O MELHOR PROGRAMA DO PODPAH ACONTECEU DIA 24/06/2025

O MELHOR PROGRAMA DO PODPAH ACONTECEU DIA 24/06/2025

O MELHOR PROGRAMA DO PODPAH ACONTECEU DIA 24/06/2025

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O maior podcast do Brasil chamou Chavoso da USP e Galo, num bate papo que durou um pouco mais de duas horas e meia e o bagulho ficou doido.

Chavoso da USP, é um estudante periférico que viralizou por seu estilo. Ele usa as redes sociais para mostrar que o conhecimento acadêmico também é ferramenta de empoderamento nas periferias. Sua jornada inspira jovens a valorizarem tanto a cultura de onde vêm quanto o acesso à educação e ele faz isso com maestria.

Galo ficou nacionalmente conhecido por sua participação no ato que queimou a estátua do Borba Gato, símbolo colonialista, em 2021. Entregador de aplicativo, ativista e integrante do movimento Entregadores Antifascistas, ele representa uma luta urbana por justiça social, contra a precarização do trabalho e por memória histórica crítica. Sua ação gerou debate sobre o que é patrimônio e quem tem o direito de contestá-lo, máximo respeito.

O Podpah é um dos maiores podcasts do Brasil, criado por Igão e Mítico. Traz uma linguagem acessível e popular, destacando vozes da quebrada, artistas, jogadores e personalidades que antes eram marginalizadas pelos grandes meios. É símbolo da ascensão da cultura periférica para o centro do debate nacional, com humor, leveza e visão crítica.

O programa do dia 24/06/2025 ficará marcado para sempre na memória. Dar voz a pessoas como Chavoso e Galo mostra que, nós, o público que acompanhou o Podpah desde o início da sua ascensão meteórica, não nos perdemos no caminho. Mesmo com números milionários envolvidos, o maior hub de entretenimento do Brasil no YouTube ainda sabe de onde veio.

Esse episódio ensinou o que é evoluir com os pés fincados no chão. A nova geração mostra que não há separação entre intelectualidade e vivência. Pelo contrário: é da rua que vem o saber que falta nas salas de reunião. O rap entra como ponte, entre o saber acadêmico, a luta dos trabalhadores e o cotidiano da quebrada. E a meta não é sair do lugar de origem, é fortalecer ele. De todas as formas possíveis.

Evoluir com o pé no chão é não esquecer de onde veio, mesmo quando se alcançam lugares altos. É usar o palco para trazer quem está na plateia para cantar junto. Não se trata de ser exemplo, mas de ser espelho. Porque quando a quebrada se vê, ela se reconhece. E quando se reconhece, ninguém segura.

O programa com Galo e Chavoso me fez assistir ao vivo após meses sem vontade alguma de acompanhar os moleques que eu tanto curto. Tantos temas importantes foram abordados que é até difícil listar todos. Mas quando o povo indígena entra na conversa, a Priscila solta um papo reto sobre o fim da escala 6×1 e mostra que existe abertura para qualquer revolução. A partir dali, o episódio se transforma no maior já feito. Mais impactante que os com Neymar ou Chris Hemsworth (Thor), com todo respeito, porque falar com o nosso povo, com quem constrói esse país de verdade, é onde está a verdadeira magia.

Um dos principais temas abordados foi o Agronegocio e a grana da nova geração de influenciadores e rappers/trappers como Oruam, Buzeira, Wesley Alemão e o Poze do Rodo.

Galo questiona e se o agronegócio fosse da quebrada? E se nós, que crescemos sem terra, sem acesso, sem herança, fôssemos os verdadeiros donos do chão que alimenta o país? A resposta vai além de um sonho. Ela revela o Brasil que poderia e ainda pode existir.

Se a quebrada comandasse o campo, o Brasil teria comida no prato antes de lucro no cofre. Plantaríamos para alimentar a favela, o povo, o bairro. A lógica da monocultura cairia por terra, e no lugar de soja para exportação e gado para enriquecer bilionários, cresceriam alimentos diversos, frescos, cultivados com respeito à natureza e à vida. A terra deixaria de ser cercada por correntes e cercas elétricas. Seria espaço coletivo, partilhado. Nada de grileiro, nada de boiada, nada de veneno disfarçado de progresso. A quebrada sabe cuidar do pouco, imagina só o que faria com o muito? Galo reflete.

A favela sempre viveu da inteligência do improviso, da resistência, da adaptação. Isso, aliado à sabedoria ancestral dos povos indígenas e quilombolas, formaria um modelo de agricultura popular, regenerativa e soberana. A gente ouviria mais os mais velhos e menos os interesses de mercado. Mais ciência popular, menos lobby de agrotóxicos. O Brasil seria outro. Um país onde a terra pertence a quem nela pisa, cultiva e cuida. Onde o trabalhador rural seria respeitado e não explorado. Onde o alimento teria origem limpa, o trabalho teria valor e a natureza seria vista como aliada, não como obstáculo.

O problema nunca foi falta de terra. É excesso de concentração. O que falta é justiça. E se um dia a quebrada for dona do campo, não vai ter só colheita: vai ter revolução.

Em 2025, os povos indígenas continuam sendo guardiões das maiores reservas de biodiversidade do planeta. Em tempos de crise climática, devastação ambiental e avanço do agronegócio, proteger as terras indígenas é proteger o futuro. Mais do que preservar florestas, é respeitar formas de vida que coexistem com a natureza há milênios. Os povos originários são resistência viva e sabedoria ancestral e reconhecer seus direitos é urgente, ético e essencial para qualquer projeto de país justo.

Confira esse bate papo incrível que rolou no PodPah dia 24/06/2025.