THAI FLOW
Rapper, empresária, atriz e amante da moda, Thai Flow conversa com a RAPGOL Magazine em entrevista exclusiva. A cantora, que já foi garota de programa, hoje se dedica e faz questão de expressar em diversos ramos artísticos a sua intenção em ressignificar a liberdade sexual e a independência financeira de mulheres corajosas e ambiciosas.
Thai Flow já fez parcerias com diversos cantores renomados na cena, com trabalhos internacionais em evidência, continua se destacando com suas letras afiadas, sensualidade e muita representatividade em seus singles.
Nos últimos meses, a rapper demonstrou com seu dom artístico a facilidade que tem em transitar por diversos gêneros e nas mais variáveis formas de se expressar com sua musicalidade. Um dos trabalhos mais falados recentemente foram os singles “Melissa”, “Noites em Clubs” e “Off White”, onde claramente se consegue perceber a multiplicidade de estilos em que Thai Flow consegue alcançar, expandindo a cada dia o seu público e surpreendendo mais e mais seus fãs.
Recentemente, a artista fez parceria com as cantoras Ananda, Mariah, Tasha & Tracie e Mika no single “Inabaláveis”, produzido pela brfunkprodutora, DJ Billy Mandela e Lux no Beat. O som destaca a potência das mulheres na cena com letras fortes e audiovisual inconfundível.
Em primeira mão, Thai Flow fez revelações sobre o seu novo álbum, nos contou um pouco sobre suas dificuldades e conquistas na carreira, momentos importantes na produção do seu novo trabalho e ainda revelou a participação de um cantor superespecial em uma das faixas do disco.
Foi uma honra ter novamente a oportunidade de conversar com esta grande artista,
podermos falar sobre os mais diversos assuntos, como o início de sua carreira,
sua resiliência em momentos difíceis, seus hobbies e muito mais…
Camilla Guimarães
RAPGOL Magazine – Qual o seu maior propósito como profissional?
Thai Flow – Como profissional, meu maior propósito é fazer com que mulheres se vejam no topo da pirâmide, prontas e aptas para ressignificar a indústria. Quero mostrar que nossa liberdade sexual e nossa independência financeira é só o básico, sem disputa e entendendo haver lugar para todes. Só quero que tenhamos acolhimento para sermos nós mesmos e explorarmos nossas potências sem se comparar ou se adaptar!
RAPGOL Magazine – Quais são as suas maiores referências e inspirações na música?
Thai Flow – Anitta atualmente, sem dúvidas é uma das minhas maiores inspirações, meus amigos me inspiram diariamente também é claro.
Foto: Reprodução – Instagram
RAPGOL Magazine – Você já está há alguns anos na correria. Em que ano exatamente você decidiu se dedicar à música e como foi esse início?
Thai Flow – Em 2018 fiz minha primeira viagem internacional, sem dúvidas isso mudou minha perspectiva e fez com que eu levasse mais a sério meu tempo e me dedicasse cada vez mais 100%. Atualmente sou eu quem faço a gestão da minha carreira e acredito que toda experiência e estudo tem me preparado para os lugares que mereço estar.
RAPGOL Magazine – Desse tempo para cá, qual ou quais foram as maiores mudanças que você percebeu ou sentiu tanto em sua carreira individual como no cenário coletivo musical?
Thai Flow – Quando comecei não tínhamos em quem se espelhar, poucas pessoas tinham verdadeiramente dado certo, tinham grana e uma carreira de sucesso, ou seja, muitos erros. Hoje vejo que temos muitos exemplos do que fazer e principalmente do que não fazer, cabe a nós observarmos, lapidar e persistir. Ainda vejo poucas mulheres em lugar de verdadeiro destaque, mas estamos aqui para mudar as coisas e na prática vejo que hoje as oportunidades existem em maior fluxo, então eu e todos ao meu redor temos tentado agarrar todas elas.
Foto: Reprodução – Instagram
RAPGOL Magazine – Você, além de cantar, atua no ramo da moda. Como você aplica esses conhecimentos nos seus trabalhos como cantora?
Thai Flow – Sou formada em Imagem de moda. Fiz alguns cursinhos no ramo e tento aplicar isso na minha comunicação enquanto arte mesmo, tipo tento comunicar sempre como me sinto e como quero ser vista, já que moda é expressão tanto quanto música ou talvez até mais, porque uma boa expressão gera identificação e identificação gera tendência.
RAPGOL Magazine – Aproveitando o gancho, como você enxerga a estética do sportwear, em especial as camisas de time de futebol, no Rap e da cultura de rua de forma geral?
Thai Flow – Penso que as coisas se conectam nas ruas já que geralmente o esporte fala muito sobre a subcultura local e rap também, então tudo que é urbano o rap expressa e adapta! Acho incrível os dois se comunicarem, afinal ambos salvam vidas.
Foto: Reprodução – Instagram 📸 @eliasmast
RAPGOL Magazine – Você possui algum time de coração? Se tem, por quê?
Thai Flow – Sou vascaína e torço pelo time por uma questão familiar, a história do time é linda também, então é fácil amar o Vasco.
RAPGOL Magazine – Quais são as suas camisas de time prediletas?
Thai Flow – A do BR branca e azul, a do Chelsea 2021 e a do Barça fem. 2020 são uma das minhas favoritas.
RAPGOL Magazine – O single “Noites em Clubs” foi um som diferente do qual o público estava acostumado, e o lançamento ocorreu no dia do seu aniversário. Se trata de uma das músicas mais importantes para você?
