“Por que eles querem ser bandidos
Salemm
se os nossos entram nesse caminho por falta de opção?”
O mundo do rap está recheado de contadores de histórias sem vivência e este foi o tema utilizado pela Salemm para falar em seu primeiro som “Falso Tralha”. A rapper que é cria da Rocinha – Zona Sul – RJ, falou sobre o seu novo projeto, confira:
“Por que eles querem ser bandidos
se os nossos entram nesse caminho por falta de opção?
Em “FALSO TRALHA”, meu primeiro single, que sai dia três de Maio (03/05) é questionada a romantização do tráfico por pessoas que não são CRIAS de favela ou tão pouco já pisaram em uma.
Mesmo durante uma pandemia, nós que somos nascidos e criados nas favelas vivemos em meio a conflitos armados dentro das nossas comunidades enquanto jovens de bairros não violentos continuavam com suas fantasias de favelado, brincando de bandidos com seus airsofts .
Quando escrevi essa música, me deparei com uns menor muito tilt que só falavam de crime.
Questionei esse fetiche de ser bandido já que essas pessoas tiveram estrutura, opção, não viviam nem próximo disso, não viam aquilo como um status mas insistiam em falar disso.
Tenho amigos que nem jogam Call of Duty ou Freefire por que eles vivem essa realidade de segurar uma peça durante 12 horas e não sabem se vão voltar pra casa amanhã.
Essa single é um deboche pra essas pessoas e o meu direito de falar através da minha vivência (duvidosa que talvez eu só externe algum dia se eu escrever um livro o que rolou.)
O Beat é feito pelo @dreebeatmaker que amassou firme na produção do som.
A foto e a arte da capa foi feita pelo Dree com direção criativa minha,
styling da @gllendhaholifyeld minha estrela da moda na favela 💖
e a produção e cenografia é feita pelos faixa preta e infelizmente tem nomes que eu não posso citar (foi um dia doido pra geral) mas eu agradeço muito aos meus cria por tudo!
Dia 03 eu só quero passar um pouco da minha visão pra vocês, de uma forma que os meus faixas também irão entender (por que vários falam que gostam da Rankeada mas não entendem do que eu tô falando), numa linguagem mais simples, mais nossa.”
Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.
