Do Guarani Kaiowá ao rap: MC Anarandá lança álbum de estreia

Do Guarani Kaiowá ao rap: MC Anarandá lança álbum de estreia

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🌱 Primavera, ancestralidade e resistência

No dia 23 de setembro, a cantora indígena MC Anarandá lançou seu primeiro álbum autoral: “Pehendu Ore NÊ’Ê – Escuta nossas vozes”. A data não foi escolhida por acaso: o início da primavera representa para a artista o renascimento e o florescimento, símbolos que dialogam diretamente com o espírito da obra.

Natural da Aldeia Guapoy, em Amambai (MS), Anarandá carrega no próprio nome a força da ancestralidade Guarani. Sua música une cantos tradicionais e espiritualidade indígena às batidas do rap urbano, transformando memórias coletivas em arte, denúncia e resistência.


🎤 Voz que ecoa do território

“Descobri no rap uma ferramenta capaz de transformar minhas dores, e de muitas mulheres indígenas, em força e assim colocar luz sobre o meu povo ancestral”, explica a artista.

Autodidata, Anarandá começou a rimar em Guarani e português ainda adolescente, percebendo que poderia ecoar não apenas suas vivências, mas a resistência coletiva de seu povo.

As letras do álbum falam de preconceito, defesa do território, violência contra mulheres indígenas, mas também da beleza cultural, da força das mulheres e da esperança de futuro.


🎶 As faixas do álbum

O disco traz 8 músicas autorais, entre elas:

  • “Mãe”
  • “Che Machu mandu’a kuemi – As lembranças da minha avó”
  • “Assédio”
  • “Te procuro”
  • “Escuta minha voz”
  • “A dor de um parto”
  • “Amazônia”
  • “Jasy Tata – A lua de fogo” (com videoclipe previsto para novembro)

A faixa de abertura inclui o poema “Tem gente com fome”, de Solano Trindade, narrado por Sílvia de Mendonça, reforçando a conexão com a poesia negra e a luta contra desigualdades.


🤝 Colaboração e coletividade

O projeto contou com apoio do Fundo de Investimentos Culturais (MS), direção artística de Vinil Moraes, beats de Wagner Bagão, participação da Orquestra Indígena regida por Eduardo Martinelli, da multi-instrumentista Kezia Miranda, do artista visual Pitter Marques e da cineasta Marineti Pinheiro, responsável pelos dois videoclipes.

Além da música, Anarandá também atua como professora de língua materna, escritora, atriz e criadora de conteúdo digital, trazendo múltiplas camadas à sua arte.


❓ FAQ – Perguntas Frequentes

Qual o nome do álbum de estreia da MC Anarandá?
“Pehendu Ore NÊ’Ê – Escuta nossas vozes”.

Quantas músicas estão no disco?
O álbum tem 8 faixas autorais, duas delas já com clipes disponíveis no YouTube.

Qual a principal mensagem do álbum?
Unir ancestralidade Guarani Kaiowá e resistência periférica por meio do rap, valorizando a cultura indígena e denunciando injustiças sociais.

Onde ouvir o álbum?
O disco está disponível em Spotify, Apple Music, Deezer, YouTube Music, Amazon Music, Tidal e Anghami.


💡 Por que isso interessa?

A estreia de MC Anarandá reafirma o poder do rap como ferramenta de luta e identidade. Ao unir o Guarani Kaiowá às batidas urbanas, a artista mostra que a cultura indígena é viva, atual e necessária no cenário musical brasileiro. Seu álbum é mais do que música: é um grito coletivo de resistência, memória e esperança.