A ascensão meteórica de artistas nas redes sociais trouxe consigo uma nova realidade para a indústria musical, marcada por milhões de seguidores, músicas virais e uma presença constante em diversas plataformas online. Contudo, por trás dos números expressivos, uma questão se destaca: o sucesso virtual está se traduzindo em êxito nos palcos?
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Artistas renomados tornaram-se exemplos emblemáticos desse fenômeno. Com músicas viralizadas e uma legião de fãs, a pergunta que surge é por que, mesmo com tamanho alcance, alguns artistas encontram dificuldades para lotar shows e garantir uma receita proporcional ao seu sucesso nas redes sociais.
A empresária Nicole Balestro levanta a hipótese de que a desconexão entre o artista e o público que paga por ingressos pode ser resultado do crescimento exponencial nas redes sociais. Ela destaca a necessidade de um estudo mais aprofundado do mercado para compreender essa dinâmica e suas implicações.
Pensando uma coisa aqui – SEM POLÊMICA – daqui a pouco somente os festivais vão conseguir contratar alguns artistas. Posso estar enganada, mas tenho falado com muitos empresários de eventos e contratantes e tá cada vez mais difícil pagar cachês exorbitantes.
— Nicole Balestro (@nicolebalestro) February 21, 2024
O produtor musical LR Beats destaca um detalhe relevante: muitos artistas de grande expressão online não conseguem vender mais do que 500 ingressos. Isso suscita a reflexão sobre a possível saturação do mercado e a necessidade de reajustes nas estratégias de engajamento com o público presencial.
Detalhe: muitos artistas grandes nas plataformas não vendem 500 ingressos
— LR Beats (@LRBEATS) February 21, 2024
A pandemia também é apontada como possível influência nesse cenário. Renato Costa levanta a questão de se o declínio na venda de ingressos pode ser um reflexo do término das restrições sanitárias. Nicole Balestro, por sua vez, argumenta que a internet pode ser a principal responsável pela perda de identificação entre o artista e seu público pagante.
A questão dos cachês exorbitantes é um ponto levantado por diversas pessoas. Muitas vezes, os altos cachês são pagos, mas o investimento em outros aspectos do evento deixa a desejar. Problemas como localização inadequada, preços elevados de bebidas e comida, profissionais de baixa qualidade e poucos banheiros são citados como percalços frequentes.
Essa questão é muito importante mesmo. Às pessoas precisam entender q cultura é diretamente ligada a economia do país, a renda tá cada vez menor e as pessoas vão cortar o entretenimento primeiro. O mercado q crescia 20% só cresceu 7 esse ano.
— Urso 🐻 (@joaoassix) February 21, 2024
Uma hora a bolha vai estourar
A elevação nos preços dos ingressos muitas vezes é justificada pelas produtoras utilizando a disposição do público em pagar mais caro.
A discussão evidencia a necessidade de uma análise mais profunda sobre a interseção entre sucesso nas redes sociais, cachês elevados e a realidade dos shows presenciais. Como apontam diversos comentaristas, é preciso encontrar um equilíbrio que permita aos artistas continuar prosperando online, ao mesmo tempo em que mantêm uma conexão significativa com seu público nos palcos. O desafio é claro: garantir que o sucesso nas redes não seja apenas virtual, mas se traduza em plateias lotadas e experiências memoráveis nos shows ao vivo.
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Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.