Uma conversa exclusiva com Pete Mcee, o Terror da capital Paranaense
PETE MCEE
Pete Mcee vem movimentando a cidade de Curitiba com sons, shows, parcerias inéditas e topou trocar uma ideia com a gente sobre seus trabalhos, seu momento atual no Drill e seus sonhos.
O artista tem um disco solo na pista chamado “Selva de Pedra: A Lágrima do Astronauta” que recebeu o prêmio Best Short Vídeo no Indie Short Fast em Los Angeles. Desde então vem movimentando sua carreira e a cidade com trabalho sólidos e bem feito.
Conheça um pouco de Pete Mcee nessa conversa exclusiva.
Fotos: Yasmim Santos
https://www.youtube.com/watch?v=EDtjAKtzDk0
RAPGOL Magazine: Salve Pete, obrigado por falar conosco, tudo bem?
Pete Mcee: Satisfação toda a minha família, tudo firme por aqui.
RAPGOL Magazine: Por que você se denomina “Terror da Capital?”
Pete Mcee: Terror da capital foi uma era que vivi dentro da música, surgiu quando só falei essa frase na intro de Destino, música lançada em 2018 que repercutiu bem pelas ruas, e por isso a frase pegou e quando vi, OTDC já tinha virado um sinônimo. Aproveitei e incorporei ao estilo das rimas ásperas e ataques ao governo do estado, na época o Beto Richa e posteriormente o Greca. E agora a era é desgovernado.
RAPGOL Magazine: Conta pra gente sobre seu disco, fez um barulho fora do País, como foi receber um prêmio internacional?
Pete Mcee: Da hora irmão, eu acho que foi muito importante pra credibilidade do nosso trabalho, assim como por ser, na maioria dos festivais, o único representante do gênero rap, isso me deixa orgulhoso. Mas sei que o trabalho não acaba aqui e a maturidade ajuda a manter mais os pés no chão, tenho outros vários prêmios todos os meus dias que valem ainda mais que isso.
https://www.youtube.com/watch?v=e1bPEjc1Mns
RAPGOL Magazine: Seu álbum juntou bastante gente talentosa, como foi trabalhar com todas essas pessoas?
Pete Mcee: Foi gratificante mano, as pessoas que regiram o disco comigo foram escolhidas a dedo. Pessoas pelas quais tenho grande apreço e consideração, e acredito muito no trabalho e na verdade de cada uma delas. Me sinto parte.
RAPGOL Magazine: A música “Bungee Jump” conta com a participação de Yuri Lemos e Pecaos, essa música em especifico é um dos seus maiores sucessos. Como surgiu essa parceria?
Pete Mcee: Mano, o Yuri eu conheci alguns anos atrás quando fizemos juntos o Projeto Gota à convite do Du Rozeira. Ganhamos uma grande amizade e não existiria esse disco sem a participação do meu mano Yuri. Pouco antes de eu iniciar o disco, estava ensaiando com o DJ Abu, e ele me mostrou uma guia do Pecaos, se eu não me engano ele ainda não tinha lançado nenhum trampo solo, e acho que minha reação foi a mesma que qualquer um que escuta esse menino rimar, creio que é um dos mais talentosos que já ouvi. Como eu não sou bobo falei com o Pedro procurando me inteirar sobre e convidei ele pra participar do disco, ele que já conhecia nosso trabalho aceitou. Aí o resto é história, só sei que quando ouvi aquela base do Joãozinho eu tive certeza que seria ela a trilha sonora dessa formação.
RAPGOL Magazine: Pós álbum temos vários singles que fez barulho na cidade, “PetShop” e “DUJEITOQDÁ” são alguns exemplos, que momento você achou que estava na hora de dar uma sacudida na cena de Curitiba com esses Drills?
Pete Mcee: Petshop foi um boombap produzido por meu irmão Guito, por quem tenho muita admiração e carinho, e foi uma música que consegui desenvolver bem e naturalmente as metáforas na composição, o beat conversou muito comigo.
