, já tinha algumas letras e se aventurava como cantor.
Juntos resolveram participar do concurso da Furacão 2000 no Morro do Borel, criaram o “Rap do Borel” e levaram o 1º lugar do concurso, sacudindo a massa funkeira na ocasião. A grande oportunidade veio através do Alípio (dono da Pipo que não só fortaleceu a dupla como apresentou os meninos a Pigmeu, que mais tarde virou empresário dos MCs.
Duda sem dúvida tem muitos sucessos em sua carreira incluindo Rap do Borel , Rap da Morena , Rap da criança, Rap da Gata, entre outros. Quase todos eles chegaram o topo das paradas nos programas de rádio do RJ.
Ele sempre foi o cara que ditava a moda dentro do Funk, com bonés com etiquetas penduradas, casacos de times de basquete americano e tênis importados. Via. Funk de Raiz.
MÃOLEE
Mãolee alavancou sua carreira em 2009, quando se uniu a Filipe Ret no álbum duo, “Numa Margem Distante”. A parceria continuou firme em “Vivaz” (2012), “Revel” (2015), e “Audaz” (2018), discos posteriores de Ret, nos quais Mãolee também produz diversas faixas.
Ele foi o produtor de muitos outros hits nestes últimos 10 anos, cria da Cardoso Junior, no bairro carioca das Laranjeiras, Mãolee, descobriu a paixão pela música. As batucadas nos blocos “Cardosão de Laranjeiras” e “Xupa, mas Não Baba”, despertaram, logo cedo, os sentidos musicais e uma verdadeira atração por ritmar e criar batidas. O movimento cultural, os bailes funk, e os amigos da Cardoso foram trazendo novos ritmos. Aos poucos, o rap foi tomando o lugar do samba.
Em 2018 lançou o seu álbum “Bendito” que contou com 13 faixas e participações de Filipe Ret, BK’, Xamã, Djonga, Black Alien, MC Pocahontas, Akira, Orochi, Mc Cabelinho, Kayuá, entre outros. Parceiros musicais de peso como Ferrugem, também estão no disco. “Dinheiro”, com BK’ e Filipe Ret, é uma das mais tocadas, assim como “TchoTchoMary” e “Maior que seu Mundo”. A faixa “MIC MASTERS” também se destaca com participações de Ogi, Froid, Filipe Ret, Black Alien e DJ Erik Skratch.