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sTEFF LIMA

Fotografia - Carolina Demper

O mundo da fotografia e o Rap/Hip-Hop ao longo das últimas décadas, estiveram lado a lado em momentos icônicos e muitos profissionais se destacaram na cena.

 Nesta edição conversamos com a fotógrafa Steff Lima, ela que vem desenvolvendo um portfólio recheado de trabalhos sensacionais, falou sobre os seus projetos, início de sua carreira, sua transição de ensaios femininos para a imersão dentro do rap e muito mais.

Ste, como é carinhosamente chamada por todas as pessoas que a conhecem, é cria de São Matheus – São João de Meriti – RJ e desde bem nova busca o seu reconhecimento através de um trabalho sólido e que já chegou na maior vitrine da Times Square, New York – EUA.

Acompanhe o nosso bate papo abaixo:

RAPGOL – Primeiramente obrigado por abrir um espaço em sua agenda e conversar conosco. Não é de hoje que você nos agracia com as suas fotos e projetos visuais, mas para quem está te conhecendo agora, quem é a Steff Lima?

STEEF LIMAGente, é muito difícil olhar pra si e falar, né? 

Mas a STEFF LIMA é a Steffany, que sempre foi a menina que correu atrás para ir estourando as bolhas da realidade que viveu. Sempre foi um dos meus maiores desafios quebrar essas barreiras, sabe? Eu venho do Buraco Quente, em São Matheus. Lá não é tão simples assim de sonhar e na minha trajetória eu vejo muito de Deus porque, da minha geração para trás, sempre foi muito difícil uma pessoa que nasceu pobre conseguir viver BEM da sua arte. Eu me sinto muito abençoada por isso. 

RAPGOL – Há algum tempo acompanho o seu trabalho pelas redes sociais e pude perceber como é constante a sua evolução. De onde vem este talento?

STEEF LIMAOlha, não faço a menor ideia! Acho que foi realmente um dom que me foi concebido como forma da misericórdia de Deus com a minha vida porque ele sabia de todas as coisas que aconteceriam comigo aqui.

 Nada explica. Não tenho familiares fotógrafos, não tenho nenhum exemplo de artista na família, talvez porque eles não tiveram a mesma oportunidade de se manifestar que eu tive… e aí com 11 anos foi quando pedi uma câmera de presente pro meu pai. Foi uma cânon 2x zoom analógica que eu queimei e perdi muitos filmes por não saber usar e não ter grana pra revelar.

 Lembro de quando pedia minha irmã pra me fotografar de filme e que tentava escolher até uma roupa bonita. Isso muito nova! Haha

RAPGOL Você ao longo dos últimos anos fez uma transição muito legal de trabalhos com ensaios femininos para uma imersão dentro da música. Como você analisa até aqui o caminho percorrido?

STEEF LIMAAconteceu de maneira extremamente natural. EXTREMAMENTE! Tanto que quando vi, estava dentro. Confessando intimamente: o primeiro trabalho eu fiz pra me vingar de um “ex” que podava um pouco essa minha conexão com o meio artístico. Aí fiz o primeiro! Foi com o Pelé Mil Flows, amo demais ele e a família dele!

 Em seguida, o produtor que trabalhou com ele nesse clipe, o Long Beatz, gostou muito de mim e me chamou pra fazer o still do clipe de “A noite” com o Xamã e o Ryan. Fui gostando, fui ficando e aí fui perdendo o prazer de fazer só os ensaios femininos. Eu acho isso super ok, sabia? Porque me deixa entediada a ideia de fazer só uma coisa durante a minha vida. Eu não sou nada metódica para isso! Via o trabalho da PAM Martins, da Carolina Demper, que fez essa foto minha e ficava inspiradíssima. Elas são demais e me influenciaram bastante!

 RAPGOL – Recentemente você esteve trabalhando com grandes artistas da música brasileira, projetos que receberam uma projeção internacional. Qual destes te marcou mais?

STEEF LIMA Acho que os trabalhos que foram para Times Square mexeram demais comigo e com meu coração… a Stezinha do BQ nunca nem cogitou algo nessa proporção. Meu trabalho chegou na Times Square antes da minha presença física! Isso é muito surreal pra mim!

