RAPGOL Magazine conversa com NATH sobre passado, presente e futuro, trajetória no Drill e sonhos musicais
Autor – JOAOZINHOCWBEATS
NATH
NATH é o nome artístico de Nathalia Schleder, produtora musical e DJ brasileira. Nascida e criada na cidade de Curitiba, utiliza deste cenário para impulsionar suas criações nacional e internacionalmente, hoje reside em São Paulo e segue conquistando seu espaço na música através de suas produções únicas e certeiras.
NATH é dona de um dos melhores e inovadores discos dessa nova onda do rap, o drill, o CD BRAZA é um compilado de produções de NATH e tem participações em todas as faixas, com meninas do Brasil inteiro.
Gabz, Kawence, Malaca, Julie Schiavon, Liddia, Akhali, Shamilla e Izy Castelano são as colaborações presentes em BRAZA e esse foi o primeiro passo de sua carreira promissora.
Hoje a artista vivendo em SP está ampliando seu leque de produções, network e segue fazendo história.
Batemos um papo com ela e falamos sobre carreira, futuro, seu novo single “Hipnose” que sai dia 13/05, próxima sexta-feira. O seu novo single conta com a colaboração de Izy e Julie, o clipe se passa nos anos 20 e é a nova aposta da produtora. Confira o bate papo abaixo.
Fotos – Sofia Romani
RAPGOL Magazine – NATH, obrigado por topar esse bate papo conosco, então vamos lá. Conhecemos você e vivemos encantado com suas produções desde a primeira vez que ouvimos, mas para quem ainda não te conhece, quem é a Nath?
NATH: Eu sou uma produtora musical e DJ de Curitiba, que no momento mora em São Paulo. Tenho 23 anos e trabalho com música desde os 18, quando comecei a tocar em algumas festas da minha cidade como DJ e postar umas montagens de funk no meu perfil do Soundcloud.
Ali comecei a pegar gosto pela parte de produção, fui aprendendo cada vez mais e em 2021 lancei meu primeiro álbum, BRAZA, no qual colaborei com 8 cantoras de vários lugares do Brasil para fazer músicas no estilo R&Drill (uma mistura de R&B com Drill).
Gosto muito de trabalhar com mulheres e a maioria dos meus trabalhos são majoritariamente femininos, assim como foi o álbum. Esse ano fui uma das indicadas na categoria produtora revelação no Prêmio Genius Brasil.
RAPGOL Magazine – NATH e Nathalia Schleder são pessoas diferentes?
NATH: São, a NATH surgiu quando eu precisei separar a personalidade artista de mim pra me ver fazendo as coisas acontecerem. Eu sempre trabalhei na área cultural, mas com outros artistas.
Tinha essa necessidade de ter um projeto artístico meu para que eu de fato me dedicasse a isso e pudesse ser quem eu sempre sonhei com a minha arte. O mundo da NATH é rosa, ela é forte, empoderada e tá sempre disposta pra fazer acontecer. Já a Nathalia é a correria do dia a dia, a parte burocrática e até mesmo a preguiça de estar o tempo todo arrumada.
A NATH me ajuda muito naqueles dias ruins que fico horas na frente do computador e não sai nada, às vezes coloco uma blusa rosa e o ânimo até já muda.
RAPGOL Magazine – Seu disco BRAZA foi um dos bem mais falados quando estreou, você consegue mensurar a importância que seu disco trouxe para a cena onde nesse genêro Drill a gente só via figuras masculinas?
NATH: Para ser sincera, não consigo não. Só passei a entender mais a fundo o quanto ele significou para outras mulheres dentro do gênero quando a pandemia acabou e eu fui pras ruas trocar ideias. É massa demais ver um trabalho feito com tanto amor impactando a vida de outras pessoas e abrindo portas para que elas façam seu próprio trampo.
RAPGOL Magazine – O quanto sua ida pra SP impactou na sua arte?