Thai Flow – Essa música tem mais da Thai flow do que vocês imaginam… Ela já anunciava meu álbum e comemorava também um início de novos ciclos!
RAPGOL Magazine – O lançamento “Melissa” também veio com uma sonoridade bem diferente do que estávamos acostumados em seus trabalhos. O que te levou a buscar o novo?
Thai Flow – A pandemia me fez ter tempo para estudar bastante e entender melhor o que eu estava entregando para vocês, então esses lançamentos são uma prévia do que temos para oferecer de melhor… Espero que vocês gostem!
RAPGOL Magazine – O Grime e o Drill são dois estilos musicais que a cada dia ganham notoriedade e conquistam adeptos pelo Brasil. Como você tem enxergado esse cenário?
Thai Flow – Nenhum cenário é igual pra sempre e com a cultura urbana em destaque é óbvio que novas vertentes surgiriam, e eu fico feliz de surgirem novas possibilidades para jovens criadores todos os dias, isso salva vidas, muda o mundo e faz com que a indústria se aperfeiçoe… Todos ganham!
RAPGOL Magazine – E como você tem visto artistas consolidados em outras vertentes, estarem agora voltando suas produções para o Grime e o Drill?
Thai Flow – Acho da hora quem entende que arte é expressão seja onde for. Não vejo problema em rappers navegarem em vertentes que se entrelaçam, portanto que estude e execute bem o que está sendo feito.
RAPGOL Magazine – O que a Thai Flow mais gosta de fazer quando não está trabalhando com música? E o que não pode faltar na sua rotina diária?
Thai Flow – Eu amo fazer coisas que me faça se sentir viva. Na minha rotina não pode faltar exercícios, encontros com meus amigos e familiares, roles em lugares legais ou simplesmente ficar em casa vendo filme rs. Por ter a rotina agitada essas coisas simples são especiais pra mim!
RAPGOL Magazine – Se tratando de conexão com o público e seus fãs, qual a rede social que você mais gosta para se manter presente?
Thai Flow – Eu amo me conectar com eles via instagram, faço de lá um vlog da minha rotina diária, mostrando meus processos e ritmos, comunicando sempre que possível integralmente o que faço pra atingir meus objetivos etc . Uso bastante o twitter também, pois acho que lá funciona mais informalmente como um diário..
Foto: Reprodução – Instagram
RAPGOL Magazine – Foi bastante comentado o seu feat no som “Oi” do rapper SD9, podemos esperar mais algum single nesse estilo?
Thai Flow – SD9 é único e eu amo trabalhar com ele, talvez por termos uma amizade de anos nos entendemos tão bem… Ele estará no meu álbum, então sim, podem esperar mais de nós!
RAPGOL Magazine – Podemos aguardar novidades para este segundo semestre?
Thai Flow – Estou há 6 meses trabalhando no meu álbum de estreia, mas parece que a vida toda me preparei pra isso rs. Então nesse segundo semestre vocês podem esperar um dos trabalhos mais importantes da carreira da Thai Flow, ainda não posso divulgar a data, mas em breve viveremos isso.
RAPGOL Magazine – Quanto ao EP que está para sair, quanto tempo levou para ser feito e como foi o processo de produção desse novo álbum?
Thai Flow – O processo criativo começou no início do ano e as faixas demoraram 3 meses para serem gravadas, selecionadas e lapidadas. Os feats tem relações afetivas e de certa forma foram muito bem pensados, a capa e contra capa teve direção criativa minha mas contei com ótimos profissionais para executarem tudo exatamente do jeito que sonhei. Acertei no time rs.
RAPGOL Magazine – Tem alguma faixa que você considera a mais difícil de ter saído?
Thai Flow – A faixa mais “difícil” de sair foi “Lais Peace”, pois me fez reviver coisas que já me feriram e mudaram minha forma de ver o mundo. Tecnicamente, nenhuma delas foi difícil porque trabalhei com profissionais competentes e que já tinham uma relação comigo, então estava superconfortável pra errar, testar, consertar e o que mais fosse preciso pra encontrar um resultado da hora.
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RAPGOL Magazine – Pode nos citar uma situação mais difícil ou desafiadora que já passou no momento de gravação ou em qualquer outro momento na produção de alguma música?
Thai Flow – Início do ano, assim que decidi entrar e mergulhar no álbum, eu fui atrás de profissionais que me ajudassem a aperfeiçoar meu desempenho. Em uma das consultas com meu otorrino descobrimos que tenho uma fenda vocal e que talvez estivesse desenvolvendo um calo que poderia me impedir de cantar… Isso me gerou uma ansiedade profunda porque além de ter que ficar sem fazer shows para não me machucar mais e focar no álbum, isso me gerava dores, então teve sessão que só consegui gravar uma música. Com bastante atenção, auxílio da minha preparadora vocal e nebulizações constantes conseguimos atingir resultados incríveis. Mas sem dúvida foi uma das situações mais desafiadoras que já enfrentei na minha carreira!
RAPGOL Magazine – Qual a mensagem que você gostaria de deixar para a galera?
Thai Flow – Os fãs de Thai Flow são fãs de si mesmos. Quero que vocês enxerguem que somos capazes de tudo, já que a chave pra vitória é a persistência.
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Escritora, libriana, natural de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Formada em Direito. Amante da música brasileira. Pesquisadora Cultural.