 

RAPGOL – Ainda falando sobre seus trabalhos recentes, você assinou toda a fotografia do EP DIRETORIA das gêmeas Tasha e Tracie, como foi trabalhar neste projeto?

STEEF LIMAEu alugava muito o ouvido do Cesão para clicar as meninas! Muito mesmo!

 Aí nosso primeiro trabalho aconteceu porque elas precisavam de foto pro Spotify, que inclusive foram as fotos que foram para Times Square. Eu sempre tento muito me conectar com quem tô clicando e com elas não foi diferente.

Deu tudo certo, elas curtiram, pensei “ok, missão cumprida”. Aí logo em seguida veio o convite para assinar a capa do EP e eu fiquei “aí, socorro”. Eu já tinha feito muita capa de single, mas de EP nunca tinha rolado. Foi caindo a ficha da responsabilidade mas não deu pra temer porque elas são artistas muito presentes. Elas realmente estudam as luzes, mostram REF, dão palpites e isso é gostoso, sabe? Você ter os artistas participando do processo.

Eu amava demais o trabalho delas antes e esses trabalhos só trouxeram mais conexão entre a gente. Me sinto muito honrada de fazer parte da caminhada delas. Elas são incríveis como pessoas, também!

Um rolê no Tangie com Tasha & Tracie

RAPGOL – Todas as vezes que tenho a oportunidade conversar com quem trabalha na área, gosto de saber: Com o avanço da tecnologia e smartphones, uma boa foto

está ligada mais ao talento do que ao equipamento utilizado?

STEEF LIMASem dúvidas! O que define a foto é o olhar, porque técnica qualquer pessoa pode estudar e conseguir, mas o olhar é que decide tudo! 

 

Tenho amigos que fotografam com  celular e tem um trabalho ímpar! 

RAPGOLAo longo das décadas e gerações, o mundo da música Rap e a cultura Hip-Hop foi agraciado com diversos talentos dentro da fotografia. Podemos destacar: Chi Modu, Alexandre de Maio, Estevan Oriol, Luciana Faria, Jonathan Mannion, Janette Beckman, Barron Claiborne e outros.

Você consegue ter a noção do tamanho que suas fotos terão para a eternidade?

STEEF LIMANossa, nem sempre! 

Eu sempre costumo falar que foto é documento e ela tem efeito mais forte quando ela te remete a alguma sensação e te teletransporta. O primeiro show do Bin foi eu quem fiz as fotos e naquela época eu pensei: “Cara, o Bin vai mostrar as minhas fotos pros netos dele porque foi o primeiro show da carreira dele!”. Isso já é algo significativo, mas quero que meu trabalho atinja proporções cada vez maiores e marcantes. Eu não sei brincar de sonhar! 

veja alguns trabalhos

galeria

STEFF LIMA

RAPGOL – Após toda esta loucura de restrições que vivemos de 2020 até início de 2022, como você analisa daqui para frente o cenário em relação ao seu mercado de trabalho?

STEEF LIMAEstá tudo voltando ao normal, graças a Deus. A fotografia tem muitos nichos, né? A galera do nicho de shows foi a mais prejudicada por conta dos eventos que não aconteciam, mas agora tudo voltando estou vendo todo mundo na função, basta usar uma pequena estratégia para ser visto e tudo pronto. Eu mesma não tenho tempo para atender a demanda toda e sempre estou indicando amigos. Agora é o momento dos fotógrafos ficarem ricos! Haha

RAPGOL – Esta rotina entre Rio de Janeiro e São Paulo, já se tornou tranquila para você?


STEEF LIMA Nao! Ainda é muito cansativo, por isso vou voltar para o Rio de Janeiro. Quando você está no piloto automático você consegue, mas chega um momento que você quer se cuidar mais, ficar mais tempo em casa, fazendo coisa de uma vida normal que essa jornada de morar em dois estados não permite.

RAPGOL – Se você tivesse a oportunidade de falar para a Steff de dois anos atrás algum ensinamento para hoje, o que você diria?


STEEF LIMAPara ela continuar firme e perseverante como sempre. Muitas vezes me via muito preocupada se estava fazendo escolhas certas e se estava no caminho certo. Só para ressaltar: há dois anos foi quando decidi vir morar em SP e larguei tudo no Rio para viver o desconhecido aqui na terra da garoa.

RAPGOL – O que podemos esperar de trabalhos seus para os próximos meses?

