Dos sons automotivos que ressoam no estacionamento do Estádio Mangueirão até as ruas vibrantes de Belém, há um ritmo contagiante que une a paixão pelo futebol à música local: o tecnobrega. A torcida do Paysandu, uma das mais fervorosas da capital paraense, incorpora esse som nas arquibancadas e na alma. O PELEJA se uniu à torcida bicolor em um dia de jogo para entender como essa batida eletrizante se tornou o hino não oficial dos fãs de futebol na cidade.
Em Belém, futebol e música são mais do que entretenimento; são expressões culturais que carregam a identidade do povo paraense. No dia do jogo, a atmosfera ao redor do Mangueirão é um espetáculo à parte. Carros equipados com potentes sistemas de som tocam os sucessos do tecnobrega, embalando o pré-jogo com ritmos dançantes e letras que falam de amor, vida e, claro, da paixão pelo Paysandu.
A conexão entre o tecnobrega e o futebol em Belém não é apenas sobre diversão; é sobre identidade. A música reflete o cotidiano e a vivência do povo paraense, enquanto o futebol traz o orgulho de representar o estado e suas tradições. Essa combinação cria uma subcultura única, onde a música serve de combustível para a paixão nas arquibancadas, e o futebol, por sua vez, inspira os artistas locais a criarem hinos que reverberam nas ruas e nos corações dos torcedores.
“Desde que me conheço por gente, essa festa, esses automotivos acontecem aqui no Mangueirão”, afirma Betinho Apollo, torcedor do Paysandu. E há uma mecânica séria, que organiza a parada para não haver confusão de sons. “Eles trazem os carros aqui, colocam um do lado do outro e tiveram a sacada de comprar um transmissor de rádio que transmite um áudio só. Isso tudo é justamente para fazer com que todas as pessoas possam ouvir a mesma coisa”, explica.
Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.