As produtoras de funk GR6 e Love Funk estão no centro de uma polêmica nas redes sociais após receberem, em suas sedes, os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB). As visitas, realizadas nesta semana, geraram uma onda de críticas entre os internautas, que questionam as ações das produtoras e a coerência dos candidatos em relação às suas declarações e posicionamentos sobre a cultura do funk e temas sociais.
Junior Freitas, pré-candidato a vereador em São Paulo pelo Solidariedade, foi um dos que se posicionaram contra as visitas. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Freitas criticou as decisões dos representantes do movimento funk, apontando contradições entre o discurso antirracista e as escolhas políticas. “Todo mundo do movimento se declara antirracista, todo mundo do movimento vive reclamando da opressão policial… Mas na hora que vocês vão escolher quem vai comandar todos esses aparatos, todo esse sistema, vocês votam em quem?”, questionou.
A principal crítica de Freitas recai sobre os candidatos e seus vices. “Quem tem como vice policiais militares. Um tem o vice da ROTA, o outro tem uma policial militar como vice. Não adianta se declarar antirracista, fazer música contra racismo; não adianta falar que você é contra criminalizar o uso da maconha; não adianta você falar que é contra agressão policial [e] na hora de escolher quem vai governar sua vida, você fecha com esses caras”, enfatizou.
Freitas também destacou a responsabilidade do público do funk em discernir entre os artistas e suas próprias vidas. “Os donos das produtoras podem fechar com quem quiser, mas você que é público, saiba separar as coisas; saiba separar os artistas da sua vida”, alertou o pré-candidato. Ele ainda reforçou a importância das escolhas políticas nas eleições que se aproximam, sugerindo que o público reflita sobre suas decisões.
As visitas dos candidatos, realizadas em meio às suas campanhas para a prefeitura, levantam discussões sobre a relação entre cultura, política e as responsabilidades que envolvem essas escolhas, especialmente dentro de um movimento marcado por lutas sociais e resistência.