STEEF LIMAEstou numa fase de reavaliar tudo que faço pra conseguir colocar o meu trabalho em mais um degrau acima. Trabalhar com o Filipe (RET) tem me trazido muita conexão com a minha parte criativa, tô querendo investir em muitos autorais e muita coisa fora da caixinha. Quero fugir do comum pra sempre…. Por enquanto! 

RAPGOL – Ao contrário de muitos profissionais da fotografia que preferem ficar atrás das lentes, você se sente muito bem quando está à frente delas. Isto foi um processo gradativo ou sempre foi tranquilo para você ser fotografada?

STEEF LIMAFoi um processo! Eu era fotógrafa de ensaio sensual, né? E muitas vezes minhas clientes me colocavam na parede porque eu fazia delas mas não ficava me “expondo”. Hoje em dia tá mais “ok”, mas na época ainda tinha um pouco de pudor. Isso há uns 8 anos atrás. Eu falava sobre empoderamento, auto estima, sobre amor próprio, então me permiti entrar nesse processo junto com elas e funcionou. Eu aprendi a amar meu corpo de uma forma que quase não existe pudor e, o que existe, existe por receio da falta de maturidade das pessoas de entenderem esse lado mais livre! 

RAPGOLQuem acompanha as suas redes sociais, observa que você é uma mulher autêntica e que curte estar em boa companhia. O que você procura fazer quando não está fotografando?

STEEF LIMAEu amo dançar, amo festa, mas como tenho trabalho aos fins de semana, quando posso faço coisas fora dessa bolha… tenho procurado me cuidar, comer bem, cuidar da espiritualidade, aproveitar meu sofá e regular o sono… To nessa fase, por enquanto.

RAPGOL – O que não pode faltar na sua playlist?

STEEF LIMARNB. Sou fã declarada de Rnb! Minha playlist toca de tudo, mas esse é o estilo que escolho ouvir quando estou querendo “degustar” música. 

RAPGOL – Somos um site que fala sobre Rap, mas também adoramos futebol e o esporte em geral. Existe um lado atleta dentro da Steff ou você é daquelas pessoas que prefere sofá e Netflix?

STEEF LIMAGente, eu me forço, confesso. 

O que mais me deu prazer, até hoje, foi o Crossfit. Foi o que mais gostei de fazer. Parei na pandemia e tô tentando voltar agora para musculação! Penso em treinos mais para resistência física, saúde e ter fôlego pra ser mais ágil trabalhando do que por estética.

RAPGOL – O que não pode faltar na sua rotina diária?

STEEF LIMAAutocuidado. Eu me cuido demais, de muitas formas. Seja me mimando com um brigadeiro ou fazendo uma hidratação no cabelo. 

Cuidar de mim mesma é uma das coisas que mais me dá prazer na vida! 

RAPGOL – Você é uma mulher bonita e claro que isto atrai muitos olhares, como você lida com tudo isto seja no ambiente de trabalho ou na vida?

STEEF LIMANo trabalho não tem e na vida pessoal parece que é trabalho! AHAHAHAHAHA

 Tô brincando. Eu sempre recebo esse rótulo de bonita, atraente, mas acho que juntando isso com a imagem de ser muito forte e imponente acaba assustando um pouco as pessoas e são poucos os caras que se aproximam de mim sem medo. Eu realmente não tenho dor de cabeça com isso, mas estou despreocupada por enquanto. Acho que é o momento de estar com a cabeça nos projetos.

RAPGOL Vamos falar de futebol?!! Você tem algum time do coração ou só torce para Seleção Brasileira em dia de Copa do Mundo?

STEEF LIMATive um ex tricolor que me converteu. Então sou Fluminense de boca e coração!

RAPGOL – Bora para um ping pong? Responda rápido:

Cerveja ou Destilado? Destilado

 Qual o seu salgadinho de festa preferido? Coxinha

 Salto alto ou Tênis? Os dois

Comida Japonesa ou Hambúrguer? Japonês 

 Uma pessoa que você considera referência para a sua vida? Anitta

Uma cidade preferida? Pode ser ilha? Mallorca 

 Um lugar que você pretende conhecer? Tailândia.

Esta foi a Steff Lima fotógrafa talentosa, carismática e que vem conquistando cada vez mais o seu espaço em um mercado tão concorrido.