NATH: Impactou demais, desde que vim pra cá muita coisa aconteceu. Sempre ouvi que era em São Paulo que as coisas aconteciam mas não achei que fosse tão rápido. Aqui eu realmente percebi que as pessoas acompanham meu trabalho e que eu, de alguma forma, as inspiro. São Paulo me fez sentir que estou cada vez mais no caminho certo.
RAPGOL Magazine – Quais artistas você gostaria de colaborar?
NATH: Budah, Tasha e Tracie, Igão, as meninas da Fenda
RAPGOL Magazine – Qual é seu feat dos sonhos?
NATH: Hyperanhas
RAPGOL Magazine – Onde você se ve daqui 10 anos?
NATH: Me vejo morando em outra cidade, tendo meu trabalho valorizado e podendo viver apenas da minha arte como produtora musical e DJ. O sonho seria ali um feat internacional e uma indicação ao grammy.
RAPGOL Magazine – Se você tivesse a oportunidade de falar para a NATH de dois anos atrás algum ensinamento para hoje, o que você diria?
NATH: Diria pra ter calma. Há 2 anos atrás eu me sentia muito insegura com a minha produção, hoje percebo que era preciso apenas calma para entender que eu aprenderia mais com o tempo e que eu precisaria trabalhar muito pra conseguir chegar onde eu queria.
RAPGOL Magazine – O que não pode falta na sua playslit?
NATH: Um funkão, uma música indie pra chorar, um beat pesado pra ficar com cara de brava no metrô e um piseiro pra dançar como se ninguém tivesse vendo.
RAPGOL Magazine – Somos um site que fala sobre Rap, mas também adoramos futebol e o esporte em geral. Existe um lado atleta dentro da NATH ou você é daquelas pessoas que prefere sofá e Netflix?
NATH: Existe demais, durante a pandemia eu comecei a praticar corrida e levo isso como um hobby. Já tentei praticar outros esportes, na escola fui até do time de basquete, mas não levava muito jeito (risos).
RAPGOL Magazine – O que não pode faltar na sua rotina diária?
NATH: Música, desde a hora que acordo até quando vou dormir.
RAPGOL Magazine – Agora sobre o lançamento do dia 13. Como você conheceu a Izye e a Julie?
NATH: Conheci a Izy no Twitter, quando ela lançou A Culpa é da Rihanna. Fiquei muito encantada com a voz dela e já fui seguir. A Julie eu conheci há mais tempo, junto com a galera do Soundcloud. Acompanhava ela de longe mas quem fez a ponte pra finalmente trabalharmos juntas foi a Dola, uma DJ e produtora maravilhosa de Pelotas.
RAPGOL Magazine – Como foi trabalhar com elas?
NATH: Foi incrível! Eu já tinha trabalhado com elas individualmente nas faixas do BRAZA, foi aí que surgiu a ideia de se juntar nessa faixa. Tudo aconteceu muito rápido, sinto que temos uma sintonia legal nas produções porque flui muito bem.
RAPGOL Magazine – O que você espera de “Hipnose”?
NATH: Sinto que esse lançamento é uma virada de chave. Me sinto muito mais madura nas minhas produções em relação ao ano passado e as produções audiovisuais delas não estão deixando pra trás. Espero que “Hipnose” possa me abrir portas para colaborar com pessoas novas e para que mais pessoas possam conhecer meu trabalho.
RAPGOL Magazine – O que esperar da NATH para os próximos meses?
NATH: Ter muitos lançamentos, esse ano estou aproveitando para colaborar com artistas diferentes e poder explorar minha musicalidade em diferentes estilos.
Bora para um ping-pong? Responda rápido.
RAPGOL Magazine: Comida japonesa ou hambúrguer?
NATH: Hambúrguer
RAPGOL Magazine: Uma pessoa que considera referência para sua vida?
NATH: Meu avô
RAPGOL Magazine: Uma cidade preferida?
NATH: Rio de Janeiro
RAPGOL Magazine: Um lugar que sonha em conhecer?
NATH: Tocantins
Conversamos com a Nath, siga nas rede sociais e fique atento as novidades.
Jornalista, fotógrafo, amante do rap nacional e fã nato do Baianinho de Mauá.