RESUMO
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O Festival BATEKOO, previsto para novembro, foi adiado para 2025 devido à falta de patrocínios, em um movimento que expõe o racismo estrutural do mercado publicitário brasileiro. Apesar dos esforços da equipe para captar apoio entre mais de 100 marcas, a plataforma cultural e educacional voltada às comunidades negra e LGBTQIAPN+ encontrou barreiras para viabilizar o evento. Maurício Sacramento, fundador, e Artur Santoro, curador, ressaltam que a decisão destaca o compromisso limitado de muitas empresas com a diversidade. A BATEKOO promete retornar com força em 2025, continuando sua missão de inclusão e transformação social através da cultura.
A BATEKOO, uma das maiores plataformas de entretenimento, cultura e educação para as comunidades negra e LGBTQIAPN+ no Brasil, anunciou o adiamento de seu festival anual para 2025. A decisão surge após um esforço intenso de captação de patrocinadores, que revelou, segundo a BATEKOO, as profundas limitações do mercado publicitário em apoiar iniciativas da comunidade negra e LGBTQIAPN+. O festival estava marcado para o dia 23 de novembro, mas se tornou inviável sem o suporte financeiro necessário.
Segundo Maurício Sacramento, fundador e CEO da BATEKOO, a falta de apoio é um reflexo direto do racismo estrutural que guia as decisões do mercado publicitário. “O Festival BATEKOO foi adiado por falta de patrocínio. É frustrante trabalhar com cultura no Brasil, especialmente quando se lidera um projeto negro. Estamos celebrando 10 anos de um movimento que transforma vidas, mas ainda enfrentamos uma insegurança constante. Contamos com a nossa comunidade para superar esse momento”, afirma Sacramento.
A luta pela diversidade e inclusão no mercado publicitário
A ausência de patrocínio para a BATEKOO levanta questões sobre o compromisso do mercado publicitário com a diversidade. Mesmo após apresentar propostas de grande impacto para mais de 100 marcas e plataformas nacionais, o projeto recebeu um retorno negativo na maioria das tentativas. Artur Santoro, curador e sócio da BATEKOO, pontua que “a maioria dos contratos fechados foram liderados por poucas pessoas negras nas empresas”.
Para Santoro, o “pacto narcisístico da branquitude” é uma das maiores barreiras para a representatividade nas verbas publicitárias, e o silêncio diante dessa realidade reflete um desinteresse em construir um cenário mais inclusivo. Segundo ele, a “nossa régua de logos diminuiu cerca de 70% neste ano”. Ele questiona a relevância cultural dos projetos negros no Brasil, perguntando “quando foi que perderam a importância a ponto de não conseguirem apoio?”
O papel transformador do Festival BATEKOO e os planos para 2025
Nos últimos dez anos, a BATEKOO tem se destacado como um movimento cultural que conecta juventudes urbanas e promove visibilidade para a comunidade negra e LGBTQIAPN+ em mais de dez estados brasileiros. Desde sua criação, o festival representa mais do que entretenimento; é um espaço de transformação e pertencimento para milhares de jovens.
A BATEKOO reforça que o festival é parte essencial de seu compromisso cultural e que o evento em 2025 seguirá com o objetivo de criar um espaço onde a cultura negra e LGBTQIAPN+ sejam celebradas com a dignidade e o respeito que merecem. Os desafios enfrentados para viabilizar o festival mostram que a luta por visibilidade e apoio é contínua, mas a equipe se mantém firme em seus valores e propósitos.
Reembolso para ingressos adquiridos e compromisso com o futuro
A BATEKOO se compromete a fornecer reembolsos ou opções para aproveitamento dos ingressos já comprados para a edição de 2024. A equipe também destaca que, apesar das dificuldades, o adiamento não marca o fim do festival, mas sim uma pausa necessária para garantir que o projeto retorne em 2025 com força total.
O adiamento do Festival BATEKOO e a denúncia de racismo estrutural servem como um importante lembrete sobre a urgência de mudança nas práticas do mercado publicitário brasileiro, em especial no que se refere ao apoio a projetos liderados e voltados para as comunidades negra e LGBTQIAPN+. Ao expor a realidade de quem trabalha com cultura e inclusão no país, a BATEKOO reforça a importância de uma reflexão sobre o papel das empresas na construção de uma sociedade mais justa e representativa.
Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.