Papatinho revive o funk carioca dos anos 90 no álbum ‘Música Popular Carioca’

Papatinho revive o funk carioca dos anos 90 no álbum ‘Música Popular Carioca’

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O produtor e DJ Papatinho está de volta com um projeto ousado e cheio de história: o álbum “Música Popular Carioca”, lançado nesta quinta-feira (30) e já disponível em todas as plataformas digitais. A proposta é clara: revisitar e homenagear o funk carioca dos anos 90, resgatando a batida acelerada, os graves pulsantes e a energia única que marcou os bailes de corredor no Rio de Janeiro.

Aos 38 anos, Tiago da Cal Alves, o Papatinho, é conhecido por suas colaborações com nomes como Anitta, Shakira e Black Alien. Agora, ele se dedica a um projeto pessoal que mistura nostalgia e inovação. Para dar vida ao álbum, Papatinho montou uma produção artesanal no estúdio no Rio, utilizando equipamentos clássicos como MPCs e samplers — o mesmo setup que moldou o som dos bailes nos anos 90.

Um tributo aos precursores e à nova geração

O disco conta com participações de peso: MC Cidinho, Duda do Borel, Fernanda Abreu, além de artistas da nova geração como Kevin O Chris e L7nnon. A ideia, segundo Papatinho, é unir vozes de diferentes épocas para criar um diálogo entre o passado e o presente. “Essa mistura é o que faz o funk ser tão poderoso. O álbum é um retrato da cena de 1996, mas com o olhar de hoje”, afirma.

Funk, resistência e renovação

“Música Popular Carioca” também é uma resposta ao momento atual do trap e do funk, que Papatinho considera estar em uma fase de “mesmice”. Para ele, é necessário resgatar o impacto sonoro e cultural que o funk tinha em seus primórdios. “O funk sempre foi resistência, mas também foi alegria, festa, e é isso que eu quero trazer de volta. A violência não é o que nos define, e sim a batida que faz o corpo mexer”, explica.

O álbum não ignora a estética dos bailes de corredor, conhecidos por suas batalhas e rivalidades, mas Papatinho faz questão de destacar: “Não quero reviver a violência, quero reviver a emoção. É sobre a música, a cultura, a energia que só o funk tem.”

Um disco que pulsa história e futuro

Com “Música Popular Carioca”, Papatinho entrega um projeto que conecta gerações e reafirma o funk como patrimônio cultural do Brasil. As faixas prometem trazer à tona a memória afetiva de quem viveu os bailes dos anos 90, ao mesmo tempo em que apresentam o som para uma nova geração.

O álbum, além de ser um resgate histórico, também é um manifesto pela liberdade artística e pela valorização da cultura das periferias. Em um momento em que o funk ainda enfrenta preconceito e criminalização, Papatinho dá voz às vielas e às favelas, mostrando que a batida do morro segue viva — e mais forte do que nunca.