Mar e Fogo: Naithá BXD Lança “FÊNECE”, Álbum de Estreia com Estética Mitológica e Manifesto de Força da Baixada Fluminense

O Renascimento do Fênix da Baixada

Naithá BXD não está apenas lançando seu primeiro álbum de estúdio; ela está performando um ritual de renascimento. “FÊNECE” é o título do projeto, que se inspira no verbo fenecer — morrer para renascer, deixar ir para florescer de novo. O disco consolida uma fase de intensa transformação, marcada pela autenticidade da Baixada Fluminense.

O álbum é um poderoso manifesto sobre ancestralidade, força e superação, focando na história de uma mulher que se fortalece, se recria e insiste em viver bem.

Estética e Simbologia: O Manto Ritualístico

A identidade visual é um ponto alto do projeto. A capa, fotografada à beira-mar, traz Naithá envolta em um tecido vermelho trançado, evocando um manto ritualístico.

• O Mar e o Fogo: O mar simboliza o fluxo e a vida, enquanto o vermelho representa a paixão e a força vital.
• A Tipografia: O uso de fontes gregas antigas nos traços afiados confere ao álbum uma aura mitológica, posicionando “FÊNECE” como passado, presente e futuro.

O Som do Território: Trap, Sensualidade e Espiritualidade

Com produção de Lastra e Frugi, o álbum entrega uma sonoridade robusta que equilibra trap, rap, melodias urbanas, sensualidade e espiritualidade.

Naithá convocou um time de peso que reforça a ideia de união e movimento artístico independente, abrangendo diferentes áreas do Rio: Tonny Hyung (em “Lacônicas”), Bradóck (em “Envolvo”), Lorac, Artie, Ohleow e Uska (em “Quente”).

Os temas do álbum são diversos e profundamente pessoais: maternidade real, independência afetiva e financeira, sobrevivência à perda e o poder da mulher preta, suburbana e indígena.

Veredito RAPGOL

“FÊNECE” não é só um álbum, é a consolidação de Naithá BXD como uma artista completa: voz, estética e narrativa. A coragem de transformar a dor em arte e a ousadia de misturar a poesia da Baixada com a simbologia mitológica fazem deste um dos lançamentos mais importantes e autênticos do rap feminino no ano. É um ato de coragem lançado para o mundo.

CRIAA

Sou Bruno “CRIAA” Inácio, desde 2002 falando sobre Rap na Internet,  editor-chefe da Rapgol Magazine, onde conecto os universos do rap e do futebol com conteúdo autêntico e relevante. Com foco na curadoria de histórias que refletem a essência da cultura urbana, também assino artigos e entrevistas que destacam a voz dos artistas e a vivência das ruas.