Dia 04 de Maio vai rolar em SP a TT Baile x Lado B com Deekapz, Muitolouca, Òggi & Kong Killa, DJ Felpsdead e muito mais, conversamos com os organizadores sobre o evento.
Eventos como estes são sempre interessantes e fomos entender quem são os envolvidos na produção, confira:
BRVNERA
Sempre fui atraído por músicas “rebeldes” e questionadoras, o que me levou a organizar
festas de Rock desde os meus 14 anos. Nos anos 2000, descobri o rap através do Charlie
Brown e mergulhei nesse estilo. Além disso, minha paixão pela tecnologia me levou a
aprender a editar e criar no computador. Durante a pandemia, comecei a aprender a ser DJ
e, em parceria com minha ex-sócia, produzimos conteúdo para artistas independentes, o
que me fez evoluir como produtor, designer e filmmaker. Após algumas divergências, decidi
continuar meu caminho, fundando a Manual Produtora. Com a Manual, tenho a
oportunidade de realizar meu sonho, produzindo conteúdo diversificado e apoiando artistas
independentes.
XAPZ, The Child
Desde pequeno, a música sempre esteve presente em minha vida, com influências que vão
desde Marisa Monte até o rap e o hardcore. Em 2014, ao frequentar festas no centro, surgiu
a ideia de criar minha própria marca, a Trapo Clothing. Após o sucesso do lançamento,
expandimos para um coletivo, o Trapo REC, unindo artistas periféricos em busca de
espaço. Organizei diversos eventos, incluindo 8 edições da TT Baile, com o objetivo de promover a
cultura local. Agora, em 2024, estou colaborando com a Manual Produtora, fortalecendo
ainda mais nossa comunidade e cultura.
Em uma conversa, os produtores falaram mais sobre o evento.
Como surgiu a ideia para essa colaboração?
Somos muito fãs das festas um do outro, apesar de algumas semelhanças, alguns pontos e
estilos de cada festa se destacam entre elas. Quando percebemos isso, pensamos em
agregar e juntar os pontos fortes de ambas para criar um evento que furasse as bolhas e
desse palco para que os nossos públicos se misturassem e conhecessem o que cada estilo
tem de melhor.
Quais são os principais gêneros musicais associados a cada um de vocês e como a fusão
desses estilos pode contribuir para a diversidade musical do rolê?
A Lado B teve suas primeiras edições principalmente com Mcs de Grime, Drill e Trap, além
de Djs Sets de funk e brazilian bass como consequência de serem os primeiros gêneros
com quem a Manual trabalhou. Já a TT Baile sempre trouxe diversas misturas de gêneros,
levando em consideração a diversificação cultural local, trazendo em seu line, Brasilidades,
Afrobeats e o Hip-Hop.
Com essa collab, esperamos ter uma festa culturalmente diversificada e abrangente.
Como surgiu a TT Baile?
A TT Baile surgiu com o intuito de promover eventos com artistas independentes
que trouxessem choque cultural em ambientes periféricos, onde deveriam ser comuns
outros gêneros musicais além dos mais populares, como aquele samba organizado nas
praças ou aquele forró em botecos. A ideia desde o início foi organizar pocket shows, dj set,
intervenções artísticas, desde exposições do graffiti até curadores têxteis de moda sustentável com
proprietários de brechó.
Como surgiu a festa LADO B?
O projeto começou como um meio de apresentar os artistas da minha prod. a Manual, em
uma festa que reuniu artistas independentes como uma forma de “Laboratório”, em que eles
pudessem adquirir habilidades fundamentais para um artista de sucesso, como, presença
de palco, “intimidade” com câmeras, relacionamento com patrocinadores/apoiadores e
geração de conteúdo, independente do gênero musical do artista.
Qual é a proposta por trás desse evento conjunto e o que as festas esperam alcançar?
Nossa proposta é criar uma experiência única, uma forma de celebração da diversidade e
da riqueza da nossa cultura de quebrada.
Acreditamos que o principal objetivo é promover a diversidade musical, mostrando que é,
sim, possível unir diferentes estilos e criar algo novo e de qualidade. Além disso, buscamos
fortalecer a cena cultural oferecendo uma “plataforma” para artistas emergentes,
contribuindo para a valorização e crescimento da nossa cultura.
