O fim de um ciclo, valeu Pirâmide Perdida!

O fim de um ciclo, valeu Pirâmide Perdida!
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Como tudo nessa vida que tem início, meio e fim, chegou o fim de uma era, ou melhor, de um ciclo de uma rapaziada que revolucionou a cena do rap do Rio de Janeiro. Pirâmide Perdida é um selo carioca que unia amigos de bairro, Bohemia e esquinas do lado mais underground possível. Transformando um cotidiano naturalmente carioca em negócios, músicas e muita grana. 

Uns artistas com mais visibilidade, outros correndo por fora do mainstream, mas todos ali, juntos, fazendo história no rap nacional e deixando sua marca para sempre. O selo carioca foi responsável (e ainda é) por lançar tendências, gírias e ter um lifestyle muito único. Eu tive a honra de cobrir o festival “Pode Falar Tour” em 2017 que uniu a Ceia x Pirâmide Perdida e era absurdo a energia, as pessoas envolvidas e a tendência / grandeza que a Pirâmide Perdida estava se tornando naquele momento, um pouco mais da metade do público queria usar as mesmas roupas, falar as mesmas gírias (mesmo não sendo carioca) e viver esse lifestyle que os personagens desse selo proporcionou nesses anos todos.

Profissionalismo é a palavra quando se tratamos do selo, patrocínio da Adidas, distribuição pela Alta Fonte, gana de vencer, o selo no Brasil é um case de sucesso absoluto quando se falamos de música, principal no rap. Músicas como “Dispiei“, Cypher com o pessoal da DV Tribo, “Melhoria Gang” de Akira Presidente, são algumas das várias músicas que durante esse ciclo do Selo marcou uma vida e toda uma geração fã de rap.

O Rio de Janeiro sempre foi responsável por lançar tendência no rap nacional desde os primórdios, São Paulo sempre vai ser o berço, mas o Rio de Janeiro sempre quando chega, vem para fazer história, você goste ou não e com essa rapaziada não foi diferente O Rio de Janeiro já foi capaz de trazer inúmeros nomes para a cena do Rap Nacional, foi assim com o Aori, Marechal, Gil Metralha, Planet Hemp, D2, Quinto Andar, Cone Crew, 3030, Cacife Clandestino, 1Kilo entre outros mil nomes que ficaram famoso no Brasil todo com sua arte.

E a Pirâmide Perdida chegou sabendo absorver tudo de bom que cada um fez e notou o que precisava ser feito de diferente que esse outro pessoal não conseguiu enxergar ou se negava aceitar quando o assunto era grana. O sucesso do selo é cada membro está andando com as próprias pernas, no seu corre, hoje em dia, sem passar perrengue. Poder reunir todos seus amigos, gerar emprego pra familiares, fazer shows em todo território brasileiro e poder viver da sua arte, é o que todo artista sonha e busca quando se envolve com a música. Nesse ciclo, a Pirâmide Perdida cumpriu com maestria todos esses requisitos com seus antigos membros.

AKIRA PRESIDENTE

Akira presidente – Mais velho e um dos fundadores da Pirâmide junto com El Lif, foi o primeiro campeão da famosa batalha do real, lançou 4 discos e a mixtape em conjunto com o selo. De velha escola, para a nova. Já transitou por várias áreas e quando viu, já tinha fãs adolescentes e jovens por todo Brasil, inclusive de quem vos escreve essa matéria. Akira agora seguirá com seu próprio selo, o “Melhoria Music”, boa sorte para ele.

BK – Foto: Cadu Andradee

BK – Dono do melhor disco em 2015 que até hoje ninguém conseguiu superar, nem mesmo ele. “Castelos & Ruínas” é o ápice de um MC liricamente falando. Com outros discos e EP nas pistas, foi o principal nome do selo a atingir uma ascensão absurda, sendo aproveitada até hoje. Hoje seguindo carreira solo com seu próprio selo musical, “Gigantes” que tem o mesmo nome do seu segundo disco, BK vem liderando uma tropa de protagonismo e atingindo lugares que só realmente sendo gigante para alcançar, confira seu último trabalho “Dinheiro, Poder, Respeito”.

