O cantor carioca TOKIODK apresentou na noite desta sexta-feira (21/05) o videoclipe de sua mais nova faixa, intitulada “Armamento do Irã”. Para esta tarefa foram convocados nada mais, nada menos do que os MCs D r o p e e SD9.
Com direito a um videoclipe de chamar a atenção, gravado na favela da Rocinha, Tokio, que é integrante do coletivo Covil da Bruxa, chega com um Drill pesado, com letras que trazem o reflexo do subúrbio do Rio de Janeiro. A produção musical ficou ao encargo de Olympio. A mixagem/masterização ficou ao encargo de HONXRIO.
David Souza é o responsável pela edição e direção do clipe, além da parte fotográfica. A produção artística ficou sob a batuta de João Abrahão. Jonatas Soares e Iago Zuccarini cuidaram da fotografia Still. Gaffer de Clima Leve.
TOKIODK conversou com o RAPGOL sobre seu mais novo trabalho, sobretudo o que o motivou a produzí-lo:
“O que me motivou a produzir foi uma guia que eu gravei em casa. E eu já estava querendo fazer uma música com o D r o p e e o SD já tinha um tempo. Falei com o D r o p e primeiro, mandei um refrãozinho pra ele na época com outra letra. E o outro beat ele falou que gostou muito. Aí a gente pegou e chamou o SD9 junto. E isso no ano passado, já tem um bom tempo. Os moleques brotaram lá no estúdio do Luna.
Aí a gente ia lançar. Só que acabou que eu tive um desentendimento com o videomaker, produtor do audiovisual e aí eles cantaram essa música no ‘PURGATORIUM’, do ANTCONSTANTINO. Nisso que eles cantaram, a rapaziada gostou muito da letra e ficaram me pedindo essa música durante muito tempo. E como eu tive esse desentendimento, acabei resolvendo lançar com outro clipe.
E quando eu decidi mudar o clipe, decidi mudar também a letra e mudar o beat, mano. Eu mesmo fui e disse: ‘Eu quero um beat com sample de O Poderoso Chefão’, porque acho esse sample muito foda, porque sou muito fã do Guns N’Roses, tá ligado? E tem uns vídeos do Slash fazendo uns solos nesses shows, inclusive em Tóquio em 1991 se não me engano. E aí fui pedir pro Olympio fazer. A parada casou.”
Para TOKIO, o propósito da música é mostrar à sociedade o que gera atualmente o crime organizado.
“O propósito de ‘Armamento do Irã’, pelo menos na minha parte, é mais explicar um pouco pra sociedade, para as pessoas que ouvem, o que gera o crime organizado. O sistema cria e financia o crime organizado. Ele lucra com isso, né? Ele coloca jovens, crianças no crime desde muito tempo.
E ele combate esse crime como forma de enxugar gelo. Eles colocam os policiais, que são outras marionetes do sistema, tá ligado? Pessoas que dão a vida por um sistema que não funciona. Que essa guerra que eles fazem é inválida. Só morre inocente, em troca de fuzis e drogas que eles mesmos colocam dentro das favelas, e que devolvem logo depois.
É uma corrida infinita na esteira. É uma situação que nunca vai se acabar enquanto se reproduzir essa mesma forma de combate. Essa guerra entre favelas é uma coisa que não funciona. Na minha visão as coisas só vão começar a mudar quando houver investimento em educação, tá ligado? Quando eles priorizarem a saúde, educação o saneamento básico. As coisas básicas da vida mano, o esporte, o lazer, a arte”.
O cantor adiantou ainda que já no próximo mês haverá novidade:
“Mês que vem tem o lançamento de ‘Final da Liberta’ na pista. Mais ou menos para o dia quinze. Essa música também vai dar o que falar, se Deus quiser, e é isso, mano, muito obrigado aí ao Rapgol, e que Deus abençoe vocês. É nós!”
Confira o videoclipe de “Armamento do Irã” no YouTube:
Jornalista, nascido no Centro do Rio em 1990. Já passou por veículos de comunicação impressa e também pelo rádio.
Torcedor do Grêmio, amante do futebol latino-americano e inglês.
