Tradicionais nos anos 90s os famosos bailes funk de barreira dominaram os subúrbios e causaram muitas mortes durante mais de uma década no Rio de Janeiro. As mortes aconteciam principalmente nos acessos aos bailes e em enfrentamentos de galeras por vias da cidade. Em 1997 era um jovem de 16 anos de idade e sim frequentava bailes de barreira. Cassino Bangu, Country Clube da Praça Seca, Clube Chaparral e outros foram alguns dos bailes em que pude estar presente e como todo jovem daquela época as vezes se meter em meio as brigas. Em meados dos anos 2000, muitos responsáveis por estes bailes foram processados e alguns condenados, fazendo com que os eventos perdessem força até a extinção por completo. Os bailes Funks voltaram para dentro das quadras das comunidades e as brigas se tornaram impensáveis de acontecer.
O retorno dos bailes de barreira e os erros dos anos 90s sendo repetidos.
Em 2019 surgiram os primeiros vídeos em redes sociais mostrando o retorno dos bailes de barreira. Em diversos deles é possível ver jovens brigando e sendo incentivados a manter o ritmo de fúria no famoso “LADO -B x LADO – A”. Estes eventos geralmente marcados por redes socais, se mantiveram acontecendo e sub escondidos até este ano de 2020 quando após uma grande confusão generalizada, se transformou em um tiroteio e ocasionou três mortes em uma evento que aconteceu na cidade de Belford Roxo no Rio de Janeiro.
CHEGA!! Nós pobres estamos sempre procurando meios de nos matarmos.
Uma confusão em um baile funk em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na madrugada de domingo (8), deixou três pessoas mortas e outras três pessoas feridas. Uma pessoa morreu durante a confusão e outras duas não resistiram aos ferimentos e morreram na Unidade de Pronto Atendimento.
A briga começou dentro do baile funk quando a música ainda tocava e foi para a rua aonde três pessoas perderam suas vidas.
É inaceitável que em pelo ano 2020, durante uma pandemia que já tirou muita vidas , nós crias do subúrbio, das comunidades, ainda caímos nesta armadilha do sistema aonde Pobre mata pobre. O ocorrido que pode ser visto no vídeo abaixo, mostra que não aprendemos nada com os erros dos anos 90’s e que somos reféns de nós mesmos.
Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.