BRIL Foto: ballade62

Bril – Dono de uma personalidade única, onde consegue brilhantemente trazer seu flow próprio para cada faixa que participa. Na música “Double Cup” de Akira Presidente e na faixa “KGL” da Nectar Gang, seu antigo grupo, Bril simplesmente rouba a cena toda para ele. Bril também tem um disco solo na pista, intitulado “Chefe Gordo”, ouça.

CHS

CHS – Dono das melhores letras, líricas, métrica e punchlines da Pirâmide. CHS é nota 10 quando se trata de rap. Sua marca TRAMA é uma prova do talento de CHS. O MC vive e respira a arte 24 horas por dia. CHS tem dois trabalhos solos na rua, sendo “CHAOS” e “Tudo Pode Acontecer”, vale a pena conferir os dois trabalhos e se você é um ouvinte exigente como eu, vai pirar.

EL LIF BEATZ – Foto: Jef Delgado

El Lif – Fundador do selo, hoje já pode ser considerado como um dos maiores beatmakers que já vimos nesse País, mesmo que no Brasil se descubra um talento a cada dia, mês, ano, El Lif se consagrou anos atrás de anos com trabalhos que marcou toda uma geração. O produtor deu as caras esse ano no CD “Troféu” do MAJOR RD, que já é considerado um dos melhores trabalhos do ano. El Lif explicou que o selo continua, mas com outros membros e uma proposta diferente do que estávamos acostumados a ver e ouvir. Ficamos no aguardo do que está por vir.

LUCCAS CARLOS

Luccas Carlos – O Jovem Carlos ficou famoso no meio do rap por seus refrões chicletes e com sua linda voz que conquistou o coração dos apaixonados e o Brasil todo. O MC já fazia letras e vendia a 10 anos atrás, quando de repente um grupo de pagode regravou uma de suas letras e fez maior sucesso. Luccas é um dos maiores nomes que essa geração viu e ouviu e eu nem estou falando do rap, estou falando da música em geral. O MC pode transitar em qualquer área e pode ter certeza que será realizado com muita perfeição.

JXNV$

JXNV$ – O famoso autodidata, tudo que se propõe a aprender, aprende e faz com maestria. Jonas é produtor, DJ, MC e um ótimo apreciador de coisas ilícitas. Rimou no primeiro “Poetas no Topo” e atiçou curiosidade em todo maconheiro com a frase “Chapado de Ice-o-lator, Profeta, The Violator”.  Hoje está se arriscando no Drill e lançou um dos melhores trabalhos do ano com seu parceiro BK, ouça “Off White.

SAIN – Foto: ballade62

Sain – Sain é outro que respira arte 100% e diferente dos demais, isso acontece na sua vida desde muito cedo. O menino que só queria jogar Playstation cresceu e hoje joga o Rap Game como ninguém, o filho do D2 ou melhor, o pai da princesinha do TTK, se tornou homem cedo ao ser pai e sua arte mudou completamente, para melhor. O que antes o rapper rimava sobre festas, garotas e drogas, com seu grupo, Start, hoje os assuntos são tratados de uma forma diferente, mais adulta. Seu último disco “Slow Flow” é uma aula de protagonismo em cima dos beats, o rapper narra a correria do dia-a-dia e a importância da família, confira aqui.

JUYÈ

Juyè – Juyè é a voz feminina que encantou o Brasil, com apoio da Pirâmide ela passou por uma das fases mais difíceis que uma mulher pode passar e graças aos seus amigos de selo, conseguiu se reerguer e ta firmona hoje em dia. Juye tem um disco na pista chamado “Do Desapego Ao Amor” que vale toda a sua atenção e vale a pena conferir o incrível trabalho que vez em “Gigantes” com o BK ao vivo no Circo Voador.