Nos bastidores do futebol brasileiro, um tema crucial continua a ser evitado: a saúde mental dos jogadores. Segundo um levantamento da Trivela, apenas metade dos clubes da Série A possui um psicólogo fixo na comissão técnica. Essa lacuna revela uma preocupante negligência em relação a um aspecto fundamental do desempenho esportivo.
Hesitação e Estigma: Barreiras na Busca por Ajuda Psicológica
José Rezende, psicólogo esportivo e analista de projetos na Condurú Consultoria, destaca as consequências significativas do silêncio em torno da saúde mental no futebol. A pressão constante para um alto desempenho, combinada com expectativas da torcida, mídia e dirigentes, pode levar a problemas como ansiedade, depressão e estresse. Sem suporte adequado, essas questões afetam não apenas o rendimento em campo, mas também a qualidade de vida dos jogadores.
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Receptividade Diferenciada: Outros Esportes à Frente na Conversa sobre Saúde Mental
Enquanto alguns clubes reconhecem a importância de profissionais de saúde mental, o estigma em torno dessas questões persiste. Alguns gestores e jogadores temem que buscar ajuda seja visto como sinal de fraqueza. Apesar disso, houve avanços nos últimos anos, como quando o atacante Richarlison revelou sua busca por ajuda psicológica. No entanto, essa abertura parece ser mais comum em esportes coletivos e individuais que demonstram uma predisposição maior para abordar a saúde mental.
Disparidades Culturais no Mundo Esportivo: O Futebol Precisa Evoluir
José Rezende destaca a disparidade cultural entre diferentes modalidades esportivas. Enquanto o futebol enfrenta resistência em abordar abertamente a saúde mental, outros esportes demonstram uma predisposição maior para discutir e enfrentar esse aspecto crucial do desempenho esportivo. O futebol brasileiro precisa urgentemente de uma mudança de cultura, priorizando o bem-estar emocional dos atletas.
Apelos por Mudança e Investimento em Saúde Mental no Futebol
Diante desse cenário, surge a necessidade de uma mudança de cultura no futebol brasileiro. Os clubes devem reconhecer a importância de priorizar o bem-estar emocional de seus atletas, investindo em recursos e programas que promovam a saúde mental. Essa abordagem é essencial para criar um ambiente onde os jogadores se sintam apoiados e capazes de lidar com os desafios emocionais da carreira esportiva.
“Tendo em vista o papel do futebol na cultura brasileira, é possível ir além e pensar no esporte como uma vitrine para a valorização e quebra do tabu em relação à psicologia. A resistência na sociedade para buscar um acompanhamento psicológico persiste, e é fundamental superar essa barreira para garantir uma saúde mental adequada não apenas para os atletas, mas para toda a população”, destaca Rezende.
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