Eric Holder Jr. é condenado após ser considerado culpado pelo assassinato do rapper Nipsey Hussle

Eric Holder Jr., o membro da gangue que matou o rapper Nipsey Hussle, foi condenado por assassinato nesta  quarta-feira (6) pelo crime acorrido em  2019.

O crime

Hussle, que era membro declarado da gangue Rollin 60s, estava dando autógrafos para os fãs em 31 de março de 2019, do lado de fora de uma loja de roupas que possuía no bairro de Crenshaw, onde cresceu quando Holder se aproximou. Holder partiu após uma breve conversa, mas voltou alguns minutos depois e atirou em Hussle 11 vezes. Outros dois homens também foram baleados e sobreviveram.

A prisão de Eric Holder Jr.

Holder foi preso próximo de Bellflower dois dias depois, depois que a mulher que serviu como motorista de fuga involuntária se entregou e identificou Holder como o atirador.

O julgamento

A culpa de Holder não foi questionada durante seu julgamento de duas semanas, com várias testemunhas confirmando que ele se aproximou de Hussle naquele dia e seu rosto capturado por várias câmeras de segurança. Em vez de argumentar por uma absolvição, o advogado de Holder, Aaron Jansen, tentou persuadir os jurados de que deveriam condenar seu cliente por uma acusação menor de homicídio culposo em vez de assassinato.

O argumento de Jansen dependia das palavras que Holder e Hussle supostamente trocaram minutos antes do tiroteio. Holder também pertencia ao Rollin 60s e testemunhas testemunharam que Hussle havia avisado Holder que havia “papelada” sobre ele – uma implicação de que havia registros judiciais ou policiais mostrando que Holder havia cooperado com a polícia em uma investigação.

Jansen disse que ser acusado de delator por alguém da estatura de Hussle, na frente de outros membros de gangues no coração do território Rollin 60s, deixou seu cliente tão “agitado” que ele não estava pensando  quando voltou para o estacionamento com duas pistolas carregadas.

“Esta não foi apenas uma conversa agradável entre manos que estão cortando tudo … foi uma acusação séria”, disse Jansen durante os argumentos finais. “Sr. Holder Jr. levou a sério, como era. Ele conhece as consequências de ser chamado de informante dessa maneira.

Dist. Adjunto do Condado de Los Angeles. Atty. John McKinney descartou o argumento de Jansen como “ridículo” e outros membros da gangue depuseram para testemunhar que o comentário de Hussle por si só dificilmente seria suficiente para colocar Holder em perigo. Herman Douglas, um amigo próximo de Hussle e membro do Rollin 60s que atende pelo nome de Cowboy, disse que os comentários foram um aviso amigável e que Holder exagerou.

A condenação

Após 2 dias de deliberação, os jurados ficaram do lado dos promotores, rejeitando a ideia de que o assassinato tivesse sido um ato passional do momento. Com a condenação por homicídio, Holder foi condenado por tentativa de homicídio voluntário e agressão pelo assassinato dos outros dois homens e pode enfrentar uma sentença de prisão que equivalerá à prisão perpétua.

Nos últimos dias do julgamento, o tribunal no centro de Los Angeles estava cheio enquanto os advogados faziam seus argumentos finais, com membros da multidão balançando a cabeça ou sorrindo em resposta ao argumento de McKinney por uma condenação por assassinato. O maior interesse no caso veio depois que Holder foi atacado por outros presos enquanto estava em uma cela. Holder, levou socos e cortado com uma navalha, teve que ser tratado em um hospital. As autoridades policiais não ofereceram um motivo para o ataque.

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Nos anos que antecederam sua morte, Hussle estava ascendendo como rapper e empresário que permaneceu enraizado no bairro de Crenshaw de sua infância.

Após anos distribuindo seus próprios CDs de música nas ruas e vendendo roupas, ele se tornou um rapper com sua mixtape de 2013 “Crenshaw”. O magnata do hip-hop Jay Z comprou 100 cópias do disco de 21 faixas, que Hussle estava vendendo por US$ 100 cada. O único álbum completo de Hussle, “Victory Lap”, foi indicado ao Grammy na categoria de melhor álbum de rap em 2018.

Ele abriu sua loja de roupas Marathon em 2017 e ajudou a fundar uma espaço de coworking chamado Vector 90 um ano depois. Sua morte gerou uma onda de tristeza e revolta entre os fãs, que elogiaram o músico por reinvestir no bairro que lhe deu origem.