Esperamos com essa collab consolidar a reputação de ambas as festas e quem sabe ser
referência no cenário musical, atraindo um público maior e aumentando a nossa visibilidade
no “mercado” de eventos
Como vocês enxergam o futuro das colaborações entre eventos na cena cultural local?
A TT Baile nasceu em 2019, porém já aconteciam eventos do mesmo nicho organizados
pelo coletivo desde 2017, após o lançamento da Trapo Clothing, é fato que a expansão de
outros coletivos trouxeram vários públicos diferentes para dentro do mesmo território, isso
mostra que a cena local vem crescendo e é importante as colaborações para que os
diferentes nichos se mesclem, já que o intuito gira em torno das movimentações periféricas,
nada melhor do que unir quebradas diferentes em prol da cultura e entretenimento do que a
gente realmente gosta e consome musicalmente.
Quais são as expectativas para a resposta do público em relação a essa colaboração?
Buscar identificação em relação à estética, já que eventos fora da bolha se apropriam das
nossas vivências, tirando o foco das nossas narrativas e trazendo conteúdos rasos.
Esperamos que a festa seja vista e entendida como diferente dos “bailes” padrões das
baladas, que atualmente são apenas mais do mesmo. Com sons repetitivos em toda
noite/balada, sem uma experiência de verdade, festas sem personalidades que parecem ser
sempre iguais, seja qual for o motivo.
Quais desafios vocês enfrentaram ao organizar esse evento colaborativo?
Buscar novas perspectivas e combinações além das que já haviam sido trabalhadas antes
Várias casas noturnas, marcas, produtores, dificilmente abrem espaço para gente de fora, e
isso dificulta em vários níveis de comunicação e negociação, muitas vezes não valorizam ou
desacreditam da nossa experiência e conhecimento cultural, artístico, administrativo e
organizacional, colocando empecilhos ou sequer dando atenção para entender o nosso
projeto e como ele pode agregar tanto para o local quanto para a cultura em si.
Qual é a importância de eventos como este para a cena cultural local na opinião de vocês?
Dar passos maiores mostra tanto para os nossos artistas quanto para o nosso público que é
possível o acesso a novos lugares, que é possível levar a cultura periférica para além dos
nossos (a quebrada) e fixar a real estética das ruas. Sabemos da importância dos eventos
locais, mas sabemos também que precisamos sempre evoluir e melhorar, e tentamos
mostrar isso sempre dando o melhor e evoluindo nossos projetos, como com a aceitação e
reconhecimento de grandes marcas fechadas como apoiadoras. Isso mostra que é possível.
Existem parcerias ou colaborações especiais planejadas dentro da festa, além dos artistas
principais?
Existem, sim, nosso primeiro patrocinador é a Evolut Energy Drink eles são de Taipas-ZN de
São Paulo, e fizemos nossa primeira parceria com eles na 3ª edição da Lado B, e desde
então eles vêm nos fortalecendo sempre.
De novidade temos a Bem Bolado que já é conhecidíssima por todos e topou embarcar
nessa nossa collab como apoiadores.
Estamos sempre em busca de mais patrocinadores e apoiadores que agreguem ao projeto
e nos ajude a crescer sempre.
Quais são os elementos-chave que vocês acreditam que tornarão esta festa única em
comparação com outros eventos?
A bagagem da organização em relação a todo esse tempo promovendo eventos, dialogando
com artista locais e trazendo entretenimento do público que prestigia o real movimento
underground e aprecia boa música e o tratamento com o público que sentimos que é algo
que parece ser esquecido nos principais eventos, deixando a desejar coisas como o
relacionamento e cuidado com os nossos, desde a segurança, atenção aos detalhes e o
bom atendimento.
Fala pra galera que tá afim de um rolezin maneiro, onde e como obter mais informações
sobre o evento?
A galera pode acompanhar as 9dades nos perfis das festas no instagram (@manual.ladob e
@ttbaile) e adquirir o ingresso pela BlackTag
Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.