Papatinho revela bastidores de sessões internacionais, composição e encontro com Kanye West

Na rota dos gigantes: Como Papatinho levou o Brasil para o centro do rap/pop mundial

No Flow Podcast, Papatinho abriu o jogo sobre um dos capítulos mais insanos da sua carreira: suas sessões de estúdio nos EUA, a rotina de enviar beats para artistas de todo o mundo e os bastidores de uma colaboração histórica que quase entrou para um álbum de Kanye West.

🔥 A estratégia para ser ouvido no topo

“Mandar beat para todo mundo, ser insistente — até chato, se precisar.”
Com essa mentalidade, Papatinho narra como passou a criar pastas personalizadas para grandes nomes, sempre colocando “Papatinho from Brasil” para chamar a atenção. “Se alguém me manda uma pasta de um produtor da Nigéria, eu vou parar para escutar. Tudo estratégia de tentar chamar atenção”, confessa.

🚀 O corre de quem produz: Da MPC para o Bel-Air

Em uma das viagens, a conexão veio através de Ty Dolla $ign. Ele relata o momento em que foi chamado às pressas para uma sessão no lendário Hotel Bel-Air, em Los Angeles. O clima era surreal: “Só mansão de celebridade, parecia episódio do ‘Fresh Prince’.” Lá, ao lado de engenheiros, compositores internacionais e Ty Dolla, Papatinho foi recebido como “o cara do Brasil”, com beats inéditos prontos para impactar.

👑 O convite de Kanye West: ‘Seu som é o futuro’

Em meio às sessões, surge o convite inesperado: um grupo mensagem com o número de Kanye West. O clima era de segredo, segurança e expectativa.
No estúdio, Kanye elogia a produção de Papatinho, pede cinco opções de beats e vibra especialmente com um deles, afirmando:

“Your sound is the future.”

O rapper norte-americano orienta o brasileiro a cortar mais samples, experimentar, misturar elementos — elogiando o método “brasileiro” de criação. “Ele faz todo mundo gravar tudo, depois junta cada elemento e faz a mágica dele”, relata Papatinho.

📋 O método Kanye: direção musical e pulso firme

A seleção de faixas era feita à mão, quadro branco, caneta colorida, marcações de cada preferida. “Eu me vi ali, Ty dolla $ign, Kanye e o engenheiro, escolhendo músicas lado a lado. Só gigante, e eu no meio. Que doideira”, resume, ainda sem acreditar.

Kanye era detalhista, ouvia tudo, mas também cortava sem dó. “Ele não tem paciência pra certas coisas. Se não gostou, risca do quadro na hora”, observa.

💡 Cultura global: Michael Jackson como inspiração

Um dos ensinamentos mais marcantes do encontro veio de uma fala direta de Kanye:

“Michael Jackson sempre buscou a música global. E eu, trabalhando com um produtor do Brasil, estou fazendo isso também.”

Para Papatinho, a validação do som brasileiro como parte do futuro do pop foi um marco — e uma missão.

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Por que isso interessa?

O relato escancara a rota nada linear do produtor brasileiro que virou referência internacional: do envio insistente de beats ao contato com Kanye West, do improviso com a MPC à mesa dos titãs do pop.
Mais do que falar de sucesso, a matéria revela bastidores, cultura de estúdio e a conexão Brasil–mundo — provando que criatividade, coragem e originalidade são pontes para o futuro da música.