🎧 Um reencontro histórico no Queensbridge
O hip-hop vive de encontros que atravessam gerações — e o reencontro entre Nas e Havoc, do lendário Mobb Deep, é um desses momentos que unem respeito, história e cultura.
Durante a audição do novo álbum “Infinite”, marcada para o dia 10 de outubro, Nas apareceu para prestigiar o projeto e prestar uma homenagem sincera à dupla que moldou o som das ruas de Nova York.
“Rest in peace to Prodigy,” disse Nas. “Hav, parabéns por esse retorno ao universo do hip-hop. O que você faz é puro. O que você representa é por todos nós. Não tem firula, é realidade, é talento puro.”
🏙️ O retorno do som de Queensbridge
O álbum Infinite marca a volta de Havoc sob o selo Mass Appeal, de Nas, dentro da série Legend Has It — uma iniciativa voltada a revisitar clássicos e exaltar artistas fundamentais da cultura.
Com essa parceria, o Queensbridge volta ao centro das atenções, unindo dois nomes que ajudaram a definir o rap da Costa Leste nos anos 90.
Desde “Eye for an Eye (Your Beef Is Mines)”, faixa de 1995, Nas e Mobb Deep compartilham uma conexão que vai além da música: é uma irmandade de rua, nascida no mesmo bairro e moldada pelos mesmos códigos.
“Hav sempre me manteve atento, desde moleque. Ele é a essência do Queensbridge.” – afirmou Nas.
🔥 O poder da sobrevivência e da memória
O lançamento de Infinite não é apenas sobre um novo disco — é sobre resiliência, legado e continuidade.
Após a morte de Prodigy, em 2017, Havoc assumiu a responsabilidade de manter vivo o som do Mobb Deep, transformando a dor em arte e a saudade em combustível criativo.
Agora, ele retorna com um álbum que promete unir a brutalidade poética do clássico The Infamous (1995) com novas camadas de maturidade e introspecção.
Além do disco, Havoc embarca em uma turnê conjunta com Raekwon, celebrando os 30 anos dos álbuns The Infamous e Only Built 4 Cuban Linx, dois pilares do rap de rua novaiorquino.
E as novidades não param: o produtor e MC já adiantou um projeto colaborativo com Method Man, sinalizando uma fase fértil para o legado de Queensbridge.
💭 Por que isso interessa?
Porque Infinite não é apenas um novo álbum — é o renascimento de uma era.
Nas e Havoc representam a espinha dorsal do rap real, aquele que ainda carrega a verdade das esquinas e o peso das cicatrizes.
Num momento em que o hip-hop global vive entre o luxo e o algoritmo, ver dois mestres reafirmando a essência é um lembrete de que o som da rua ainda pulsa — infinito, como o nome do disco sugere.
Sou Bruno “CRIAA” Inácio, desde 2002 falando sobre Rap na Internet, editor-chefe da Rapgol Magazine, onde conecto os universos do rap e do futebol com conteúdo autêntico e relevante. Com foco na curadoria de histórias que refletem a essência da cultura urbana, também assino artigos e entrevistas que destacam a voz dos artistas e a vivência das ruas.