Salemm Apresenta a Rocinha Como Você Nunca Viu Antes e Questiona a Romantização do Tráfico por Pessoas Que Não São Crias de Favela.

Salemm Apresenta a Rocinha Como Você Nunca Viu Antes e Questiona a Romantização do Tráfico por Pessoas Que Não São Crias de Favela.

Foto – Capa – Renato Errejota

ywAAAAAAQABAAACAUwAOw==
Foto: Raphael Brunet.

O bairro da Rocinha no Rio de Janeiro é uma ilha em meio a mata atlântica nativa. Situado na Zona Sul do Rio de Janeiro, tem mais de 150 000 habitantes segundo os próprios moradores e uma vida urbana intensa. Entre os milhares que ali residem, uma jovem vem se destacando pelo seu talento e olhar.

Salemm é fotógrafa, modelo e rapper, nascida e criada na Rocinha. Com o nome de batismo Kimberly ou apenas Kim, cresceu cansada de retratações exclusivamente negativas sobre sua comunidade e decidiu captar a beleza entre os becos e vielas através da sua ótica de moradora para mostrar a realidade.

Com um olhar apurado e uma sensibilidade única, ela vem retratando com maestria algo que só quem conhece o lugar onde vive é capaz de fazer.


”Na minha casa tem um livro do André Cypriano sobre a Rocinha.
Por muito tempo esse livro foi a única representação positiva da favela, pra mim. Quando via a Rocinha nos noticiários, filmes e etc eram sempre retratações negativas e ressaltando o quanto aqui era ”feio” e perigoso…


… Não que eu não veja ainda hoje helicópteros sobrevoando nossos telhados, essa também é a realidade da Rocinha e de muitas comunidades cariocas, no entanto também tem as coisas boas e é delas que eu quero falar …”

SALEMM

O QUESTIONAMENTO SOBRE A ROMANTIZAÇÃO DE ALGO PERIGOSO.

ywAAAAAAQABAAACAUwAOw==
Salemm Apresenta a Rocinha Como Você Nunca Viu Antes e Questiona a Romantização do Tráfico por Pessoas Que Não São Crias de Favela. - Rapgol Magazine

Salemm lança nesta segunda-feira (3) o seu primeiro single intitulado “Falso Tralha”, música que questiona a romantização do tráfico por pessoas que não são CRIAS de favela ou tão pouco já pisaram em uma.

Em conversa com a RAPGOL MAGAZINE, Salemm disse:

“Mesmo durante uma pandemia, nós que somos nascidos e criados nas favelas vivemos em meio a conflitos armados dentro das nossas comunidades enquanto jovens de bairros não violentos continuavam com suas fantasias de favelado, brincando de bandidos com seus airsofts “.

O questionamento da jovem sobre tais ações é válido e justo, pois há muito tempo o rap entrou em um espiral onde muitos que nunca passaram por problemas ou estiveram próximos as mazelas de uma comunidade, buscam agir ou se expor como se fossem envolvidos ou tivessem vivência sobre determinados assuntos.

Salemm explicou que quando estava escrevendo este seu primeiro single, se deparou com jovens “muito tilt” , que só falavam de crime. Ao questiona-los sobre “fetiche” de ser bandido , observou que eles não viviam nem de perto a realidade de uma comunidade, mas insistiam em falar sobre assunto.

“Tenho amigos que nem jogam Call of Duty ou Freefire por que eles vivem essa realidade de segurar uma peça durante 12 horas e não sabem se vão voltar pra casa amanhã.”

A música foi produzida pelo Dree Beat Maker e estará disponível em toda as plataformas digitais.


Para conhecer o trabalho de fotógrafa – Acesse – @afotogracria

foto perfil criaa

Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.

Rincon Sapiência Expõe a Realidade de Muitos Brasileiros Em “Cotidiano”. Postagem anterior Rincon Sapiência Expõe a Realidade de Muitos Brasileiros Em “Cotidiano”.
Próxima postagem Diniboy Fala Sobre Seu Novo Ep “Killahmanjaro” , Reconhecimento no Grime do Reino Unido e Muito Mais.
error

Gostou do site? Compartilha com geral!