DUJEITOQDÁ nasce de uma sessão com meu mano Noshugah, no Sheila Records em SP, que tá fazendo um trabalho de muita qualidade e consistência, olhando pra cada submundo do rap com carinho e respeito. Ele me lançou a pérola e quando voltei pro AirbNb canetei. Particularmente passei a estudar o Drill, entendo e respeito suas raizes, e me identifico com a verdade sem o filtro, além da agressividade, cadência e variações de flows que o drill incentiva. A minha realidade não é o crime, mas ela também não tem filtro, eu acredito no que eu tenho pra dizer e os beats de drill têm sido o tempero dessa fase.
https://www.youtube.com/watch?v=9lR_SlBOPtM
RAPGOL Magazine: Agora mudando um pouco o tema pra falar de Futebol, você é Fluminense ne? Como surgiu essa paixão?
Pete Mcee: Sou muito Fluminense irmão, e surgiu desde menorzinho, meu pai que é carioca me levava nos jogos quando estávamos no RJ, e definitivamente não me lembro de não torcer pro Flu.
RAPGOL Magazine: Como é um torcedor do Fluminense morando em Curitiba?
Pete Mcee: É zoado mano, os ingressos aqui é uma fortuna e quase nunca dá pra assistir, exceto quando eu broto com a carteirinha de algum amigo pra infiltrar na torcida adversária, mas não é a mesma coisa, gostaria de poder ver mais vezes.
RAPGOL Magazine: Você já foi no Maracanã? Se sim, conte sua experiência.
Pete Mcee: Algumas vezes irmão, mas a mais marcante foi em 2008, final da Liberta contra a LDU. Foi a festa mais linda que eu já vi na vida e a maior prova de que o futebol nem sempre é justo.
RAPGOL Magazine: Você a favor do “Dinizismo”?
Pete Mcee: O Dinizismo vai dominar o mundo. Quem gosta gosta e quem não gosta curte.
RAPGOL Magazine: Certo, voltando pro rap. Vimos que acabou de soltar um EP chamado “Passageiro – Circular Sul” com o Caco e o Beduíno, como surgiu essa parceria?
Pete Mcee: A Circular Sul, que é essa junção com Caco e Beduíno, surgiu de uma vontade de movimentar mais shows agregando nossos públicos e ideias. Fizemos alguns projetos e shows, incluindo live na pandemia disponível no YT, e fizemos esse EP com o intuito de agregar mais ideias e repertório ao projeto, somando com meus irmãos de alma Skraba e Du Rozeira na produção.
RAPGOL Magazine: Legal, quais os planos do Pete para o futuro, o que podemos esperar?
Pete Mcee: O plano é trabalhar muito, e objetivamente solidificar minhas ideias no conceito de Desgovernado. Começando por TUDO MÉC com Caco e Zin, um drill produzido por Skraba e Dlucca que vai ser bem a cara do teor do que vem por aí. Na sequência lançamos Desgovernado em dezembro e em 2023 meu primeiro ep de drill estará nas ruas.
RAPGOL Magazine: Massa Pete, vamos terminar com um bate papo. Um sonho realizado?
Pete Mcee: Cantar no João Rock.
RAPGOL Magazine: Um sonho que quer realizar?
Pete Mcee: Uma casa para minha mãe.
RAPGOL Magazine: Qual melhor Fluminense que viu jogar? (Ano)
Pete Mcee: 2012, Deco, Fred, TN, aquele time era imbatível.
RAPGOL Magazine: Qual camiseta do Fluminense mais bonita?
Pete Mcee: A grená do titulo de 2012.
RAPGOL Magazine: Três artistas nacionais que você recomenda?
Pete Mcee: Alemar, Nugeito e Guito
RAPGOL Magazine: Você ainda cancela Date devido ao Hip Hop?
Pete Mcee: Elas vão embora né, o rap tá aqui até hoje.
Acho que é isso Pete, obrigado pela entrevista, sucesso!
ASSISTA O FILME – Selva de Perdas: A Lágrima do Astronauta
Jornalista, fotógrafo, amante do rap nacional e fã nato do Baianinho de Mauá.